quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Piauí elabora plano de ação de combate à dengue junto com municípios

O Piauí intensificará as ações de combate à dengue em parceria com os municípios e a sociedade. Na manhã de ontem (25) a secretária de saúde do Estado, Lílian Martins e representantes de 70 municípios piauienses estiveram reunidos com a equipe técnica da Vigilância à Saúde e Epidemiológica do Estado, definindo novas estratégias no Plano de Ação, que será apresentado ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que estará em Teresina no dia 06 de fevereiro.

A meta do Governo Federal é investir cerca de R$ 1,8 bilhão em ações de combate à dengue em todo o Brasil. De acordo com a secretária de saúde, Lílian Martins, o governo estadual não medirá esforços para combater a doença, já que o Piauí é um dos 10 estados com risco "muito alto" de epidemia, seguido dos estados do Ceará, Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro e Sergipe.
Segundo ela, no plano de ações que será apresentado ao ministro da Saúde, contém as ações e os desafios do poder público estadual para o enfrentamento da dengue, inclusive solicitar mais recursos do governo Federal para viabilizar ações de campo nos municípios, aquisição de equipamentos como bombas costais e capacitação dos profissionais.

O ano de 2010 fechou com quase seis mil casos registrados. No início de 2011, só em Teresina, já foram registrados 112 casos. Em todo o Estado, já foram registrados, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), 207 casos. 
Lílian Martins pontuou ainda que diversas medidas foram adotadas nos últimos anos, para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, mas para isso é necessária a participação de toda sociedade. "Atualmente, 84% dos focos dos mosquitos estão nas residências, em locais como piscinas, caixas d'água e vasos de plantas. Por isso, é muito importante a mobilização popular", destacou.

Durante o encontro foram definidas as estratégias para a mobilização em todo o interior do Estado. "Temos que levar em consideração que é fundamental a capacitação de profissionais para esclarecer a população sobre os riscos, além de medidas de prevenção. Não há poder público que resolva a questão da dengue, sem a contribuição da população", resumiu Antônio Manoel, coordenador do Programa Estadual de Combate a Dengue da Sesapi.

O coordenador explicou os representantes municipais que esse risco de uma epidemia em alguns municípios, é resultado de uma série de fatores, como a questão do abastecimento de água, que leva as pessoas a armazenarem em casa e, que serve como habitat para as larvas do mosquito, que prefere água limpa e parada. "Daí, a necessidades de ações preventivas e conjuntas com os municípios", frisou.

APPM diz que conscientizar população é o maior desafio

Em meio ao risco de uma epidemia de dengue para o ano, prevista pelo Ministério da Saúde, que classificou o Piauí entre os estados onde é possível ocorrer o avanço da doença, o presidente da Associação Piauiense dos Municípios (APPM), Francisco Macedo, afirma que o maior desafio a ser enfrentado é com relação à formação de consciência sanitária da população, e a captação de recursos financeiros para as campanhas de combate.

"Precisamos de dinheiro, pois os municípios passam por dificuldades financeiras. Além disso, temos que trabalhar com pessoas que ainda não possuem uma consciência sanitária, ou seja, que precisam proteger o meio ambiente para poder se proteger", disse. Ele acrescentou que a verba que as cidades recebem é considerada insuficiente, isso porque, não são destinadas apenas para a campanha em si, mas tem que servir também para pagar agentes de endemias, gasolina, supervisores, produção de material educativo, entre outras despesas.

"Temos que defender mais recursos para essas áreas estratégicas da saúde", pontuou Macedo. Contudo, ele fez questão de afirmar toda a disponibilidade dos municípios na mobilização. "Vamos mobilizar todas as cidades, tenham risco ou não, para que possamos entrar nessa luta contra a dengue", reforçou. O presidente da APPM orientou os prefeitos a intensificar o trabalho de orientação da população, pois é neste período que acontece de ficar água acumulada e o mosquito encontra facilidade para se reproduzir.

  • Fonte: Jornal O Dia
  • Autor: Mayara Bastos

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