quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Governo do Wilsão é reprovado

Pesquisa divulgada sexta-feira passada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública (Ibope) mostra que o governo de Wilson Martins (PSB) só alcançou 32% de aprovação pelos entrevistados (Jornal Diário do Povo de 14/12/2013). Se fosse nota escolar de 0 a 10 ficaria com 3,2, que se trata de nota baixa, vermelha, de aluno fraco. 
Só para ter ideia, o senador Wellington Dias (PT), quando deixou o governo do Estado, em 2010, atingiu aprovação de 88% dos piauienses, ou seja, nota 8,8, portanto avaliação de aluno aplicado, obediente e que realmente se dedicou às tarefas a ele confiadas.

A reprovação não foi por falta de aviso, passei esses três anos chamando a atenção do governo que da forma como estava conduzindo o processo político-administrativo do Piauí não daria certo. Pois estamos no Estado Democrático de Direito, que permite a fiscalização dos atos públicos pela sociedade, e que inibe o gestor público fazer o que vem à cabeça, isto é, sem seguir ordenamento de ações governamentais que privilegie os anseios da sociedade. Em muitos casos, não foi o que ocorreu no atual governo, em que certas medidas adotadas foram para aplacar os interesses prementes de familiares e dos grupelhos políticos que circulam ao redor do Palácio de Karnak. 

Lembramos o artigo “Em rota de colisão”, que dizia que o governo atual estava acabando com a rede de proteção social criada no governo Wellington Dias, como as coordenarias do Semiárido, Direitos Humanos e Fome Zero. Publicamos também o artigo “Ingratidão: o pior dos pecados”, em que já denotava em certos membros do governo que não teriam sidos ungidos ao poder pelo respaldo eleitoral do governador Wellington Dias, somado ao de Lula e do reflexo da eleição presidencial de Dilma Rousseff, juntamente com a militância petista em Teresina e no interior do Estado. Divulgamos ainda o artigo “Campeão de vaia”, que, por inação, quando o governador foi ao Festival de Inverno de Pedro II recebeu vaia e, depois, quando alguma autoridade o representava no mesmo evento era também vaiada.

Elaboramos o artigo “O que aconteceu?”, pelo fato do governador do Piauí não comparecer ao CFAP quando o Ministério do Desenvolvimento Agrário entregou 90 retroescavadeiras para os prefeitos piauienses para recuperação de estradas vicinais e abertura de açudes e pequenas barragens de combate à seca. Teve o artigo “Governo é para administrar”, cobrando ações públicas efetivas para a população do Piauí. Advertimos com o artigo “Falência do Poder Legislativo”, exigindo a fiscalização dos atos do governo do Estado. Mostramos que as autoridades públicas deveriam respeitar os direitos e garantias fundamentais da pessoa humana no artigo “O bom governo”.

Ato contínuo foi publicado o artigo “Eficiência do governo”, em que dizíamos que muitos chefetes políticos foram nomeados em cargos em comissão e que não seriam aproveitados na máquina pública. Depois foi criada a Secretaria de Mineração, que dissemos em cinco artigos, que culminou com o artigo “Secretaria do voto”, que era órgão apenas para aplacar a demanda dos políticos no governo. Em seguida, veio o artigo “Vítimas do infortúnio e do governo”, que denunciava o não pagamento pelo governo das vítimas da Barragem de Algodões. Também publicamos “Raquitismo governamental”, em que dizíamos que o governo sofria de anemia em relação às ações em favor do desenvolvimento do Estado.

Por conseguinte, foi publicado o artigo “Prenúncio do fim do que ainda nem começou”, em que alertávamos que o governo já estava acomodado em não fazer nada, e que gerou o artigo “Governo é para funcionar”, em que chamávamos a atenção para o governo agir na ampliação da infraestrutura e das políticas sociais para estancar a forte emigração dos piauienses para outros estados. No que desaguou no artigo “É preciso resultado”, pelo fato da Sesapi firmar convênios com o governo da União e os piauienses não sentirem na prática os resultados em saúde pública. 

Publicamos ainda o artigo “Impessoalidade do poder público”, que condenava veementemente a assunção de cargos públicos pelos familiares do governante, como o de conselheira do TCE/PI pela sua esposa Lílian Martins, a nomeação do irmão para a SDR e o fato dos dois filhos serem aprovados em concurso público em que a mãe era a principal gestora (Secretaria de Saúde). Na sequência, elaboramos o artigo “O Piauí precisa mudar”, em que pedíamos novos paradigmas governamentais para inserir o Piauí na era do desenvolvimento.

Sobre a educação, divulgamos o artigo “O caos na UESPI”, pelo descaso em que o governo vinha tratando a UESPI. Em desdobramento veio o artigo “A UESPI continua abandonada”, indagando como um governo se propunha ao progresso desprezando o seu centro de formação técnico-cultural. Ainda veio o artigo “Atraso na Educação”, mostrando que o atraso educacional não estava só no ensino universitário, mas também nos técnico e fundamental. Ainda elaboramos o artigo “Pega na mentira”, tratava-se das escolas em tempo integral que não existiam. Face à situação fizemos o artigo “Governo sem educação”, cobrando que governo que não prioriza os seus índices educacionais é governo sem educação. E o artigo “Pimenta nos olhos dos outros é refresco”, quando o governo negou o piso salarial da categoria estabelecido por Lei Federal e ainda os policiais acionaram spray de pimenta nos olhos dos professores nas grades do Karnak. Ato seguinte, “Os ‘procurados’ da educação do Piauí”, por expor em outdoors os parlamentares que votaram contra o piso salarial e o fim da regência dos professores a pedido do governo. Entre tantos outros artigos.

Por tudo isso, o governo Wilson Martins foi reprovado por não fazer corretamente o dever de casa e receber nota 3,2, e por prudência não deve ser candidato ao Senado da República e muito menos indicar para eleger candidato ao governo do Piauí em 2014. Melhor caminho: cumprir o mandato e agir como magistrado nas eleições estaduais.
Por Deusval Lacerda
Pós-Graduação em Direito
Portal Az

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