Chico do Caranguejo dá exemplo de preservação no Delta do Parnaíba |
Cesto de lixo colocado pelo pessoa de borto da chalana Erika II |
O Delta do Parnaíba é um bom lugar para começar a descobrir o litoral do Piauí. Único das Américas em mar aberto ocupa uma área de 2.700 km, e pode ser explorado de chalana - barco que leva até 90 pessoas e geralmente serve refeições - ou numa voadeira, com capacidade para cinco passageiros. Mais rápida, a voadeira é melhor para quem quer conhecer o rico ecossistema da região, com mais de 70 ilhas que abrigam jacarés, caranguejos, macacos, garças e outros tipos de aves, dentre elas o “Guará”, ave símbolo do Delta do Parnaíba. Dependendo da maré, é possível esticar o passeio até a Ilha do Caju para ver a revoada dos guarás, que no final da tarde colorem de vermelho vivo o céu e as árvores.
As embarcações, em sua maioria, partem do Porto dos Tatus, na Ilha Grande de Santa Isabel, a poucos quilômetros da cidade de Parnaíba. Um dos pontos altos dos passeios, além da paisagem única, são as paradas para mergulhos, no rio e no mar. Do alto das dunas você pode contemplar o oceano de um lado e o rio e o verde da mata de outro, o cenário é hipnotizador. Algumas ilhas têm bons restaurantes, com porções generosas. Caranguejos, ostras, siris e peixes, como a pescada amarela, são as melhores pedidas.
Meu último passeio a este paraíso foi feito na chalana Erika II cedida gentilmente pelo empresário cearense, Chico do Caranguejo. Fomos interagindo na companhia de casais amigos vindos de Fortaleza: Balreis e Darklene, Flávio e Gleice, Fernando e Eliza e também de Teresina, o Rebouças, além do Joãozinho e Roziane que são daqui mesmo. Para complementar o passeio levamos um pessoal para colaborar no serviço de bordo que para nosso deleite nos serviram caranguejo atolado, pescada amarela frita, camarões ao alho e óleo, dentre outras iguarias regionais.
Uma coisa chamou muito a atenção dos visitantes, a preocupação que o prático da chalana, Sr. Dorico, demonstrou ter com a preservação da natureza. Durante o percurso logo percebemos que em todos os ambientes do barco havia cesto para coleta de todo o lixo produzido durante o passeio e tinha sempre um dos ajudantes recolhendo algum objeto que pudesse poluir as águas. Mas a surpresa maior foi quando descemos para banhar na Ilha dos Poldros, já no encontro das águas do rio com o mar. Como descemos com latinhas de cerveja, pratos e copos descartáveis, etc., então imediatamente o Sr. Dorico pediu ao pessoal do serviço de bordo que colocasse um cesto para que todo o material descartável fosse ali colocado. Ao ser interpelado sobre a questão da poluição do local e aquela preocupação constante de todos os tripulantes, o Sr. Dorico disse que esta é uma preocupação de todos os nativos e que o Chico do Caranguejo os orientava a seguir todas as normas ambientais com rigor, pois milhares de famílias sobrevivem desse frágil ecossistema e somente com a conscientização de todos poderíamos ter esta região preservada. Declarção digna de aplausos!
Chalanas ancoradas na Ilha dos Poldros |
Edição Jornal da Parnaíba
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