domingo, 22 de janeiro de 2012

A emancipação de Ilha Grande do Piauí foi um erro político.

Ilha Grande. Foto: Gilson Andrade
Um dos maiores erros políticos de Freitas Neto quando governador do Piauí foi sem sombra de dúvida a emancipação de parte da ilha de Santa Isabel, conhecida pelos mais antigos pelo nome de Morros da Mariana e que desmembrada de Parnaíba em 1994 passou a se chamar de Ilha Grande do Piauí. Este município hoje faz parte da microrregião do Litoral Piauiense e da qual fazem parte outros doze municípios, incluindo o maior deles, Parnaíba, com seus pouco mais de 150 mil habitantes.
A emancipação de povoados como Morros da Mariana fez parte de uma leva, assim, “no balde” onde pouco se levou em conta a estatura geopolítica, a economia, história e a reconhecida e exigida biografia de lideranças. Dezoito anos são passados e o resultado está a se ver. Nada contra seus habitantes, onde tenho excelentes amigos, mas desde aquele ano de 1994 não se tem noticia de progresso político, social ou econômico daquele pedaço do Piauí. Muito pelo contrário.
Se observarmos aquele hoje município como peça de desenvolvimento, pelo lado turístico, o resultado é zero e deve assim permanecer por muitas e muitas décadas. A ausência de lideranças empresariais e políticas, mesmo pequenas, embora tenha na cara e na porta de casa um excelente recurso natural, a entrada de um porto no delta, mesmo assim isso pouco ou quase nada representa porque a ilha de Santa Isabel vai ser sempre um pedaço de Parnaíba.
Dentro da geografia atual é um desses casos de emancipação política feita “a toque de caixa” e vista pelos olhos da modernidade como altamente danosa em todos os aspectos. Desde quando saiu de debaixo da asa de Parnaíba, pouco ou nada demonstrou que fizesse justiça à tão sonhada liberdade. Pelo menos em projeto de crescimento. Com o perdão das palavras, sua estrutura política é desde então ruim, sem lideranças políticas, projetos econômicos ou administrativos.
Então seria melhor que voltasse a ser parte de Parnaíba? Certamente que seria bem melhor do que é. Qualquer projeto de desenvolvimento para aquela região sempre vai esbarrar em Parnaíba. Ilha Grande do Piauí, desde quando se emancipou em 1994 nunca demonstrou interesse em se desenvolver sozinha. É a velha história daquele filho que saiu de dentro da casa do pai, mas todo dia recebe o prato de comida pela janela.
Por Antonio de Padua Marques Silva

Um comentário:

Jair Cunha disse...

Com todo respeito a visão do ilustre historiador Antonio de Pádua Marques, mas vejo por outro lado. O que seria de Ilha Grande sem a emancipação política??
Temos muito a aprender e a evoluir, afinal estamos agora entrando na maioridade e muitas experiências ão de de acontecer e aprendizados também.
E sem dúvida nenhuma somos melhores e mais felizes independentes politicamente.

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