domingo, 11 de dezembro de 2011

Vestígios da ocupação humana no território do Delta do Parnaíba

Vestígios da ocupação humana no território do Delta do Parnaíba

Morro Gemedor - Foto: Proparnaiba
Na cidade de Ilha Grande no município de Morro da Mariana um local cheio de duvidas sobre indícios de sítio arqueológico com uma quantidade de utensílios domésticos, no Morro do Gemedor no sítio batizado pela pescadora Dona Dedé onde leva o nome, esta possui uma característica muito particular, pois há indícios de ocupação indígena e de ocupação cabocla que habitava a região provavelmente no final do século XVIII e inicio do século XIX, pois os materiais sobrepostos devido o deslocamento das dunas, fato que ocorre constante na região mostra grande duvidas sobre suas origens, como cacos de porcelana, pratos, vasos, xícaras e outras peças de fabricação inglesa , holandesa e chinesa , vidas de fabricas como a J&G Meakin, e a Petrus Regouta CO. As moedas brasileiras do período imperial trazem datações dos meados do século XIX,no sítio também há uma grande quantidade de cacos de cerâmica indígena, como vasos, panelas e cachimbos.
Outro fator intrigante seria identidade não vista com “bons olhos” perante a sociedade atualmente, pois seus remanescentes de índios Tremembé da Ilha Grande não se identificam com seus antepassados, onde sua perfeição na arte da pesca e confecção de canoas, lendas enigmáticas sobre grandes batalhas com um pouco de fantasias, e suas feições indígenas, seria prova mais evidente no sangue que corre nas veias destes povos ribeirinhos do Delta do Parnaiba.
Esta preocupação de dizimar esta aldeia dos Tremembé vem do João da Maya da Gama que governou do Estado do Maranhão no século XVII, onde a administração era feita pelos padres da Companhia de Jesus, estava nessa aldeia o padre João Tavares, missionário desses índios no litoral do Delta.
Todos esse anos da povoação do Maranhão até o de 1722 em que tomei posse daquele governo foi conhecida a Barbara nação dos Tremembé que a habitaram, possuíam e foram absolotos senhores de toda a costa desde a barra do Maranhão e ponta do Mearim até as barras do Parnaiba, e senhoriavam também as ilhas vizinhas a elas e assaltavam e matavam passageiros e roubavam tudo quanto dava á costa e dizem que se viam alguma embarcação pequena dada e fundo iam a nado cortar-lhe as amarras e tinham a comunicação com o gentio do centro do sertão, Araperús, Arajás,Aranhis,Guaranis,Cachicahires que vinham resgatar dentes de tubarão e de espadarte para a ponta de flechas(...) Diário, 17.12.1728)
As vozes desses poucos narradores normalmente não são ouvidas por aqueles que Institucionalizam o saber e o petrificam na forma de arquivos, melhor, na forma da história. Então se transformam em vozes esquecidas, cujas narrativas vão se perdendo sob as areias do tempo.
Isso acontece porque o saber sobre esses lugares antigos perde a importância, diante das necessidades mais imediatas das comunidades hodiernas. A maioria das pessoas atuais não se identifica com o “lugar dos índios antigos”, pois há décadas escuta o discurso que “dizima” e denigre as populações indígenas habitantes desses lugares, discurso que também trata de descolar a imagem dos “indígenas” do passado, da imagem das “pessoas” do presente, tornando os “índios” uma outra espécie de gente. O conhecimento sobre esses “índios antigos”, então, vai se apagando com o tempo.Borges. Joena.Dissertação (p. 49,2006)
O intrigante Sítio da Dona Dedé é um desafio para esta pesquisa, e para o conhecimento de varias áreas, e que permitem começar a escrever uma história, principalmente da transnacionalidade do comercio de Parnaíba. Este comercio já se iniciou com índios Tremembé, no século XVI. Por fim, com nosso trabalho, desejamos socializar e preservar a memória histórica dos vestígios da ocupação humana em torno do território do Delta do Parnaíba.


*Por Danilton Nóbrega - Estudante e bolsista PIBIC do curso de História da UESPI de Parnaíba.
*Fonte: proparnaiba.com

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