A impressão de turistas após conhecerem a Rota das Emoções

Impressões gerais: Realmente, não podíamos imaginar quanta beleza escondida.  Para quem tem olhos de ver, a natureza, deslumbrante e pura, realmente esconde ou trai a presença de DEUS.

Se não acreditarmos em nada, mesmo assim sairemos tocados pela força maior que construiu aquela imensidão e que nos faz sentir pequeninos e impotentes diante do imponderável.

É de arrepiar o coração, de fazer sentir na natureza a presença silenciosa do etéreo, de alguma força cósmica, de algo maior que nem mesmo podemos compreender mas que é inegável, ou mesmo do próprio DEUS, seja ele quem for.  As dunas imensas e intermináveis, o deserto branco, a força silenciosa dos rios do Delta, o mangue, as praias e o litoral, todos fazem invocar a força superior que construiu isso tudo, essa beleza suprema que escapa à nossa compreensão.

Ficamos sem palavras pra descrever os sentimentos múltiplos que nos tocaram e aqueceram o coração.

Agradecemos àquela gente boa, a todos os que cruzaram nosso caminho, ao genuíno sangue brasileiro,  pujante e forte.

Avaliação ponto a ponto:

São Luiz – Santo Amaro – Foi impressionante ver funcionar tão bem um curioso sistema meio público meio privado: o microônibus de linha regular chega rigorosamente à hora combinada e chama nominalmente cada um dos turistas, cada um no seu hotel. Ou seja: não é o turista que vai atrás do ônibus, mas o ônibus que vem atrás do turista.  Deve ser uma iniciativa (bem sucedida) dos operadores de turismo da cidade. Inclusive o motorista sabia o destino de cada um e nos desembarcou direitinho.  Achamos muito bom.

Santo Amaro do Maranhão – O que é aquilo???? Um tesouro escondido depois das curvas dos caminhos de areia. A areia emoldura tudo. É êxtase. É beleza. É imensidão. É o primeiro encontro com o  próprio Deus (e eu não sou religiosa nem fanática).

Percebemos que as 3 cidades (Barreirinhas, Atins e Santo Amaro) disputam o título de “porta de entrada” dos Lençóis Maranhenses. Mas como conhecemos primeiro Santo Amaro, e esta é a menorzinha e mais inacessível, pensamos que Santo Amaro merece ao menos compartilhar esse título. Na verdade, cada um dos guias expunha suas razões para defender a sua cidade como merecedora. E na verdade todos têm razão. Cada cidade possui características próprias e belezas particulares que as tornam singulares e únicas. Mas Santo Amaro simplesmente não pode ficar de fora. É a mais inacessível, mas, como disse Tarcísio, o guia, assim deve permanecer, para que se preserve sempre. É a mais próxima de São Luís, é aquela em que as belezas naturais das dunas estão mais próximas da cidade, é a mais branquinha e a menos “badalada”. E é simplesmente linda. É exatamente “onde o vento faz a curva”, e é pura beleza intocada.

Dia seguinte, a grande surpresa: o guia Tarcísio trouxe um outro guia para o deslocamento Espigão – Betânia, que podia ser feito a pé pelo leito do rio ou de 4 X 4.  Escolhemos ir a pé, é claro, mas achando que, como não estava claro no roteiro, seria cobrado à parte. Mas que nada.  Ele apenas queria dizer que era nossa escolha, e que ele estava à disposição para qualquer das opções. E o cenário, deslumbrante, recompensa e reconforta  o caminhante.

Fiquei com a impressão de que não foi dado o destaque devido a esse trecho (o roteiro só diz “passeio a Espigão e Betânia”). É que como já fizemos outros roteiros ecológicos (Lençóis na Chapada Diamantina, na Bahia, por exemplo, que tem a famosa e temida travessia da Cachoeira da Fumaça pelo leito do rio, e uma bem mais fácil que é a do Vale do Capão; e ainda uma bem difícil que existe no Canyon do Itaimbezinho em Cambará do Sul, no RS, que nós não fizemos e é pelo leito do rio escorregadio) que oferecem deslocamentos menos atraentes como se fosse uma coisa do outro mundo, achamos que aquela TRAVESSIA é do outro mundo (porque na verdade se trata de uma travessia, que começa num ponto e termina no outro, e que só pode ser realizada nessa época da estiagem, o que valoriza ainda mais), é algo de incomparável, e que não tem o devido destaque, até mesmo em termos de “marketing” do lugar.  A cada curva do rio, o tempo todo a paisagem é: duna, rio e vegetação, duna, rio e vegetação, mas a cada hora de uma forma diferente e com direito a apreciar pássaros raros e alguns peixinhos curiosos. E o caminho é um tapete de areia, embora seja pelo leito do rio, e ainda por cima com água tépida e não gelada. Não há nenhum perigo de pedras escorregadias ou corredeiras perigosas que sejam ameaças à segurança (como no Jalapão, onde eles oferecem a travessia de caiaque  a pessoas que sequer sabem nadar e não possuem qualquer intimidade com a água, de todas as idades, em corredeiras perigosas após apenas 10 minutos de instruções, o que eu achei temerário).  Lá no Espigão é facílimo e simplesmente MA-RA-VI-LHO-SO.

Como quando isso nos foi oferecido ele usou a palavra “opcional”, entendemos que seria com custo adicional, e quando não foi ficamos maravilhados e ao mesmo tempo surpresos, porque bem podia ser.

Concluímos que ele estava torcendo para aceitarmos ir a pé porque de coração aberto tinha orgulho em mostrar a beleza daquele lugar.

 A galinha caipira do almoço em Betânia (da Maria das Chagas e Seu Francisco) foi o único ponto destoante porque foi a única refeição que nos desagradou em todo o passeio (não estava tão boa, feita com muita gordura, a galinha era minúscula e foi muito cara – R$ 65,00 o prato para dois com conta final no valor de R$ 79,00 é caro, ao menos para nós que não ganhamos em dólar, e bem mais caro que na Pousada!), mas de modo algum isso pode ser apontado como ponto negativo, até porque vocês não têm nada com isso. Foi escolha nossa. São intercorrências do caminho.

Barreirinhas - Pousada maravilhosa (Pousada do Rio), embora quisessem nos cobrar logo na entrada a “taxa de turista” criada por Lei Municipal daquela área. Graças à interferência da JANICE, fomos dispensados da mesma, que estaria inclusa na diária.  Ela pode e deve ser embutida no preço. Só é curiosa, porque, ao contrário de Fernando de Noronha, que possui instituto semelhante, não há qualquer controle no fluxo das pessoas até as dunas, e portanto há inevitavelmente desgaste da região (é o lado onde há maior poluição), tendo inclusive sido encontrado por nós lixo e garrafas abandonadas na Lagoa dos Peixes.  Sob orientação do simpático guia Leonardo, retiramos e carregamos na mochila até um ponto apropriado de coleta de lixo.

Sendo a cidade onde as dunas são mais distantes (o sacolejo na jardineira é bem “radical” e demanda preparo físico), seria esse um ponto negativo.  Mas a visão que se tem daquela duna de 50 metros (a da cordinha) com 360 graus de pura beleza entre dunas e lagoas mil de águas azuis refletindo o céu é inenarrável e é um ponto altíssimo a favor de Barreirinhas.  O Paulo achou um dos pontos altos da viagem.

Como a minha irmã Helena ficou de água na boca para fazer o passeio, esse trecho é uma das grandes dificuldades que aponto, já que para pessoas com alguma dificuldade chega a ser quase impossível. É que ela tem 57 anos, teve hérnia de disco e é operada, e, portanto vive com restrições quanto à coluna lombar, e aquele sacolejo na jardineira seria impossível, o que dificulta muito o turismo de pessoas idosas e com restrições na região.  Ela disse que podia até ir, mas o que ia acontecer é que no dia seguinte ela não levantaria da cama, e estragaria todo o passeio. Mas ao mesmo tempo ela pensa que queria muito conhecer.  Como resolver esse impasse?  Devemos nos conformar que o turismo na região é realmente excludente, só para jovens ou coroas “sarados”? Disse o Leonardo que, pedindo autorização ao IBAMA, é possível penetrar de veículo 4 X 4 até bem próximo das lagoas, mas o problema é o sacolejo radical.

Barreirinhas a Atins – O passeio de “voadeira” é imperdível e o condutor,  de cujo nome não me lembro (imperdoável) – foi especialmente espirituoso, profissional e cauteloso.  Ao receber passageiros, ele confirmava com a central os nomes, para não haver equívocos, e nos acompanhou até o fim para “fazer a entrega” nas palavras dele, já que tinha responsabilidade sobre todos os passageiros. Essa expressão (“fazer a entrega”) virou piada e nos acompanhou até o fim da viagem, quando já em Fortaleza, o guia Marzinho nos “entregou” em segurança ao hotel reservado por nós.

O destaque que ele (o condutor da “voadeira) deu para a flor do aguapé, que é a vitória-régia da região e que põe uma flor de incomparável perfume (que a Natura ainda não descobriu, segundo palavras do próprio), deixa transparecer o amor e o orgulho pelos frutos próprios da região. Admirável.

A vista do farol do Mandacaru, com o encontro da foz do rio e do mar, é deslumbrante, e a parada em Caburé, onde ao mesmo tempo a vista alcança o rio e o mar, é indescritível.

A chegada na pequena Atins para a “entrega” final ao pessoal da Pousada do Buna a princípio aparenta estranha, porque não se imagina que aquela parada deserta e aquele povoado minúsculo esconda tantas maravilhas.  No final a gente chega à conclusão que, realmente, não dá para dizer que se conheceu os Lençóis sem a visita daquele lado. E a ECOADVENTURE é a única que visita as três cidades, para conhecer bem os três lados dos Lençóis.  Esse é um dos motivos, além do preço (melhor relação custo-benefício), que nos fez eleger a agência como o melhor pacote – porque tem o melhor roteiro.

Como bem destacou Fernando (acho que é esse o nome), o funcionário da D. Mônica da Pousada do Buna, na verdade é Atins que deve ser considerada a “porta de entrada” dos Lençóis, pela razão prosaica de que o mar é daquele lado, e o vento começa ali, levando a areia (do mar) para dentro do continente, e portanto formando o quadrilátero dos Lençóis.  Não deixa de ter razão:  vista por esse ângulo, é realmente ali que o vento começa, e é em Santo Amaro que o “vento faz a curva”.

E esse é o diferencial de Atins: a presença constante do velho e lindo mar, aquela imensidão que influi nas dunas, porque as areias mais grossas  e mais amarelas (porque ainda não filtradas e lixadas pelo atrito do vento) influenciam nas cores da paisagem, fazendo as dunas parecerem um glacê de bolo amarronzado, ou melhor ainda, um suspiro queimado, que dá vontade de comer.  É maravilhoso e especial.  E o pôr-do-sol na Lagoa Verde é realmente imperdível.

Só não entendi porque a Lagoa Verde não faz parte do pacote e é oferecida como um opcional.  Acho que R$ 50,00 a mais por pessoa não vai encarecer o pacote e é condição sine qua non para a gente entender aquela região. Acho que deve ser incluído como parte integrante, mesmo que encareça. E o horário de chegada no povoado dá perfeitamente para coordenar com o por-do-sol.  E a caminhada noturna, já de volta, sob a luz das estrelas e de uma nesga de lua que já se delineava foi algo de inesquecível que vai ficar em nossas vidas. Teve até emoção de todos terem de empurrar o caminhão, que a princípio não quis pegar, o que durou por uns 10 minutos (pra mim de uma certa tensão de ficar isolada naquela escuridão, o que no entanto não mereceu qualquer abatimento). (Isso eu achei um pouco estranho, mas depois, como diz o Paulo, deu tudo certo). Mas de novo vocês não têm nada a ver com isso. Apenas quando a agência for incluir o roteiro no pacote, cuidem para que façam melhor manutenção no caminhão, para não sofrer essas surpresas.

Atins – Parnaíba - Retorno a Caburé na lancha pontualíssima que veio nos buscar. Recepção de 4 X 4 já pontualíssimo também nos esperando, e a surpresa do início da travessia pela beira-mar, em paisagens às vezes inacreditáveis e inclusive com emoção de o carro subir a duna para apreciar de cima a região próxima a Paulino Neves.

Embarque em Tutóia na lancha de Célio. Célio merece destaque:  além de ser filho da região, nascido na Ilha das Canárias e hoje vivendo em Tatus, cheio de orgulho em mostrar a sua terra, foi extremamente gentil em guiar a lancha do modo o mais suave possível apesar do vento fortíssimo e das ondas ameaçadoras a esta medrosa de água.  Ele percebeu o quanto eu estava assustada, e procurou passar segurança, dizendo que ia bater um pouco, mas que não havia perigo nenhum. O Paulo ficou preocupado comigo, mas em troca de olhares com Célio viu que estava em boas mãos, e que ele estava cuidando para que eu não ficasse assustada.  Conhece cada igarapé, cada entradinha daquelas “estradas de água”, que para nós insensíveis urbanos parecem todas iguais. No fim, a ginástica de se manter sentada na lancha até valeu a pena, porque gasta bastante caloria.

E por fim tudo foi coroado por uma das coisas talvez mais belas que já vi na vida: a revoada dos guarás.  Gente, o que é aquilo?  Ver as aves de cor salmão retornar para a dormida todas em  bando na mesma ilha, às dezenas, às centenas, foi pura poesia, capaz de amolecer os corações mais empedernidos. A gente só para para assistir imóvel e sem respirar o espetáculo da natureza.  E Célio nos proporcionou isso,  parecendo que estava tão deslumbrado quanto nós, embora já seja mais que acostumado àquele espetáculo. É de tirar o chapéu.

Ainda uma visão impressionante foram as dunas do Morro do Meio, margens de areia no meio do rio. Magistral.

Parnaíba – Sete Cidades – A gentileza e o bom papo de Ribeiro, o guia, merecem destaque.

Sete Cidades correspondeu às expectativas e fez  valer a pena a parada.  Embora um pouco descoordenado o parque – nos fizeram seguir para a administração, que estava em obras, sem informar que estavam funcionando nas instalações perto da pousada – apresenta uma beleza misteriosa e incrível. Tudo pontuado pela boa conversa do guia local Islano, engraçadíssimo.

Como Islano nos deixou com água na boca informando que lá também existe a revoada dos papagaios, que se recolhem todos ao pôr-do-sol bem à frente da paisagem do mirante do parque, pensamos que talvez se pudesse coordenar a visita num horário mais tarde do dia, para poder aprecia-la. Mas talvez seja desaconselhável chegar numa hora em que o sol já esteja muito quente, ou no horário de fechamento do parque (não me lembro a que horas fecha),  ou  pegar a estrada de volta à noite. Questão para vocês ponderarem, porque ficamos com água na boca. De qualquer modo, as “cidades” de pedra” são maravilhosas, e valem muito a visita, seja em que hora do dia for.

Passeio ao Delta do Parnaíba - Baía do Feijão Bravo - De novo na lancha de Célio, passeio levado por mãos seguras e maravilhosas. Belíssimos os meandros visitados e a Baía do Feijão Bravo.

Merece elogios o restaurante da “Casa de Caboclo”, que naquele “meio de mundo” pratica preços muito melhores do que os do continente, apresenta assepsia e comida de qualidade boa e barata, e era o único que tinha uma porção maravilhosa e acessível dos famosos pastéis de caranguejo, apresentava embalagens acessíveis de doces de caju, castanhas, etc, etc, baratas, bem embaladas para viagem e gostosíssimas, com logotipo e tudo.  Nota dez.

Parnaíba a Barra Grande - Litoral leste do Piauí – Grande surpresa.  Praias belíssimas.

Barra Grande foi outra grande surpresa. Que lugar lindo!  O vento é um verdadeiro personagem, possui vida e permeia todas as atividades do lugar, principalmente o kite surf, que está por toda parte.

Destaque máximo para a pousada, que é algo de impressionante, de total vanguarda na arquitetura da espécie. Pela primeira vez vimos chalés daquele jeito, com o banheiro “ventilado” – é um projeto arquitetônico interessantíssimo que integra o banheiro à natureza, fazendo com que ele seja uma transição entre a construção e a própria natureza pura.  Os sapinhos que vêm nos visitar estão perfeitamente integrados. Mas é só fechar a porta que separa o banheiro da parte interna que a gente fica tranqüila. A iluminação colorida de pirâmides de tecido à noite que servem de balizamento na escuridão parece uma visão mágica. Excelente. Ficamos maravilhados.  Há também bastante opção de comida, não apenas aquela ditadura dos pratos caros, todos iguais e todos do mesmo preço.

Não sabemos como o pessoal de Parnaíba ainda não “descobriu” Barra Grande para ela virar um point mais “badalado” que Jericoacoara, já que é bem próxima.

Barra Grande – Jericoacoara - Litoral ainda mais deslumbrante. As travessias de balsa são impressionantes, principalmente aquela de Guriú, feita “na vara”.

O Laguinho de Tatajuba  tem pretensões de ser um ponto de referência de beleza e culinária, com aquele “cardápio vivo”, mas sem preço (é pela cara do freguês), mas a Lagoa do Paraíso de Jericoacoara o deixa num chinelo. Atenção para o banheiro, supostamente químico, mas sem descarga.  Chega a ser insalubre.

Nunca vi cardápio sem preço. Aliás, isso é uma verdadeira “mania” daquela região. Muitos lugares não apresentam o cardápio, muitos nem o possuem, e esperam que o turista faça o pedido só pelo que eles oferecem de comida, sem se preocupar com o preço, mas ao final pode-se ter uma desagradável surpresa, como tivemos na galinha caipira de Betânia. Para os “gringos” pode não fazer diferença, mas para nós assalariados brasileiros faz e muita. Se desejam popularizar o roteiro (sem deprecia-lo e sem estraga-lo), devem atentar para esse detalhe.

Destaque nota mil para o Passeio Ecológico do Cavalo Marinho, que para nós poderia fazer parte integrante do pacote apenas na época da reprodução. Impressionante.

Jericoacoara – Faz jus à fama. Estadia maravilhosa. Paisagem imbatível. Opções de comida para todos os bolsos e gostos. O primeiro café expresso delicioso que encontramos depois de dias.

Passeio de Buggy com “Novo”, o guia, foi especial e simpaticíssimo. Lagoas do Paraíso e Azul são im-ba-tí-veis. A cor da água é impressionante.  A árvore da preguiça é um desafio à lógica. Impressionante. E, suprema visão, a Pedra Furada faz jus à fama. Tudo irrepreensível. Adoramos. Região lindíssima.

Destaque para o serviço do hotel JERI VILLAGE, que foi especialmente gentil em 2 pontos: como não estavam lotados, nos franquearam um apartamento de categoria melhor do que o reservado, com ar condicionado e bem maior, sem qualquer custo adicional. E ainda no dia da partida, liberaram o café da manhã meia hora mais cedo para que pudéssemos atender ao horário estabelecido pelo guia da ECOADVENTURE sem sair de barriga vazia. Muito simpática a atitude do hotel nesse mundo ferozmente comercial. Agradecemos muito.

Jericoacoara – Guajiru – Esse trecho merece destaque pela beleza das praias. Os 2 estados realmente estão competindo no quesito litoral.  As praias do Piauí são belíssimas, mas as do Ceará não ficam atrás. Até Mundaú, cada uma mais bonita que a outra. Lagoinhas é uma referência. Não saberíamos dizer qual a mais bonita.

Guajiru, no entanto, foi uma belíssima e última surpresa.  O hotel, que não é um hotel, mas um resort, reserva ao turista uma receptividade impressionante, coroada de estilo. A recepção com pétalas de rosa e drinque de boas-vindas impressiona. E o serviço chique e de categoria internacional  à beira de um mar belíssimo encanta muito. E possui salão de ginástica, eu que sou fanática!

Mas pra que insistir em copos de cristal nas mesas do lado de fora com aquele vento?  Quebraram-se dois só enquanto estávamos lá. Uma pena. Não precisava tanto luxo. O salão de jantar à noite é um encanto. E comemos talvez o peixe mais gostoso da viagem: peixe galo do alto com crosta de castanha!  Um sonho de degustação. Parabéns à cozinheira. Deixamos nosso elogio lá, mas faço questão de reproduzir aqui, porque aquilo foi um verdadeiro sonho. É daqueles pratos que comemos e que ficam na história das nossas vidas, sabem? Muito bom mesmo.

Aliás, o peixe daquela região toda... Ah, o peixe!  Parece que tem um sabor especial.  Passamos 15 dias comendo peixe, cada um mais gostoso que o outro (peixe serra, pescada amarela, pargo, galo do alto, robalo, etc, etc), e perguntem se enjoamos. Queríamos mais peixe. Não conseguíamos escolher outra coisa. E notem que o Paulo é gaúcho e gosta um bocado de carne vermelha. Mas é um gaúcho boa boca e que tem bom gosto de escolher uma proteína saudável, como é o peixe.

A nota triste é que nos deparamos só naquelas praias percorridas naquele dia com nada menos que 5 tartarugas mortas, segundo Marzinho (o guia) ou pelas redes dos pescadores que as enroscam, ou pela própria poluição dos sacos plásticos vindos da civilização, que ali está bem perto. É lamentável, e faz com que os operadores de turismo também se engajem na luta pela despoluição e pela causa ambiental, para que não tenham que mostrar essa face trágica daquele litoral ao turista.

Guajiru – Fortaleza – Por fim, o traslado para Fortaleza nos mostrou as últimas belezas daquele litoral, passeios que depois vêm a ser insistentemente oferecidos aos turistas em Fortaleza. Nós tiramos de letra, porque dizíamos: “Não obrigada, já conhecemos”.

Maravilhosa despedida, até emocionante, sublinhada pela boa conversa do guia Marzinho, que é um destaque à parte, cujo único defeito (segundo o Paulo) é ser flamenguista. Brincadeira. Ele foi gentilíssimo, acima de tudo profissional e competente.

Obrigada pela gentileza de nos deixar no próprio hotel que reservamos. Os prospectos que Marzinho nos passou serão sem dúvida entregues aos amigos que têm perfil e sensibilidade para conhecer a região. Inclusive uma amiga de um colega de trabalho possui uma agência de turismo em Petrópolis, e eu faço questão de fazer chegar-lhe às mãos o prospecto de vocês com a recomendação do profissionalismo.

Obrigada mesmo. Adoramos. Foi um roteiro para ficar em nossas vidas como referência. Valeu mesmo.

A Rota das Emoções,  mais do que ser um roteiro “radical”, é encanto, é beleza, é paisagem móvel e viva, é “surra de areia” no bom sentido, é vento no rosto, é sol, é pura beleza, é tesouro escondido,  patrimônio natural,  santuário da natureza que o Brasil precisa descobrir.  Indescritível. Imperdível. De tirar o fôlego. Sem palavras.

Depoimento do casal, Heloisa de Leão Mattos e Paulo Edison Ferreira.

Postagem retirada do Proparnaiba.com