Nesta quarta-feira, 22, pesquisadores do projeto FaunaMar, apoiado pela Fundação Boticário de Proteção à Natureza, acompanharam a despesca de um curral no município de Cajueiro da Praia-Piauí, onde registraram a capturada incidental de uma jovem tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata).
O monitoramento das artes de pesca visa entender a interação das tartarugas e a pesca artesanal no estuário dos rios Timonha e Ubatuba, localizado na divisa do Piauí e Ceará; e litoral oeste do Ceará, área de atuação do projeto FaunaMar.
Segundo a técnica Aline Carvalho, o curral-de-pesca é uma armadilha construída com madeiras fixas ao solo e telas. “O curral é composto por três compartimentos: espia, sala e chiqueiro, onde os peixes ficam aprisionados. Além dos peixes, as tartarugas também são atraídas e acabam presas”.
A coordenadora do projeto, bióloga Kesley Paiva, comenta que o acompanhamento dos petrechos de pesca se dá através da parceria entre pescadores e projeto. “Quando aprisionada no curral, a tartaruga não morre, pois consegue subir à superfície para respirar, porém não se liberta sem ajuda do homem. Assim, a participação dos pescadores em trabalhos de conservação das tartarugas marinhas é de fundamental importância. Por meio da sensibilização, orientamos os pescadores para a soltura destes animais”.
Após a biometria, ou seja, comprimento e largura da carapaça, a tartaruga foi avaliada externamente e liberada com ajuda dos pescadores. “Não é comum localizar esta espécie em currais do estuário. Ficamos felizes em ajudá-la!”, disse o pescador Guloro.
A tartaruga-de-pente, também conhecida como tartaruga-verdadeira ou legítima é classificada como criticamente ameaçada de extinção a nível nacional e mundial. Esta espécie pode alcançar até 115 cm de carapaça e pesar até 150 kg.
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