O pescador Júnior de Sousa Leal e sua mulher Ingrid da Silva Sales, de 14 anos, estavam às 11h40 no Posto de Saúde de Ilha Grande, município do litoral piauiense a 353 quilômetros de Teresina, desde às 8h30 para falar com um nutricionista para tentar aumentar o peso de seu bebê de dois meses. Eles foram informados que deveriam esperar mesmo que chegasse às 12h porque se não fosse atendidos na quinta-feira terão que marcar para o mês de julho.
Júnior de Sousa Leal e Ingrid da Silva Sales declararam que quando precisam marcar consulta para os médicos têm que esperar uma semana e muitas vezes os médicos faltam ao trabalho e para marcar consulta têm que ficar das 20h do dia anterior até às 8h do dia seguinte.
Na quinta-feira, o Posto de Saúde de Ilha Grande, um município de 9.109 habitantes, não tinha médicos. Apenas cartazes afirmando que não haveria marcação de consultas para um dos médicos nos dias 15 e 17 de abril por motivos pessoais.
A Prefeitura de Ilha Grande informou para Ingrid da Silva Sales que a ambulância não estava disponível por estar com defeito mecânico, mas quando ela foi procurar seu padrinho para levá-la de carro para Parnaíba viu a ambulância passar vinda do povoado Morros.
“Eu vim pedir a ambulância e disseram que ela estava no conserto. Quando eu fui ter minha filha por não ter ambulância fui pedir ao meu padrinho para me levar para Parnaíba. Quando eu ia para a casa de meu padrinho vi a ambulância da Prefeitura de Ilha Grande vindo dos Morros. A gente vinha para o posto e eles sempre inventavam uma desculpa dizendo que a ambulância estava no conserto”, declarou Ingrid da Silva Sales.
A professora Silvana da Costa Sousa esperou das 8h até às 11h30 para falar com o nutricionista do Posto de Saúde e tinha que fazer almoço para seu filho e correr para as duas escolas que trabalha durante a tarde.
“Tive que esperar. Tenho que fazer almoço e ir trabalhar na escola às 13h, mas tem que ser assim porque se não fosse atendida hoje só vai ter vaga para o nutricionista em junho”, declarou a professora Silvana da Costa de Sousa.
Apesar da crise na saúde no município, a Prefeitura de Ilha Grande, gerida pelo prefeito Herbert Moraes e Silva, abandonou a construção da Unidade Básica de Saúde (UBS), que fica na entrada da cidade.
A obra UBS custou R$ 410.833 mil e está transformada em escombros e usada por traficantes e usuários de drogas.
A placa da Unidade Básica de Saúde de Ilha Grande informa que a construção começou no dia 15 de setembro de 2014 e deveria ter sido inaugurada em março de 2015, o que não aconteceu.
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