O senador João Vicente Claudino (PTB) criticou duramente a gestão de Wilson Martins (PTB) no governo. Para o petebista, os empréstimos feitos pela administração de Wilson para construir as duplicações das BRs 343 e 316, na saída de Teresina, foram desnecessários e comprometeram as finanças do Estado.
Os recursos, segundo o senador, estavam garantidos junto ao Governo Federal. "Conseguimos os recursos. Para mim, é um atraso endividar o governo para fazer uma obra federal. O Piauí tem a mesma capacidade? Não estou vendo a obra continuar. Decidimos que essa obra seria o ponto zero da bancada, para que a bancada fosse até o governo para que essa duplicação fosse tocada com dinheiro federal. É a única duplicação do Brasil feita com dinheiro estadual. Houve precipitação do governador. O goveno já vai perder um novo tempo. O Estado não tem condição de fazer, compromete as financças do Estado. Não vamos aqui enganar ninguém", afirmou.
João Vicente comentou também que a administração Wilson Martins concluiu apenas uma obra: a reforma do parque Potycabana. Todas as outras, como o rodoanel, não foram entregues. "O rodoanel é uma obra do tesouro estadual, virou a marca do governo. Mas, como muitas outras, não concluiu. Em Teresina, a única obra que foi concluída foi a reforma da Potycabana. Todas as obras de Teresina estão inconclusas", disse.
O senador desmentiu ainda que o senador Ciro Nogueira (PP) não tivesse comparecido ao encontro do PTB Mulher por estar em agenda com o governador Zé Filho (PMDB) e que tivesse demonstrando a tendência de migrar para o grupo governista. "O senador Ciro, desde que construímos esse caminho, ele tem sido muito firme, inclusive em entrevistas. Ele é coordenador da bancada. Ontem mesmo teve um almoço do senador Wellington Dias [PT] com a deputada Iracema [Portella, PP]. Eu sei que, em política, às vezes a gente faz uma situação pequena parecer mais grave, mas não há esse problema", afirmou.
O Partido Progressista, segundo JVC, é quem vai indicar o nome do candidato a vice de Wellington Dias (PT) na chapa de oposição. "O nome para formarmos a chapa é do PP. O PP é quem decide. Se não for dos quadros do PP, tem que ser um nome encaminhado pelo partido", esclareceu.
O nome mais lembrado é o da deputada estadual Margarete Coelho (PP). O próprio senador Ciro Nogueira já admitiu que há possibilidade de uma mulher ocupar a vaga de vice.
A chapa de oposição continua acreditando que mudanças ocorrerão e que novos partidos, como o PR, poderão aderir ao arco de partidos. "Acredito que novos partidos venham. Temos construído diálogos com lealdade, com transparência. Começamos pequenos, com três partidos. Então, não tem o que perder. Quem tem o que perder é o governo porque fez um arsenal muito grande. Não é fácil de compatibilizar isso. Do nosso lado, a gente tem construído de uma maneira muito franca. Temos estabelecido com o senador Wellington e com o senador Ciro para maio o encaminhamento desses entendimentos", declarou.
Volta lula ou fica Dilma
A respeito da movimentação nacional, com os boatos indicando uma possível troca da candidatura de Dilma Rousseff pela do ex-presidente Lula, João Vicente afirmou que outros partidos não devem inteferir. "Sou da base da presidente Dilma, como fui da base de Lula. Essa questão quem define é o PT. O PTB já firmou o entendimento político que companhará a reeleição da presidente Dilma e assim seguiremos", explicou.
Relembrando 2010
João Vicente aproveitou também a lembrança do episódio ocorrido em 2010, em que sua pré-candidatura ao governo havia sido preterida em nome da candidatura de Wilson Martins, para alfinetar.
Ele afirma que a resolução tomada naquele momento foi resultado de uma conjuntura e disse que jamais fez críticas a Wilson Martins ou a Wellington Dias em público. "A vida tem esses desencontros. Fiz parte de um governo sete anos. Tínhamos uma candidatura posta. Não estávamos brincando, tínhamos plano de governo. Houve esse desencontro. Mas em momento algum eu desfiz do governo que eu fiz parte. Nunca fui de criticar ou dizer que nada daquilo era verdade. Eu abomino esse tipo de discurso quando você vive num palanque e quando muda de lado você desfaz. Isso acontece aqui, em nível nacional. Como é esse exemplo de administração exitosa n se transforma em voto?", disse.
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