quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Delta do Parnaíba

Delta do Parnaíba
O primeiro a desbravar a região foi o navegante português Nicolau de Resende, em 1571, que perdeu toneladas de ouro em um naufrágio no litoral do nordeste do Brasil. O acidente foi próximo à foz do rio Parnaíba, que divide os estados do Piauí e Maranhão. Por 16 anos tentou, em vão, resgatar sua preciosa carga. Mas descobriu um tesouro ainda maior : "um grande rio que forma um arquipélago verdejante ao desembocar no atlântico". Nicolau havia descoberto o único delta em mar aberto das Américas  o delta do rio Parnaíba. A foz do rio tem a forma de delta (a letra grega, representada por um triângulo), se dividindo em 5 braços. Outros deltas em mar aberto ou oceânicos ocorrem na foz dos rios Nilo (África) e Mekong (Ásia). Mas o cenário do Delta do Parnaíba não existe igual.
O mapa do delta do rio Parnaíba, parece o desenho da palma da mão: o rio se divide em 5 bocas, cujas águas desembocam no oceano que, no sentido oeste-leste, são chamadas: Tutóia, Melancieira ou Carrapato, Caju, Canárias - todas maranhenses - e Barra do Rio Igaraçu, que desemboca no município piauiense de Luís Correia.
A área total é estimada em 2.700 km², distribuída de forma retangular. A orla tem 90 km de por 30 km de largura, onde estão os igarapés, os mangues, as dunas, as ilhas e ilhotas . As 80 ilhas e ilhotas, entre elas a Ilha Grande, do Paulino, Caju, Canárias e Ilha Grande Santa Isabel ocupam cerca de 80 mil hectares. 
O Delta tem suas atividades econômicas ligadas e influenciadas por quatro municípios: Parnaíba, Luís Correia, Araióses e Tutoia. As principais são a agricultura extensiva, a extração de sal marinho. A pesca também faz parte dessa lista e contribui com mais de 80% da arrecadação dos municípios, sustentando uma mão-de-obra informal de mais de quatro mil famílias. Destaca-se a coleta do caranguejo-uçá que nos últimos 10 anos, contribuiu com 40% do total de pescado produzido na região. O turismo e principalmente o ecoturismo, com o incentivo dos estados, poderá vir a ocupar o primeiro lugar em arrecadação na região.
O Delta é Área de Proteção Ambiental e Federal (APA) mas isso não tem adiantado muito. Só tem efeito burocrático, porque na prática a fiscalização ainda é ineficiente.

Um grande berçário 

Além de dunas, praias, rios e igarapés, o Delta do Rio Parnaíba é formando por extensas florestas de manguezais. O mangue é um dos ecossistemas mais ricos e vitais para o equilíbrio ambiental da zona costeira, onde a vida marinha se alimenta e se reproduz.

Os manguezais são considerados uma espécie de "maternidade do mar". É neste ambiente povoado por plantas exóticas e animais curiosos onde camarões, caranguejos, mariscos e muitas espécies de aves e peixes encontram alimento em abundância e abrigo seguro para se reproduzir. Os manguezais também são muito úteis para o homem. É uma importante fonte de recursos alimentares e econômicos. São utilizados como fonte de extrativismo vegetal através do aproveitamento madeireiro das espécies e a extração do tanino, substância usada na curtição de couros, peles e na pintura das velas das embarcações. A explicação para a alta produtividade dos manguezais é simples: a grande quantidade de matéria orgânica que chega à baías e enseadas através das desembocaduras de rios pelas marés.

A vegetação constitui-se de basicamente três tipos de mangues: 

Mangue Vermelho – possui uma profusão de raízes, que apresentam pequenos orifícios chamados lenticelas por onde as plantas respiram;

Mangue Negro – também conhecido como Siriba ou Siriúba, cresce onde a lama é mais firme e bem menos oxigenada, daí as raízes cresceram para fora em busca de ar;

Mangue Branco – ocorre em terrenos mais arenosos, próximo à terra firme.
 Edição:Voz de Ilha Grande | Fonte: Rota das Emoções

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