Pode faltar caranguejo em LC durante o período de Carnaval
ANDADA: Caranguejo também vai sair para o carnaval |
O crustáceo simplesmente deverá sumir das barracas devido à época da reprodução
A perspectiva de prejuízos com a falta do crustáceo é dos próprios donos de barracas. Segundo Gilmar Galeno, dono de uma das barracas mais movimentadas da praia de Atalaia, em Luís Correia, todos os barraqueiros juntos declararam ao Ibama um estoque de cerca de mil cordas de caranguejos para este período. Como cada corda contém quatro animais, todo o estoque não passará de quatro mil unidades.
Junta-se a isto o fato que os animais, que já estão em estoque, são muito frágeis e deverão morrer ou mesmo ficar impróprios para o consumo. Galeno explica que muitos animais já chegam até as barracas doentes por causa do sistema usado por pescadores no Delta do Parnaíba. Lá, algumas pessoas ainda usam o "cambito" para capturar o bicho nas "locas".
O cambito é um pedaço de madeira com uma ponta em forma de V que é usado para arrancar os caranguejos do meio da lama. Quando o bicho está sendo retirado termina se ferindo, perdendo pernas ou patas e morrendo poucas horas depois. "De cada 100 pegos desta maneira, 80 morre em poucas horas", diz ele.
Mas o problema na falta de caranguejos não vai atingir apenas as praias do Piauí. Como o caranguejo catado no Delta é exportado para muitos lugares do País, principalmente Fortaleza, no Ceará, é bem provável que os turistas que procurarem a capital cearense pesando em degustar umas patinhas passem batido.
A "andada", como é conhecido o período da reprodução dos caranguejos, é a época em que os bichos saem das tocas e vão à procura de acasalamento, daí a origem do nome. Mas diferentemente da época do defeso de outros animais, o período é de apenas cinco dias, intercalados por cerca de 40 dias.
Fora o problema enfrentado com a falta do caranguejo, a perspectiva dos comerciantes é de boas vendas no Carnaval. Eles apostam que milhares de turistas estarão nas praias do Piauí principalmente nas do município de Luís Correia, como a própria Atalaia, Coqueiro e Arrombado. Eles se apóiam nas promessas do Governo do Estado, através da Secretaria de Segurança Pública, de que vai haver reforço de policiamento com cerca de 130 policiais. Tudo isso sem contar que problemas como a falta de energia e de água potável não devem acontecer neste ano.
Fonte: Jornal Diário do Povo
Edição:Blog do Pessoa
Nenhum comentário:
Postar um comentário