domingo, 13 de fevereiro de 2011

Alunos de História da UESPI em sítio arqueológico da Ilha Grande

Em expedição à Ilha Grande de Santa Isabel, no último dia 5, estiveram no sítio arqueológico da Dona Dadá, em pleno centro geográfico da maior ilha do Delta do Rio Parnaíba: Danilton Nóbrega, Samuel Lima, Francisco Izailo, Wesley Ripardo, Diderot Mavignier e Vhanya Silva.
Orientados pela própria Dona Dadá, que dá seu nome ao sítio, e após caminhada para vencer aproximadamente quatro quilômetros de dunas, carnaubais e restingas, chegou-se ao lugar. Descoberto por Edeilcy Veras, a Dona Dadá, após a movimentação das dunas pelo vento que trouxe à superfície os restos da história. 
Moradora das proximidades, em suas caminhadas, topou com cacos de porcelanas, garrafas de vinho, moedas, utensílios de ferro, pregos, taxas, fivelas e acabamentos de cobre. Também foram encontrados cacos de cerâmica indígena, incluindo cachimbos.
Os cacos de porcelana mostram pratos, vasos, xícaras e outras peças de fabricação inglesa, holandesa e chinesa, vindas de fábricas como a J & G Meakin, e a Petrus Regouta CO. A primeira é inglesa fabricante de utensílios domésticos de porcelana desde 1851. A segunda é holandesa e está no mercado desde 1834.
Logomarcas da J & G Meakin 
Foto: www.thepotteries.org/mark/m/meakin_jg.html, e da Petrus Regouta Co 
Foto: http://reklamejadoel.blogspot.com/2010/12/dapet-lagi-teko-iklan-soesoe-hollandia.html
As garrafas de vinho são do Porto, Portugal, e trazem a inscrição RCVNP acompanhada de uma coroa. Esta garrafeira produz peças desde 1790, e o Vinho Velho do Porto Malvasia era uma das marcas portuguesas que envasavam seus produtos nesses vasilhames.
Vinho Velho do Porto Malsavia que utilizava vasos da Garrafeira RCVNP.
Foto: http://guarda-guarda.olx.pt/vinho-velho-do-porto-vende-se-iid-50188565
As moedas brasileiras do período imperial trazem datações dos meados do século XIX. No sítio, é encontrado grande quantidade de cacos de cerâmica indígena, como vasos, panelas e cachimbos.
O intrigante Sítio da Dona Dadá é um desafio para pesquisadores de várias áreas do conhecimento, e seus vestígios permitem começar a escrever uma história, principalmente da transnacionalidade do comércio de Parnaíba. Este comércio já se inicia com os índios tremembés, no século XVI (sem falar na polêmica vinda dos fenícios). Incluir a História de Parnaíba e do litoral piauiense nos currículos escolares, dos cursos universitários, já seria um bom começo e uma forma de respeito a nós piauienses.
Memória fotográfica da expedição (fotos Diderot Mavignier)
Diderot Mavignier para o Proparnaiba.com

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