Porto de Luis Correia: Esqueceram que o Piauí tem mar
O Piauí em matéria de investimentos tem sido esquecido ao longo de sua história e é o único estado brasileiro com fronteiras com o oceano a não possuir uma saída pelo mar, um porto na costa litorânea, é uma excessão vergonhosa.
Na tentativa de solucionar essa questão, os senadores se reuniram para um debate que ocorreu em clima acalorado e foi marcado por polêmicas.
Senadores pedem conclusão da obra.
Mesmo diante da notícia do ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito do Nascimento, de que as obras do Porto de Luís Correia, no Piauí, serão incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI) e Mão Santa (PMDB-PI) manifestaram indignação pela demora na conclusão do porto.
A indignação, manifestada em audiência realizada na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), é resultado de dois fatos concretos: o estado é o único do país que não possui um porto em sua costa litorânea e a obra de Luís Correia vem sendo prometida há mais de um século para a população piauiense.
- A construção do Porto é um sonho que todos do Piauí desejam ver realizado. Nós estamos vivendo de promessas e enganação - reclamou Heráclito Fortes, que considerou "irresponsável e eleitoreiro" o governo federal e o governador do estado, Wellington Dias, terem garantido a inauguração do porto para dezembro deste ano, o que não irá acontecer. Ele fez vários questionamentos ao ministro, especialmente sobre a possibilidade de não cumprimento de contratos pelas empresas contratadas para a realização das obras.
Pedro Brito negou que tenha feito qualquer promessa de data de inauguração do porto. Sobre as empresas, ele sustentou ter notícias de que os contratos com as mesmas haviam sido rescindidos pelo governo do estado. O ministro informou que as obras do porto, orçadas em R$ 474 milhões, já receberam investimentos de R$ 390 milhões, têm R$ 12 milhões assegurados por convênio recentemente aprovado e ainda precisam de R$ 70 milhões para ser concluídas, valores previstos no PAC.
Hoje, explicou o ministro, a prioridade é a conclusão de 100 metros de cais, para completar os 200 metros necessários ao funcionamento do porto.
O senador Mão Santa, por sua vez, reiterou sua indignação, lembrando que todo o estado vem sendo prejudicado em vários setores pela falta do Porto de Luís Correia. O custo do transporte e do frete dos transportes no Piauí é o mais alto do Brasil e as atividades de pesca e de turismo também sofrem pela ausência do porto, detalhou o senador.
A indignação do senador Mão Santa foi tamanha, que Fernando Collor (na foto) teve que levantar-se da cadeira de presidente e acalmar o senador piauiense, dizendo que entendia sua indignação, mas que deixasse o ministro continuar sua explanação, mesmo de errada.
- Eu não vou aceitar que não se respeite a memória daqueles que lutaram por esse porto. Quem conhece a história do Piauí sabe o que já foi feito de bom para o estado, especialmente na época do ministro João Paulo dos Reis Veloso, ao final da década de 70. De lá para cá, o Piauí tem sido discriminado e continua sendo por esse governo - protestou Mão Santa.
Também o ex-senador, que já foi presidente da CI, Elói Portela, convidado para a reunião, fez um relato histórico sobre o Porto de Luís Correia,lembrando as grandes dificuldades que o projeto enfrenta para sua conclusão.
Os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Delcídio Amaral (PT-MS) apoiaram o apelo dos senadores pelo Piauí. Casagrande, porém, destacou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dirige atenção especial à questão dos portos, criando uma secretária específica. Já Delcídio destacou o empenho da bancada piauiense em tentar obter recursos para a conclusão das obras do porto.
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