quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Saberes sobre o caranguejo são compartilhados entre pesquisador e pescadores

Na primeira sexta-feira do mês de setembro de 2015, com a presença de 27 pescadores dos Portos: Cajueiro de Baixo, da Lama e da Itã, no município de Cajueiro da Praia – PI, de comunitários e técnicos aconteceu mais um encontro pesca pesquisa com a presença do  pesquisador da Universidade Federal do Piauí – UFPI, pelo projeto Pesca Solidária, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental.
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O encontro pesca e pesquisa ocorre mensalmente com o objetivo de aproximar o que está sendo pesquisado com as informações que os pescadores tem da região em que sobrevivem. Nessa última conversa, o professor, doutor João Marcos Góes apresentou a experiência realizada em um ano de pesquisa, com o caranguejo, no Estuário dos rios Timonha e Ubatuba, nos estados do PI e CE.
Inicialmente foi perguntado o que representa para os pescadores a andada do caranguejo. A partir das respostas obtidas foi apresentado que a andada é o momento em que as fêmeas colocam os ovos no abdômen, onde as larvas se desenvolvem até serem liberadas na água, essa liberação por parte das fêmeas se dá por meio de uma ação de movimento do abdômen para frente e para trás. A partir daí as larvas são levadas pelas correntes em direção a outros manguezais afim de se desenvolverem.
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E ainda foi falado que desde a fase larval o caranguejo demora de 3 a 4 anos para se reproduzir quando se encontra com 3 a 4 cm de largura da carapaça. Uma das importâncias do caranguejo no mangue, é que além de servir de alimento para muitos animais também é um dos principais recicladores de matéria orgânica vegetal. Esse fato foi confirmado pelos pescadores quando disseram que ao tratar os peixes encontram em sua barriga pequenos caranguejos e camarões.
Nessa conversa foi lembrado o tamanho adequado em que o caranguejo-uçá deverá ser coletado, a partir de 6 cm de largura da carapaça e o que representa o período do defeso dessa espécie. Embora tenha sido verificado, na pesquisa realizada, que a abundância do caranguejo no estuário se encontra em boa quantidade (1,17 caranguejos/m2).
O pescador da Itã, Carlinhos perguntou se a quantidade de caranguejo encontrada no mangue, em Cajueiro da Praia comparada a de outros mangues, como se encontra. Segundo o pesquisador a média de abundância em Cajueiro comparada a outros lugares, se encontra em boa situação, e a população da espécie está reproduzindo de forma positiva sem efeitos de diminuição desse pescado.
Os pescadores falaram que um pequeno caranguejo chamado de maria teresa ou corredeira, embora pequeno é mais saboroso. Apresentaram que há pescadores que enchem uma lata de querosene e colocam para cozinhar no momento do cozimento tem cheiro de toucinho de porco. E que esse caranguejinho ainda serve como isca.
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A coordenadora de pesquisa do projeto, Francinalda Rocha afirma que esse momento de encontro entre pesquisador e pescadores é importante para a integração de informações, bem como a reiteração do cuidado com o ambiente que é rico como fonte de alimento dos pescadores.

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