quarta-feira, 23 de julho de 2014

Pesca Solidária realiza visitas técnicas a empreendimentos de agricultura familiar

No dia 19, o projeto Pesca Solidária, patrocinado pela Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental, realizou visitas técnicas com a Associação de Pescadores e Marisqueiras do Estuário do Timonha e Ubatuba (APEMTU) à 4 empreendimentos de agricultura familiar, no município de Viçosa do Ceará.
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Participaram dessa atividade, além de técnicos do projeto, 5 dirigentes da APEMTU e 7 convidados selecionados pelos associados em suas localidades. Essa visita teve por objetivos conhecer empreendimento solidários que possam contribuir e orientar a Associação em seus planejamentos e ações, e contou com a parceria do Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Agroecologia Cajuí.
As visitas técnicas, previstas no projeto, contribuirão para o alcance dos objetivos estabelecidos para incremento da renda das comunidades, a partir da agregação de valor ao pescado e do desenvolvimento de atividades produtivas de baixo impacto. Além dos empreendimentos desenvolvidos por associações ou individuais, é pretendido conhecer também instituições de pesquisa.
A primeira visita foi feita a uma feira orgânica organizada por um grupo de mulheres vinculadas ao Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Viçosa do Ceará. Lá aconteceram diálogos com diversos agricultores e agricultoras que comercializam de forma direta com o consumidor. Foi valorizado assim, a troca de saberes, além da degustação dos produtos cultivados sem o uso de agrotóxico e adubos químicos. A feira ocorre todos os sábados pela manhã, em frente ao Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Viçosa do Ceará.
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Junto a essa feira, foi visitado também um espaço coletivo duma cooperativa denominada Budega do Povo, uma rede de empreendimentos solidários que existe em 4 locais do Ceará. Seus membros são todos autônomos, que trocam mercadorias para viabilizar uma comercialização de maior alcance. A Budega do Povo fica localizada nos fundos do Sindicato e tem funcionamento diário das 8:00 às 12:00h.
Nesses espaços se pode verificar como é difícil a comercialização dos produtos num ambiente dominado pela falta de informações, onde o consumidor não tem conhecimentos sobre o que come. Na maior parte das vezes são alimentos com muitos insumos químicos que prejudicam a vida de quem os comem e do ambiente onde são produzidos.
Apesar disso, foi notado que cada vez mais, agricultores e agricultoras familiares conseguem resistir e melhorar suas vidas com a produção de alimentos mais saudáveis, embora que ainda em pequena escala.
Com isso, o grupo partiu para visitar duas propriedades que produzem alimentos e comercializam na feira e na Budega.
O primeiro local foi o lote do Jorgiel, assentado pelo programa Crédito Rural, do Governo Federal, no Assentamento Bom Jesus II em Tianguá, CE. Jorgiel está assentado há cerca de 5 anos e já foi trabalhador rural em unidades de produção de alimentos que faziam uso de muito agrotóxicos, mas percebeu que em sua terra não conseguiria produzir daquela maneira; por isso decidiu produzir sem o uso de insumos químicos.
Contudo ele enfrenta problemas estruturais nesse tipo de agricultura familiar, devido à inexistência de políticas públicas voltadas e adaptadas à essa forma de produção no Brasil: não existe assistência técnica e o acesso ao crédito é muito difícil.
Ainda assim produz uma infinidade de produtos como: tomate, cenoura, couve, beterraba, pepino, maxixe, quiabo, maracujá, com utilização de práticas como compostagem, vermicompostagem, biofertilizantes, cultivo protegido e viveiro de mudas próprio.
Na outra propriedade visitada, a do senhor Antônio José e Antônia Elizabete, foi possível observar maiores dificuldades na produção, pois estão localizados no distrito de Juá dos Vieiras, onde a água é um problema grande. Para lidar com isso, eles investiram em diversas tecnologias sociais, como a horta mandala e a barragem subterrânea, processos que visam otimizar a produção e garantir água durante toda a safra. Mesmo assim, os três últimos anos de seca provocaram grande perca de área agricultável e hoje se mantêm numa área menor, com produção de tomates.
Nesses dois lugares as dificuldades existem, porém a produção organizada com a família e solidária com os amigos da feira e da Budega do Povo, além do apoio dos comunitários das próprias localidades, é possível obter resultado, inclusive financeiros, pois comercializam com valor agregado, tendo em vistas a qualidade de seus produtos.

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Fonte/comissaoilhaativa.org.br

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