Foto: Proparnaiba.com
A única praia de Parnaíba, a Pedra do Sal, tem 8 quilômetros de extensão, fica a 15 quilômetros e uma curiosa divisão que parecem ser duas praias, uma tranquila, uma enseada, onde os pescadores saem e chegam com seus barcos pintados de cores fortes como amarelo, azul e vermelho;
E a outra de mar de mar bravio, cujas ondas se batem, revoltadas, contra as rochas, as pedras do sal, e chegam a até 1 metro e 60 de altura. Esse lado da praia de ondas altas é frequentado pelos surfistas.
O que separa as duas praias tão distintas é um conjunto de rochedos de granito que avança no Oceano Atlântico e vão de encontro contra as ondas. Dessa briga dos rochedos contra o mar saiu o nome de batismo da Pedra do Sal. Quando as ondas avançam suas águas nos rochedos restos de água ficam depositadas nas pedras, que sob a ação do sol viram sal. Os rochedos viram pedra do sal.
Os surfistas gostam da Pedra do Sal. Chegam cedo e fazem manobras. “Na Pedra do Sal é o único local do litoral piauiense onde as ondas são constante. É o melhor lugar porque Luis Correia não tem o fundo que tem a Pedra do Sal. Em Luis Correia, as ondas são mais deitadas”, afirma o surfista Patrick Alves, de 25 anos e há 11 anos praticando o surf, que participou do circuitos brasileiro, nordestino e piauiense de surf.
“O surf não é apenas um esporte para a gente, é para a vida. O surf mantém a gente na linha”, falou o surfista e fazendeiro Erick Matter, de 23 anos e 12 anos de prática de surf.
Ele afirma que a Pedra do Sal porque a praia e a Praia do Futuro, de Fortaleza (CE), têm as ondas mais altas do Nordeste. “É muita adrenalina e neste mar é possível fazer todas as manobras porque as ondas são altas e poderosas”, diz Erick Matter.
No lado calmo das águas da Pedra do Sal, os pescadores chegam com pescadas, bagres, camarões de suas viagens ao alto mar. “Conseguimos pegar bastantes peixes em pesca realizada durante a manhã. Por isso, nós somos pescadores”, afirmou o pescador José Damasceno Costa, que pesca com o pai José Maria de Oliveira Costa.
“O mar mais calmo é bom para os peixes”, falou o pescador Antônio de Jesus Querido das Meninas, enfiando uma palha nas bocas dos peixes que ia levar para casa. Assim convivem os que precisam da Praia Mansa e da Praia Brava, mais propícia para esportes náuticos, como o surf e o kitesurf.
Na praia existe um farol, construído em 1873 pelo Ministério da Marinha para orientar os navios sobre os riscos de colisão com as pedras que adentram ao mar e reaparecem a uma distancia de mais de 1 quilômetro podendo ser vistas na maré baixa. A praia possui um conjunto de dunas com lagoas formadas pelas águas das chuvas que ficaram acumuladas.
Usina de Energia Eólica abastece 40% dos 70 mil habitantes de Parnaíba
Os 20 aerogeradores da Usina Éólica. da empresa Tractebel Energia, instalados na praia da Pedra do Sal podem ser vistos a quilômetros de distância e são responsáveis pela produção de 18 megawatts, suficientes para o abastecimento de 70 mil pessoas, 40% da população de Parnaíba. “Quando mais vento, maior produção de energia”, afirma o diretor administrativo da Tractebel Energia,do grupo GDF Suez, em Parnaíba”, Márcio Leal.
Segundo ele, na Usina Eólica da Pedra do Sal os 20 aerogeradores, que possuem 55 metros de altura, produzem energia, que é transmitida por cabos subterrâneos até a uma subestação instalada no local. Na subestação tem um gerador que eleva a tensão da energia produzida pelos aerogeradores para de 13,8 mil volts para 69 mil volts, que é de alta tensão. A energia sai da Pedra do Sal e entra em sincronia com energia da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), em uma extensão de 25 quilômetros e é distribuída pela Eletrobras, a distribuidora de energia do Piauí.
A Usina Eólica da Pedra do Sal de 250 hectares, começou a funcionar em fevereiro de 2009, após investimentos de R$ 105 milhões. A Tractebel Energia apresentou projeto junto ao Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) projeto para a instalação de mais 13 aerogeradores de energia eólica também na Pedra do Sal, com investimentos de R$ 150 milhões para a geração de 30 megawatts de energia.
Márcio Leal disse que essa energia seria suficiente para abastecer em 100% Parnaíba e os municípios da região até Piracuruca. ”Com a instalação de mais 13 aerogeradores na extensão da Usina Eólica Pedra do Sal com a intenção de aumentar a nossa produção de energia de 18 para 48 megawattss. Isso significa que podemos abastecer toda Parnaíba e a região até Piracuruca”, falou Márcio Leal.
O ICMBio deu parecer favorável contra a extensão da Usina Eólica de Pedra do Sal alegando que pode atrapalhar a instalação de empreendimentos de turismo. A Tractebel Energia vai recorrer do parecer do ICMBio, mas se não tiver sucesso vai transferir os investimentos de R$ 150 milhões para o Ceará, onde apresentou dois projetos da mesma natureza, que foram aprovados e estão em fase de instalação.
A velocidade média do vento na Pedra do Sal é de 9 metros por segundo, mas chega a atingir 15 metros por segundos, o que permite a geração máxima da Usina Eólica. “Para a construção dessa usina não teve emissão de gases, não teve impacto no meio ambiente que seja expressivo porque menos de 5% da área da usina é de área construída. Não houve desmatamento porque é toda área de restinga, não tivemos supressão vegetal para a construção da usina. Fora isso, nós geramos uma energia limpa. Nós acreditamos que seja a energia do futuro”, disse Márcio Leal.
Meio Norte.
Edição: Proparnaiba.com
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