O presidente Michel Temer anunciou nesta sexta-feira (22) que o governo vai editar, na próxima semana, uma nova medida O provisória (MP) a fim de reduzir – dos atuais 70 anos – para 60 anos a idade para saques de cotas do PIS/Pasep.
A informação foi dada em entrevista coletiva concedida por Temer durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Alvorada.
“Como a MP caiu esse dias, na terça ou quarta nos estamos habilitados a reeditar essa medida provisória reduzindo a idade para 60 anos, não mais 65 e 62, mas 60 anos para todos”, acrescentou o peemedebista.
No encontro com jornalistas, no entanto, o presidente não deu detalhes sobre a medida provisória, como o calendário para saques.
MP anterior
O governo anunciou em agosto uma medida provisória que liberou para saques R$ 15,9 bilhões do PIS/Pasep – para cerca de 7,8 milhões de idosos. O calendário de saques teve início em outubro.
A medida beneficiou homens com 65 anos ou mais e mulheres com 62 anos ou mais, já que anteriormente a idade era de 70 anos.
Essa medida, no entanto, não foi aprovada pelo Congresso Nacional dentro do prazo de 120 dias previsto pela Constituição, por isso, o governo vai reeditar a MP. A perda de validade da MP não significa que os benefícios serão revistos.
‘Perdi tempo’
Em outro momento da entrevista, Temer foi questionado sobre se avalia ter perdido capital político com as denúncias dos executivos do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS.
O peemedebista disse acreditar que não perdeu prestígio no meio político, mas que perdeu tempo para aprovar projetos importantes, como a reforma da Previdência.
“Perdi tempo, na verdade foi isso […]. No mês de maio [quando vieram à tona as delações da JBS] estava tudo ajustado para aprovar a Previdência Social e não foi possível em face daqueles fatos”, disse o presidente.
Temer ainda justificou o fato de ter recebido o empresário Joesley Batista no período da noite e no Palácio do Jaburu.
“O rapaz que foi lá era um grande empresário, o maior empresário do Brasil, empresário que tinha conotações internacionais. Eu recebi ele [Joesley], como outros tantos empresários, banqueiros, sindicalistas, jornalistas no Jaburu e fora do Jaburu”, disse.
Temer afirmou que receber pessoas em qualquer horário é um hábito que ele tem desde a época que era parlamentar.
Popularidade
O presidente comentou ainda recentes pesquisas sobre sua popularidade. Levantamento feito pelo Ibope, divulgado na última quarta-feira (20), diz que o governo do peemedebista é aprovado por 6% dos entrevistados. Em setembro, a aprovação era de 3%.
“Quero dizer que a nossa popularidade aumentou 100%, foi de 3 para 6. Não é fácil”, disse.
Temer foi questionado no café sobre o impacto, na aprovação do governo, das duas denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República contra ele.
As acusações foram barradas pela Câmara dos Deputados e os casos terão continuidade apenas depois do término do mandato de Temer, em dezembro de 2018. O presidente reconheceu que o tema “prejudicou” o governo e a sua popularidade.
“Essa questão da corrupção, etc, prejudicou muito o governo e prejudica muito a popularidade”, afirmou.
Para Temer, o prejuízo provocado na popularidade foi “fruto de uma irresponsabilidade” de setores privados e de “uma figura do setor público”. O presidente não citou o nome do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que apresentou as duas denúncias contra ele.
Reforma da Previdência
O peemedebista também foi questionado sobre o que o governo vai fazer caso não tenha votos necessários para aprovar a reforma da Previdência em fevereiro do ano que vem. Temer disse que o tema continuará na pauta, mas, se a aprovação não for possível, “paciência”.
“A ideia é que se mantenha na pauta, nós vamos mantendo na pauta, se não conseguir, digo eu, paciência. Depois eu não quero ser pessimista, sou otimista, a esta altura já esta havendo esclarecimento que levarão aos amigos parlamentares a convicção que vale a pena aprovar a reforma da Previdência”, afirmou.
Ele disse ainda que, se as mudanças nas regras da aposentadoria não forem aprovadas, será ruim para a credibilidade internacional do Brasil.
G1
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