Nos últimos dias, pesquisadores do projeto FaunaMar, realizado pela Comissão Ilha Ativa – CIA e apoiado pela Fundação Boticário de Proteção à Natureza, registram ocorrências reprodutivas de tartarugas marinhas nos municípios de Camocim e Barroquinha, litoral oeste do Ceará.
Segundo a bióloga Kesley Paiva, o projeto realiza o monitoramento de praia em busca de encalhes vivos e mortos de tartarugas. Entretanto, durante a atividade é possível registrar algum processo reprodutivo destes animais. “Desde o início do projeto (2013) pescadores relatam a utilização da área para a desova esporádica. Em 2015 registramos quatro ninhos em Camocim. Nos últimos dias, flagramos mais processos reprodutivos em Camocim e hoje, o primeiro ninho em Barroquinha, confirmando as informações repassadas pela comunidade.
Os ninhos encontrados são cercados com estacas que protege e sinaliza, visto que estas áreas possuem intenso tráfego de veículos. Estes serão acompanhados durante toda a fase embrionária e a partir de 45 dias serão monitorados intensamente para presenciar o nascimento dos filhotes.
A bióloga explica que os ninhos encontrados, tanto em Camocim, quanto em Barroquinha foram confeccionados pelas fêmeas em áreas de trânsito de veículos. “É possível observar que as câmaras de ovos estão exatamente nas trilhas dos carros. Quando os veículos passam sobre o ninho compactam a areia e dificultam o desenvolvimento dos embriões e/ou a saída dos filhotes. A marca de pneus também dificulta a caminhada dos filhotes em direção do mar, além disso, podem ser atropelados no trecho ninho-mar”, disse Kesley.
As tartarugas marinhas são espécies de vida longa. Atingem a maturidade sexual entre 20 e 30 anos. A cada mil filhotes, apenas um ou dois chegarão a fase reprodutiva.
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