quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Caranguejo do Delta do Parnaíba não está na lista de extinção


Guaimum gigante (Crédito: divulgação)
Guaimum gigante (Crédito: divulgação)
Diferente do que foi afirmado numa notícia reproduzida por alguns blogs parnaibanos, o caranguejo fonte de renda de milhares de catadores do Delta do Parnaíba ainda não está na lista de extinção.
Na última quinta-feira (18), o Ministério do Meio Ambiente publicou uma lista de 1.173 espécies ameaçadas, que se subdividem em três categorias: Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU).  Na lista, consta os nomes de algumas espécies de crustáceos, incluindo o do caranguejo Guaiamum.
Guaiamum
Guaiamum
Guaiamum é o nome vulgar do invertebrado aquático conhecido cientificamente como (Cardisoma guanhumi, 1828), que também vive nas regiões litorâneas em áreas de manguezal e restinga do Brasil. Alimenta-se principalmente de peixes e matéria orgânica morta e trata-se de uma espécie economicamente importante, sendo capturada por pescadores artesanais. Este crustáceo possui, como peculiaridades básicas, o tamanho avantajado. Apresenta-se com carapaça azulada, com cerca de dez centímetros de comprimento. Chega a pesar acima de 500 gramas e sua fêmea em época de desova, assume a coloração da carapaça em tons na cor creme ou amarelada.
Guaiamum fêmea - Foto: Ana.
Guaiamum fêmea – Foto: Ana.
Já o nosso velho conhecido e apetitoso caranguejo Uçá, denominado cientificamente como (Ucides cordatus, 1763) ainda não está na lista de extinção.  Apesar de possuir as mesmas características de habitat e também sofrer com a caça predatória, se diferencia por ser uma espécie muito menor que o Guaiamum e comum nos mangues do litoral piauiense. Alimenta-se principalmente de folhas em decomposição, frutos e sementes de mangue-preto e torna-se uma delícia saboreado na praia de Atalaia, em Luís Correia.
Caranguejo Uçá - (Ucides cordatus)
Caranguejo Uçá – (Ucides cordatus)
Mas, nem tudo são flores. Mesmo com o período de defeso do caranguejo-uçá, que proíbe-se a cata, a comercialização, a manutenção em cativeiro, o transporte, a industrialização, o armazenamento e o beneficiamento do crustáceo, as fontes oficiais apontam que a preservação obrigatória não vem sendo respeitada como deveria e isso certamente ocasionará a entrada desta espécie para lista de extinção em menos de dez anos, caso os catadores não se conscientizem da tamanha problemática que vem ocasionando a diminuição desta espécie.
Valeu o susto! Serviu de alerta a todos em nosso litoral. Consciência é o caminho da preservação da natureza.
A todos, um bon appétit!

Roderico Júnior, do Portal Luís Correia

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