A atividade realizada pelo Projeto Senhor das Pedras, patrocinado pela Fundação Boticário de Proteção à Natureza, aconteceu em parceria com o projeto Sociobiodiversidade da Ilha, financiado pelo Tropical Forest Conservation Act-TFCA. Ambos são realizados pela Comissão Ilha Ativa-CIA, ONG que atua na Área de Proteção Ambiental-APA Delta do Parnaíba, que envolve os estados do Piauí, Ceará e Maranhão.
Segundo a coordenadora técnica, bióloga Kesley Paiva, o projeto tem como objetivo promover a conservação do mero por meio de pesquisas e educação ambiental. “No Brasil já há certo conhecimento científico sobre este peixe marinho. No Piauí, essas informações são ainda mais escassas. Assim, o projeto vem contribuir com o levantamento de informações na região, que serão importantes no desenvolvimento de estratégias de conservação deste animal criticamente ameaçado de extinção” comenta a pesquisadora.
A bióloga Liliana Souza explica que os mergulhos ocorrem em pontos indicados por pescadores. “Na primeira fase do projeto realizamos entrevistas com nossos parceiros de praia, os pescadores. Estes profissionais possuem a vivência e passam seu conhecimento, sobre a bioecologia do mero, de sua atividade pesqueira e de vida. Os locais indicados estão sendo mapeados e visitados por meio de mergulhos para confirmar a presença dos meros”, relata Liliana.
Durante a atividade deste fim de semana, dois pontos na praia Pedra do Sal foram visitados. Em um destes, a equipe registrou um exemplar de mero. O animal tinha aproximadamente 1,5 m de comprimento e estava a uma profundidade de 19 metros. “Pelo tamanho do animal e demais características é possível que este não seja o mesmo indivíduo encontrado em nosso último mergulho realizado no dia 09.06. As imagens dos dois mergulhos serão analisadas em programas específicos, o que possibilitará determinar se realmente são dois exemplares distintos”, disse Kesley.
Além do mero, a equipe registrou a faúna marinha (ictiofauna) do local, onde foram observados peixes como curuca, biquara, budião, parum, salema, pampo, cirurgião e outros de diversos tamanhos e cores.
De acordo com a equipe, a diversidade de peixes da área é acompanhada por meio do monitoramento de desembarque pesqueiro, onde são registradas as espécies comerciais e não comercias. “Os mergulhos permitem o registro do mero em seu ambiente natural, mas também oportuniza o encontro com diversas espécies da fauna marinha local. Além disso, perceber o quanto é rica nossa biodiversidade, a necessidade de proteção das espécies e seus ecossistemas, bem como o envolvimento entre pesquisadores e comunidade para alcançar a conservação deste patrimônio natural da região do Delta do Parnaíba”, finaliza Kesley.
Fotos: Vinícius França/Comissão Ilha Ativa
Fonte/comissaoilhaativa.org.br
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