domingo, 16 de novembro de 2014

Parques eólicos produzirão metade do consumo de energia do Piauí

A expectativa é que até julho de 2015 a produção chegue a mais de 400 MW, o que corresponde a metade do total consumido atualmente.

O Piauí é um estado com potencial para a geração até 1.000 MW de energia eólica. Atualmente, são produzidos no Estado apenas 88 megawatts (MW), dos quais 20 MW são distribuídos para usuários. O restante é utilizado pela própria usina.

A expectativa é que até julho de 2015 a produção chegue a mais de 400 MW, o que corresponde a metade do total consumido atualmente pelos piauienses. Mas distante da capacidade estimada para o Estado. Em 2016, o Governo do Estado espera uma produzir 560 MW. Hoje Piauí ocupa o 24º lugar na produção de energia eólica no País.

Os 20 MW distribuídos são oriundos do parque eólico Pedra do Sal, gerenciado pela empresa Tractebel. O local apresenta um investimento inicial de R$300 milhões, além deste empreendimento, outro projeto no litoral do estado da empresa Ômega Energia já foi implantado e, desde o mês de março deste ano, está produzindo 70MW de energia limpa. O planejamento do parque contempla uma segunda fase de expansão com mais 70MW.

Airton Feitosa, gerente regional de Operação Oeste da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), garante que toda a energia que está sendo produzida no Estado através de usinas eólicas estão sendo utilizadas, mas deixa claro que não há um controle para que essa energia fique exatamente no Piauí.

“A energia é completamente aproveitada, mas não necessariamente no Piauí. Com o novo sistema interligado, que começou em 1983, podemos estar consumindo energia de diversos pontos do Brasil”, completa.

BNDS anuncia financiamento de parques eólicos no Piauí

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou, em comunicado divulgado na última quarta-feira (12), aprovação de financiamento de R$ 422,3 milhões para dois projetos eólicos com capacidade de geração de 201,56 MW. Um deles fica no Piauí.

Dado o detalhamento do banco, os recursos serão destinados à construção de seis parques nos municípios de Caldeirão Grande do Piauí e Marcolândia Piauí, denominados Complexo Eólico Chapada do Piauí II, além de financiar também o parque Morro dos Ventos II, no nos municípios de João Câmara e Parazinho, no Rio Grande do Norte.

No Parque Chapada do Piauí II, os recursos aprovados para os parques eólicos chegam ao valor de R$ 338 milhões e funcionarão como são empréstimo-ponte, isto é um tipo de empréstimo de curto prazo destinado a preencher a lacuna entre dois empréstimos de longo prazo de financiamento.

A operação ainda encontra-se em análise no banco e a aprovação do empréstimo contribuirá para a execução dos investimentos até a conclusão do processo no BNDES, informou o banco.

Esses parques terão capacidade de geração de 172,4 MW e serão conectados ao Sistema de Interligado Nacional (SIN). O complexo eólico contará com 100 areogeradores fornecidos pela GE e criará 2.750 empregos diretos e indiretos durante as obras, segundo informações apuradas pela instituição de fomento.

Energia eólica é fonte renovável e sua utilização exige um conhecimento dos ventos

A energia eólica, produzida a partir da força dos ventos, é abundante, renovável, limpa e disponível em muitos lugares. Essa energia é gerada por meio de aerogeradores, nas quais a força do vento é captada por hélices ligadas a uma turbina que aciona um gerador elétrico. A quantidade de energia transferida é função da densidade do ar, da área coberta pela rotação das pás (hélices) e da velocidade do vento.

A avaliação técnica do potencial eólico exige um conhecimento detalhado do comportamento dos ventos. Os dados relativos a esse comportamento - que auxiliam na determinação do potencial eólico de uma região - são relativos à intensidade da velocidade e à direção do vento. Para obter esses dados, é necessário também analisar os fatores que influenciam o regime dos ventos na localidade do empreendimento. Entre eles pode- -se citar o relevo, a rugosidade do solo e outros obstáculos distribuídos ao longo da região.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil possui 248 megawatts (MW) de capacidade instalada de energia eólica, derivados de dezesseis empreendimentos em operação. O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, elaborado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), mostra um potencial bruto de 143,5 GW, o que torna a energia eólica uma alternativa importante para a diversificação de geração de eletricidade no País. Complexo na Chapada do Araripe gerará 3 mil empregos.


Por Francicleiton Cardoso/Portal O Dia

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