Uma fisioterapeuta que não teve seu nome informado foi presa em flagrante nessa terça-feira (24) em Parnaíba, litoral do Piauí, suspeita de torturar a própria filha.
Central de Flagrantes de Parnaíba |
O delegado Eduardo Aquino, responsável pela autuação, disse que um laudo pericial confirmou lesões antigas e recentes e que a menina se alimentava mal e tinha o cabelo cheio de piolhos. As professoras da escola onde a criança estudava denunciaram o caso. A mãe teria afirmado que “perdeu a cabeça” e que as agressões aconteceram apenas uma vez.
Segundo o delegado, a denúncia chegou à Central de Flagrantes porque a menina foi à escola usando um casaco. As professoras desconfiaram porque a criança já havia apresentado lesões anteriormente.
“Mas dessa vez eram muito maiores. Ela tem lesões antigas e recentes, o que foi confirmado pelo laudo, que destacou ainda que foram causadas de forma cruel. A situação é de chocar, ela está muito lesionada mesmo. A mãe está presa e vai continuar até a Justiça decidir o caso, porque o crime é inafiançável”, explicou.
Ele disse que a mãe chorou ao saber que ficaria presa e que alegou que a criança não se comportava bem e que, estressada, teria perdido a cabeça e a agredido apenas uma vez. “Mas além do laudo, a criança relata tudo com clareza, que apanhou diversas vezes, não apenas com o cinto, mas com galhos, varetas. Algumas lesões dá pra perceber que foram feitas com a fivela do cinto”, descreveu o delegado.
Além dos vários hematomas, os maus tratos se estendem à higiene precária e má alimentação da criança. “A menina tem dores de estômago frequentes e conta que a mãe disse que era ‘frescura’ da criança. Ela estava bastante suja e ainda com muitos piolhos. Isso não se explica por problemas financeiros, a família tem boas condições”, relatou.
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O padrasto também é suspeito de agredir a menina, mas não ficou preso porque não houve situação de flagrante. Ele se apresentou à polícia espontaneamente. “Mas isso ainda será investigado e posteriormente pode ser pedida a prisão dele”, informou. Além da mãe e do padrasto, a menina morava com uma irmã adolescente, que ainda não foi ouvida.
O caso seguirá agora para a Delegacia do Menor de Parnaíba. A criança está sendo cuidada, agora, por uma professora da escola onde estudava. Ela será acompanhada pelo Conselho Tutelar e por uma equipe de psicólogos até o fim do inquérito.
“Toda criança dessa idade estressa os pais, isso não é justificativa para a forma como ela foi agredida. O crime de tortura está comprovado sem dúvidas. A menina parece bem emocionalmente, conta tudo com clareza e lucidez, mas receberá este acompanhamento”, finalizou Eduardo Aquino.
Por Maria Romero/G1 | Edição: Jornal da Parnaíba
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