sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Parque eólico e Kitsurf desequilibram ecossistemas no litoral

Os pescadores e moradores de comunidades próximas ao litoral do Piauí e ao Delta do Parnaíba garantem que a instalação de parques eólicos e a prática descontrolada de Kitsurf têm provocado fortes desequilíbrios ao ecossistema local. No fim do ano passado, um fórum discutiu a situação.
“Os parques eólicos e a prática do Kitsurf, aliados ao turismo sem controle, a especulação imobiliária, a falta de aterros sanitários são os maiores impactos negativos atuais e vêm promovendo descaracterização de ecossistemas Marinho”, afirmou em nota Tânia Martins, coordenadora da Rede Ambiental do Piauí.
O I Fórum de Território e Direitos das Comunidades Tradicionais do litoral do Piauí foi realizado entre os dias 8 e 10 de novembro do ano passado e elencou problemas que até então passavam despercebidos.
No caso dos geradores eólicos, moradores reclamam que houve a diminuição do número de morcegos e outras aves na região, necessárias para polinização. Presente durante a discussão, Samuel Oliveira, que é coordenador de Meio Ambiente da Ômega Energia, garantiu que está empenhado em dialogar e resolver conflitos.
“As estórias narradas revelam violação de direitos humanos após a instalação dos aerogeradores, chamados por eles de cata-vento dentro das comunidades. Informaram que foram derrubadas perto de duas mil árvores e que até mesmo os insetos, impedidos de circular livremente por todas as áreas, se refugiaram em suas casas, sem contar o barulho das hélices em funcionamento”, informa a nota com a ata do Fórum.
Sobre a prática de Kitsurf na praia de Pedra do Sal, a analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Patrícia Claro, garante que a prática vem promovendo impactos socioambientais preocupantes. Segundo ela há desaparecimento de peixes de superfícies como tainha, saúna, curimã e tamatarana, ocasionado pelas manobras do kit na água.
Ela ainda garantiu durante as discussões que os praticantes do esporte não respeitam as bocas de barra, que são consideradas maternidades marinhas. O presidente da Associação de Kitsurf do Piauí, Marcos Vinicius, defendeu os associados, número ínfimo em relação aos que frequentam as praias e admitiu que não tem como controlar o pratica do esporte por todo o litoral, já que não existe regulamentação.

Parque eólico e Kitsurf desequilibram ecossistemas no litoral | Chamada Geral

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