Por:Zózimo Tavares
o governador Wilson Martins está querendo assegurar apoio para a sua candidatura ao Senado, ele está fazendo tudo certo, nestes poucos dias que lhe restam de governo; se ele quer rifar a candidatura do deputado federal Marcelo Castro (PMDB), lançado por ele à sua sucessão, também está no caminho certo; e se ele costura o engessamento completo do futuro governador Zé Filho, não poderia estar fazendo melhor.
Na base governista, não são poucos os que veem o governador movimentando-se nessas três direções. Mesmo tendo despejado o PT do governo, na virada do ano, ele ainda mantém muitos petistas nos cargos. Entre seus aliados, não há dúvida: com isso, Wilson Martins está de olho nos votos deles para a sua candidatura ao Senado - ainda que todos votem no senador Wellington Dias para governador.
Este seria o caminho mais curto para enterrar a candidatura do deputado Marcelo Castro, que, se teve seu nome recebido com entusiasmo, num primeiro momento, quando foi lançado ao governo, vem agora encontrando dificuldades dentro da base governista para deslanchar. O problema não está nele, mas no tamanho da base. Em vários municípios, lideranças que se rivalizam na disputa pelo espaço local e rezam na cartilha do governo ainda não se convenceram que devem se juntar no palanque de Marcelo.
Em relação ao vice-governador, Wilson simplesmente não tomou conhecimento dele até agora. Exemplo: os acordos políticos fechados com partidos atraídos para a base não passaram pelo crivo do vice. Secretarias estão sendo distribuídas pelo governador sem o aval de Zé Filho, que, pelo que imagina Wilson, assumirá o governo no início de abril sem escolher muitos de seus secretários e também sem poder mandá-los embora.
Com tais articulações, o governador fortalece inegavelmente a candidatura dele, mas não necessariamente a chapa majoritária governista. Se, por algum motivo, o futuro governador passar a caneta nos secretários que estão sendo convidados por Wilson, ele imagina que não sofrerá abalos. A conta seria cobrada de Zé Filho e do candidato a governador, não dele, que continuaria a merecer os votos dos eventuais demitidos.
Por estas e outras, as forças de oposição têm jogado todas as fichas no racha da coligação governista, depois da posse do novo governador, em abril. Pela movimentação de Wilson Martins, isso de fato só não ocorrerá se Zé Filho se contentar em dar uma de Guilherme Melo, que teve pouca ou nenhuma influência na eleição de seu sucessor, em 1994, quando, mesmo contando com uma máquina invejável, o governo foi derrotado.
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