A riqueza das rendas dos Morros da Mariana

A renda é um tipo de artesanato, e no Morro da Mariana, na cidade de Ilha Grande do Piauí, a arte é marcante.

No município, mais de 180 mulheres fazem do oficio de tecer as rendas, um dos alicerces do sustento familiar.

E para alcançarem a melhoria das condições de trabalho, maior produtividade e renda, em 1993, foi criada a Associação de Rendeiras do Morro da Mariana que atualmente congrega cerca de 120 mulheres.

A fama veio em 2001 quando o estilista Walter Rodrigues apresentou o trabalho delas no São Paulo Fashion Week. Segundo a presidente da associação, Maria do Socorro, o renomado estilista abriu a mente das rendeiras para que elas ampliassem seus horizontes e passassem a atuar no mundo da moda.

Como exemplo do prestígio dessas mulheres, durante a posse para o 2º mandato do presidente Lula, a ex-primeira dama do Brasil, Marisa Letícia, usou um vestido com rendas produzidas por essa associação. E a lista de famosos atraídos por essa mistura de requinte e sofisticação é grande.

Os produtos produzidos variam de 5 a 380 reais. As peças originais são encontradas somente na associação, porém alguns estilistas e donos de lojas compram peças para a produção de outras roupas. Como é o caso da estilista Georgina Nogueira.

Além da associação, a cidade também possui a cooperativa das rendeiras do Delta, que há um ano vem conquistando pessoas de todo país. Por aqui tem a adolescente Luana Oliveira que aos poucos vai aperfeiçoando sua habilidade.

Porém as surpresas não param por aí, investigamos  e achamos UM RENDEIRO, pois é, um homem, no meio de tantas mulheres, numa profissão tipicamente feminina..

A arte que passa de mãe para filha há décadas, continua encantando todo mundo que vê uma das peças, sejam elas de uso pessoal ou doméstico. Eu quis sentir na pele como é ser uma rendeira. E com a ajuda da professora Laura Souza, consegui tecer um pouco da renda, mesmo que de forma desajeitada.

Como você pode perceber o trabalho é grande e o produto de alta qualidade. Mas infelizmente pouco valorizado pelos da terra.

Por Jullyane Sena