No fim da tarde desta quarta-feira (15), olhe bem para o céu e veja a Lua mudar de cor, do seu cinza habitual para um laranja ou até vermelho escuro. E aproveite bem porque essa é a única vez que você vai poder ver o fenômeno, um eclipse total da Lua, neste ano no Brasil.
Eclipses lunares acontecem em média duas vezes por ano. O fenômeno acontece quando a Terra fica diretamente entre o Sol e a Lua, bloqueando os raios solares – isso projeta uma sombra do planeta sobre a Lua. À medida que o satélite natural da Terra se move e entra na área de sombra, acaba mudando de cor.
Essa mudança acontece porque alguns raios do Sol ainda conseguem passar pela atmosfera da Terra, sofrem um desvio e chegam à Lua. Nossa atmosfera acaba filtrando a maior parte da luz azul, deixando o vermelho que é visível no eclipse lunar. Partículas de poluição ou aquelas geradas por vulcões, por exemplo, podem alterar ainda mais essa coloração.
O eclipse começa oficialmente hoje às 14h24, mas ainda não será possível ver nada a olho nu por alguns motivos. O primeiro é que a Lua vai estar em uma região da sombra da Terra chamada penumbra, em que apenas alguns raios do Sol são bloqueados. Isso faz com que o fenômeno não seja visível a olho nu.
O segundo é que a Lua ainda não vai ter nascido no Brasil nessa hora, então não dará para ver qualquer eclipse mesmo. Alexandre Cherman, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro, diz que os brasileiros vão pegar o eclipse no “anticlímax”.
– O eclipse começa quando a Lua não nasceu. Vai estar rolando, mas a Lua vai estar abaixo do horizonte, então não vamos poder ver todo o eclipse. Quem mora na África vai poder [por causa do fuso horário].
Às 15h22, a Lua entra em uma região da sombra da Terra chamada umbra, em que todos os raios solares são bloqueados. Nessa fase já daria para ver o eclipse, se fosse um pouco mais tarde e a Lua fosse visível no céu, o que não é o caso a essa hora. A Lua deve nascer por volta das 17h30 hoje, pouco depois de o eclipse chegar a seu ponto máximo, às 17h13. O eclipse será visível até as 19h02.
Para ver o melhor do eclipse, a dica de Gustavo Rojas, físico da UFScar (Universidade Federal de São Carlos), é olhar para o leste – o local em que a Lua nasce. Você precisa estar de costas para o local em que o Sol estará se pondo, no oeste. O ideal é estar em um lugar sem muitos prédios ou morros ao leste, para não tapar a visão da Lua.
– Se você estiver em um local com um monte de prédios ou em uma baixada, não vai conseguir ver o horizonte. A praia é um bom local [para ver o eclipse].
Rojas conta que os eclipses lunares já foram muito importantes para a ciência. Foi por meio da análise deles que os gregos antigos viram que a Terra era redonda ou que se fizeram alguns dos primeiros cálculos da distância entre a Terra e a Lua. Mas hoje, segundo ele, o fenômeno “não traz muita informação”.
– Hoje em dia o principal atrativo é ser algo educativo, que faz as pessoas se interessarem pelo espaço, pela ciência.
Outro eclipse lunar vai acontecer no dia 10 de dezembro, mas ele não será visível no Brasil.
Fonte: R7
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