O fotógrafo e documentarista André Pessoa esteve pela primeira vez no Delta do Parnaíba, fronteira natural entre o Piauí e o Maranhão, na década de 1990. Dessa experiência, confessa que ficou decepcionado com o passeio que levava os visitantes até a Foz do Rio Parnaíba, também conhecido geograficamente como Barra das Canárias.
“A embarcação era daquelas grandes com som muito alto, bebidas e festa à bordo. O rio estava com as águas turvas, cor de caramelo, e o passeio não trazia novidades, apenas uma parada para banho no encontro do Parnaíba com o oceano Atlântico”.
O fotógrafo conta que foi só na década de 2000 que descobriu e se encantou com o Safari Fluvial, um passeio organizado pelo ambientalista Joaquim Vidal e apoiado pelo presidente da Piemtur na época, o geólogo Patrocínio Paes Landim. “O roteiro mostrava um “outro” lado do Delta, uma região biodiversa e com uma fauna impressionante”.
Naquele período, lembra André, o passeio começava no rio Igaraçu, que corta a cidade de Parnaíba, e seguia pelos igarapés do Delta do Parnaíba mostrando um ambiente desconhecido e selvagem.
“Na minha carreira como documentarista eu já estive em diferentes safaris na África, no entanto, o que acontece no Delta não é diferente, só que ao invés de ver leões, girafas ou elefantes, lá temos a oportunidade de ver macacos-prego capturando caranguejos nos mangues, famílias de macacos-guaribas, gaviões e tucanos coloridos no céu, serpentes, jacarés, peixes e mamíferos como a Capivara nos rios, e muitas outras surpresas que deixam os visitantes encantados”.
Nos anos seguintes, André relata que realizou o passeio ao Delta diversas vezes, agora saindo do Porto dos Tatus, no município de Ilha Grande do Piauí. “Fico imaginando como a presença desses animais selvagens no Delta do Parnaíba vem ajudando a incrementar o turismo e consequentemente todos os benefícios que isso acarreta. Um exemplo claro dessa evolução é a história do pescador, mateiro e biólogo autodidata Pedro da Costa Silva, mais conhecido como Pedro Holandês. Trabalhando com turistas do mundo inteiro no Delta do Parnaíba, em especial europeus, ele se tornou um poliglota falando fluentemente holandês, alemão, francês e também se expressando em inglês e espanhol, se necessário”, diz.
(Por:Isabel Carodoso/MN)
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