A presença do peixe-leão representa um risco para as espécies nativas. Além disso, os animais podem causar ferimentos aos humanos por causa dos espinhos.
Para a professora Edna Cunha, coordenadora da pesquisa pela UFDPar, a presença do peixe-leão representa uma grande ameaça para a vida marinha e representa riscos à nossa saúde. A espécie venenosa não é natural do Brasil, mas há ocorrências de aparição na costa do Pará, Fernando de Noronha (PE), e no Ceará, o que tem deixado especialistas em alerta.
“Normalmente a introdução dessa espécie se deve ao descarte pelos aquaristas. A gente não tem como precisar essa introdução, a ocorrência no Piauí . É importante pesquisas de monitoramento e ações direcionadas para diminuir esses animais”, explicou.
ICMBio e UFDPAR disponibilizam canais para comunicar presença do peixe-leão no Piauí — Foto: Divulgação |
A orientação é que em casos de captura dos animais, pescadores e mergulhadores devem entrar em contato com autoridades e não devolvê-los ao mar. Geralmente, os peixes da espécie não ficam em terrenos arenosos, como a areia da praia, pois preferem superfícies duras e rochosas, como os corais.
Desde janeiro de 2022, o peixe-leão tem aparecido em praias brasileiras. Os primeiros casos foram detectados por pesquisadores do arquipélago de Fernando de Noronha, no Pernambuco. Em abril, outros peixes-leão foram encontrados no mar do Ceará.
O segundo peixe-leão, desta vez filhote, foi encontrado por um mergulhador também na Praia de Barra Grande, em Cajueiro da Praia. No entanto, o animal não foi entregue para o ICMbio ou UFDPAR, como orienta os pesquisadores.
Ao g1, o ICMBio revelou que outros cinco peixes-leão foram capturados por pescadores na última semana no litoral piauiense e serão encaminhados para pesquisa na UFDPar. Eles foram encontrados próximos aos corais e medem de 10 a 12 centímetros, por isso são considerados jovens.
“Os pescadores estão informando os locais que os animais estão sendo capturados. Eles contaram que o aparecimento dessa espécie vem diminuindo a presença de outros peixes, camarões e outros crustáceos na região, provavelmente estão servindo de alimentos para os peixes-leão. Infelizmente eles não têm predador natural no mar e se reproduzem muito rápido”, informou Maryna Reis, da ICMBio.
Equipes da ICMBio e os pesquisadores da UFDPar estiveram na sexta-feira (29) em Bitupitá (CE), onde um pescador foi hospitalizado após pisar em um peixe-leão. Eles participaram de uma reunião com orientações sobre a espécie.
Nesta quarta-feira (4), a Instituto irão promover uma reunião com a população e pescadores para levar as informações sobre o animal e a melhor maneira de manusear a espécie.
“A orientação é que mantenha congelado. Não aconselhamos os banhistas a tentar capturar o animal, mas apenas indicar o local que ele foi visto. Pessoas experientes com os pescadores e mergulhadores são as mais indicadas para o manuseio com o peixe”, explicou Maryna Reis.
Com informações do G1 PI
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