A denúncia em torno dos gastos do Governo do Estado com o aluguel de veículos, durante o mandato do então governador Wilson Martins, publicada com exclusividade pelo Capital Teresina, não mostrou apenas que o ex-governador gastou uma fortuna com carros alugados.
Tampouco, não esclareceu tão somente que Wilson Martins gastou mais do que seu antecessor no governo: Wellington Dias. Na verdade, a notícia sobre os gastos astronômicos com a locação de veículos, no governo passado, revelou que Wilson Martins fez tudo o que prometeu combater.
Ou seja, o pré-candidato do PSB ao Senado praticou o que dizia condenar, de maneira demagógica, e com o objetivo de desconstruir a imagem do senador Wellington Dias (PT), pré-candidato ao Governo do Estado. Quem não se lembra das primeiras semanas do mandato de Wilson, que, por vias indiretas, através de emissários ou notas e notícias plantadas na imprensa, denunciou os gastos com carros alugados na administração de seu antecessor no Palácio de Karnak? Aliás, o governo petista, aliado do PSB, foi atacado de diversas formas por seu sucessor.
Wilson Martins mandou espalhar a notícia de que assumiu um governo quebrado financeiramente, e responsabilizou seu antecessor por ter supostamente arruinado o Estado. Mas o tempo, senhor da razão, se encarregou de mostrar que, se houve alguém que quebrou o governo, foi a administração do PSB, que multiplicou os gastos públicos de forma crescente, até chegar ao ponto de ultrapassar o Limite Prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Seus gastos com pessoal subiram, de R$ 1,9 bilhão, em 2010, até R$ 2,7 bilhões, em 2013.
Feitiço e o feiticeiro
Wilson, que hoje se ajoelha e pede retaguarda política ao atual governador Antônio José de Moraes Souza Filho, o Zé Filho, busca uma chapa majoritária competitiva para lastrear sua candidatura ao Senado. Ele teme a possibilidade de, em algum momento, ter de prestar contas em relação aos atos de seu governo, que, sim, deixou uma série de obras inacabadas, e que dificilmente serão concluídas neste ano. O feitiço virou contra o feiticeiro, pois o ex-governador foi o primeiro a atirar pedras em Wellington Dias, acusando-o de ter deixado um mar de obras abandonadas.
E o que dizer do Rodoanel de Teresina, da duplicação das BRs, do Centro de Convenções, da Transcerrados, entre outras obras emblemáticas, de competência executiva do Estado, que não foram concluídas por Wilson, e continuam inacabadas, paralisadas ou mesmo abandonadas?
Isso sem mencionar a Ferrovia Transnordestina, que, no governo Wilson Martins, paralisou, e o porto de Luís Correia, que avançou nada em quatro anos de mandato do ex-governador, que, por sua vez, nada fez no sentido de articular, junto ao Governo Federal, a retomada dessas obras. E agora?
Por: Sérgio Fontenele\Capital Teresina
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