Um dos reflexos da intensificação da disputa pré-eleitoral, no Piauí, pode ser percebido nos ataques sistemáticos do deputado estadual Robert Rios (PDT) ao PT, no plenário da Assembleia Legislativa.
O deputado estadual Robert Rios (PDT) se credencia como membro da tropa de choque do governo |
É provável que a conduta do parlamentar corresponda à execução de uma estratégia do governo no sentido de jogar lama na reputação dos petistas, e atingir, direta e indiretamente, a pré-candidatura do senador Wellington Dias (PT) a governador. Como se sabe, o senador é o homem a ser batido pelos governistas nas próximas eleições, por liderar com folga todas as pesquisas.
Reforça a tese de que Robert Rios age de maneira articulada o fato de as agressões políticas contra os petistas terem sido iniciadas há poucos dias. O deputado, conhecido por sua verve destrutiva, parece ter sido escalado para desempenhar o papel de “bater” no pré-candidato do PT a governador. Rios faz de conta que não serviu ao governo Wellington Dias ao longo de dois mandatos consecutivos ou sete anos e três meses de poder. E, como integrante da tropa de choque do governo, deverá cumprir com sua função de tentar desconstruir a imagem política do senador.
O que impressiona na conduta do pedetista é a escassez de argumentos políticos consistentes, usados em sua tosca trincheira retórica, para desqualificar o PT como força partidária. Ele se refere à presidenta Dilma Rousseff como “praga do Egito”, e, maliciosamente, insinua, sem citar nomes, que houve enriquecimento ilícito por parte de lideranças petistas piauienses, que, antes de morar em “condomínios de luxo”, habitavam “casebres”. O discurso raivoso e ofensivo tem assustado por sua agressividade contra quem tanto elogiou por quase uma década.
Velho obscurantismo
O destempero do parlamentar esvazia o debate, tentando conduzi-lo ao campo das ofensas morais e do deboche, ao melhor estilo dos coronéis e caciques políticos do passado, que duelavam, verbalmente, para ver quem ridicularizava mais seu adversário, num processo eleitoral. É a velha prática – e tática – sendo revisitada, de forma obscurantista, com o objetivo de vencer uma eleição a qualquer preço, sugerindo desespero por parte de quem precisa reverter um quadro francamente desfavorável. Ultrapassado, Robert continuará batendo e batendo. Todos os dias.
Como não é possível abater o inimigo com críticas lógicas e fundamentadas, apela-se aos meios, digamos, pouco republicanos. Ao mencionar os condenados do “Mensalão”, presos no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, Robert Rios dá a ideia do nível da próxima campanha eleitoral, abusando da associação do PT à imagem da corrupção. Como se não tivessem envolvimento com corrupção outros partidos, pelo simples fato de não serem petistas. É e será uma luta marcada pelo ódio, que só poderá ser superado através do debate eminentemente político.
Por: # Sérgio Fontenele\Capital Teresina
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