Não foi desta vez que a pré-candidatura governista se consolidou.
Não foi. Do ponto de vista do que foi divulgado à opinião pública, através da imprensa, o deputado federal Marcelo Castro (PMDB) conseguiu o que queria: firmar-se como pré-candidato a governador da base aliada, com o apoio do governador Antônio José de Moraes Souza Filho, o Zé Filho. Será? Marcelo Castro não saiu daquela reunião, realizada nesta segunda-feira (05) à noite, para anunciar que é, de fato, o pré-candidato do governo ao governo. Ele não veio a público para dizer que será o candidato.
Em vez disso, personagens da base governista, como o deputado estadual João Mádison (PMDB), líder do Governo na Assembleia Legislativa, se encarregaram de passar a versão de que a reunião, na casa de Zé Filho, serviu para consolidar a futura candidatura de Marcelo.
O próprio governador, por sua vez, também não apareceu para dizer que o correligionário será o candidato da situação, quando, na verdade, o natural era que ele aparecesse ao lado do deputado federal, levantando seu braço, e anunciando seu nome, em alto e bom som. Nada disso aconteceu.
Por tudo isso, ao contrário do que parece, a pré-candidatura do parlamentar permanece hipotética, objeto da desconfiança geral, inconsistente, mesmo com a aparente demonstração de força política, após a reunião na casa de Zé Filho.
Desde o início do ano, o governador tem usado o silêncio de forma eloquente. É um silêncio que parece dizer mais do que qualquer declaração de contrariedade ou insatisfação, e indicar que Zé Filho não desistiu da ideia de ser candidato à reeleição, especialmente no caso de as pesquisas pré-eleitorais indicarem queda de Marcelo.
Wellington favorecido
Não pode ser descartada, portanto, uma reviravolta por ocasião das convenções partidárias, que irão oficializar, em junho, os nomes dos candidatos majoritários e proporcionais dos diversos partidos e coligações. Neste sentido, não seria surpreendente uma disputa, no voto, para decidir quem será o candidato do PMDB ao Palácio de Karnak. De qualquer forma, essa indefinição na base aliada só serve para favorecer o senador Wellington Dias (PT), pré-candidato a governador da oposição, e favorito a vencer as próximas eleições.
A reunião do PMDB, realizada nesta segunda-feira, serviu, por outro lado, para revelar uma posição de fraqueza política do governador, que ensaiou uma virada de mesa, e terminou se recolhendo, nos gabinetes do poder – e em seus próprios pensamentos – para remoer suas frustrações.
Zé Filho perdeu outra grande oportunidade de manifestar à população piauiense seu desejo e intenção de ser candidato a governador, diferentemente de Wilson Martins, em 2010, que sempre afirmou ser candidato, se assumisse o poder. Mesmo contra o desejo de Wellington Dias.
Capital Teresina\Por Sérgio Fontele
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