Alunos e professora do curso de Agronomia da Universidade Estadual do Piauí, Campus de Parnaíba, elaboram uma pesquisa voltada para o cultivo do arroz da espécie Mato Grossa e Cana Roxa para melhorar a produção dos produtores rurais do litoral. As duas cultivares em estudos são consideradas importantes recursos genéticos da espécie e fazem parte do patrimônio adquirido na produção rural de toda região.
Segundo a professora orientadora da pesquisa de campo, Aurinete Daienn Borges do Val, a ideia surgiu durante a disciplina de Grandes Culturas, ofertada no curso de Bacharelado em Agronomia do campus, na qual foi discutido sobre os sistemas produtivos do arroz praticados pelos pequenos produtores rurais brasileiros.
“Quando me deparei que poderia efetuar um trabalho de pesquisa com a cultura do arroz, usando cultivares crioulos que são mantidas por pequenos produtores rurais, vi que poderia associar e enfatizar a importância dos recursos genéticos em sementes. Além disso, abordar o ensino da técnica do cultivo dentro de um sistema de produção de sequeiro, porque o Brasil e o Nordeste trabalham com espécies irrigadas”, explica a doutora em Fitotecnia.
Pesquisa
Para desenvolver a pesquisa foram estudadas características morfológicas, fenologia e a potência produtiva da variedade das espécies em sala de aula. O experimento prático foi feito pela professora Aurinete Daienn e pelos alunos: Ana Carolina Nascimento Teixeira, Alessandro de Almeida Ramos Júnior, Ivan dos Santos Ribeiro e Mikaelli Maria da Silva Vieira.
O início do experimento foi no mês de julho, onde foi feito a semeadura das duas cultivares no solo. A primeira espécie foi Mato Grosso, em que a colheita no começou no início do mês novembro. Já a espécie da Cana Roxa foi plantada logo depois e será colhida no final do mês de novembro. As sementes foram obtidas através do aluno curso de Agronomia, Felipe da Frota Sousa. Ele é filho de pequeno agricultor da região da Serra da Ibiapaba.
O experimento está implantado na Faculdade de Ciências Agrárias da UESPI, campus Parnaíba, onde as cultivares estão recebendo irrigação por sistema de aspersão.
As características de manejo como adubação, espaçamento, número de plantas por metro, número de panículas por metro quadrado, peso de 1000 grãos, estão sendo levantados, além da altura da planta em diferentes estágios fenológicos.
“Todo o ensaio será repetido no período das chuvas, quando poderemos comparar os dados obtidos em diferentes épocas do ano. Partes dos dados obtidos serão utilizadas pelos estudantes da equipe como trabalhos de conclusão do curso”, disse a professora.
Experiências de alunos
Os alunos estudam a produtividade da cultura principal para realizar o comparativo relacionado à capacidade de produção da soca de arroz em relação à primeira colheita. Com isso, querem ajudar os produtores de toda a região com o plantio, manejo e a colheita.
Para o aluno Alessandro de Almeida Ramos Júnior, o experimento consiste na avaliação fenológica e morfológica do arroz, como sua altura, sua adaptação no solo, no clima da região, sua resistência à pragas e doenças, seu desenvolvimento e crescimento dessas espécies.
Ele relata que tem sido uma experiência muito boa e ao mesmo tempo muito desafiadora. “Foi um misto de sentimentos que tive no momento, medo, inseguranças, mas também muita força de vontade e trabalho duro para que esse experimento fosse realizado e para obtenção de bons resultados. No início foi um pouco difícil, pois era somente eu na frente da implantação do experimento que conta com duas variedades. Depois, com a chegada de mais três colegas, ficou melhor o trabalho. Dividimos dois em cada variedade e os resultados foram melhores”, relata.
A Aluna Mikaelli Maria da Silva Vieira disse que na pesquisa busca-se demonstrar a viabilidade da utilização das técnicas para futuros produtores da região. “O emprego dessa técnica pode resultar em melhorias nos índices de produção, os quais podem ser atingidos diante do aumento da produção por unidade de área ou com a redução de custos na manutenção da cultura, por necessitar de uma menor quantidade de insumos ou mão de obra, devido à estabilidade da cultura ao campo. Sendo assim, essa é uma ferramenta aceitável para o aumento da produção”, explica.
Ao final do experimento, serão determinados se a realização desse cultivo e o uso das ferramentas é rentável aos produtores. O grupo de pesquisadores repassarão os conhecimentos e resultados satisfatórios da pesquisa.
Fonte: Uespi
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