Agora, todas estas ações não teriam ocorrido, comenta o autor, se não fosse aquele primeiro poema, escrito em 12 de março de 1996. Claucio possui o costume de registrar a data de seus escritos, e é por essa razão que ele sabe que esse mês marca o seu nascimento poético.
E de lá para cá, ou seja, 25 anos depois e estando prestes a lançar o décimo livro (sendo cinco de sua autoria e cinco coletâneas que organizou), uma longa trajetória se deu, entre impressos e meios virtuais (encadernados, livros, blogs, jornais, dentre outros)buscando sempre mostrar o seu trabalho, obter reconhecimento como escritor, mas nunca passando por cima de ninguém, como revela.
Claucio não apenas segue a atuar de forma humilde e sem prejudicar ninguém, como tem ajudado a revelar e promover diversos autores ao longo dos anos: antes mesmo de O Piaguí (2007 aos dias atuais) e o quadro Estreando, tive a alegria de organizar em 2003 um concurso de poesias em Sobral (Ceará), quando da minha estada na faculdade de História. Sempre gostei muito de ajudar aqueles que estão iniciando na escrita, assim como também faço com meus alunos a cada ano. E o poeta não só atua em prol dos iniciantes, mas de todos os escritores e artistas com que se depara, tendo como principal ferramenta, o jornal O Piaguí, no que o também poeta Marcello Silva, em texto de 2019, bem destacou:
Mais do que ser editor, ter lançado quatro livros e organizado outras obras literárias, Claucio Ciarlini lançou sonhos e publicou esperança nos sonhos de uma geração de escritores. Ciarlini não representa interesses pessoais egocêntricos, Claucio carrega nos ombros as ideias, os projetos e as perspectivas literárias de uma legião de novos autores. Ciarlini, através do O Piaguí e coletâneas literárias, democratizou a publicação e veiculação da literatura da cidade e região. Abriu portas para autores novos e desconhecidos e hoje alguns desses já galgam caminhos diversos… (Marcello Silva, 2019).
Estas linhas de Marcello Silva foram retiradas de um texto em defesa da candidatura de Claucio para a Academia Parnaibana de Letras, na qual, ainda naquele ano, ele foi eleito. No que Marcello completou: “Ciarlini tem uma biografia invejável que o habilita ao posto, entretanto o que mais o credencia á cátedra da APAL é a sua HUMANIDADE. Profissional dotado de uma humildade e simplicidade que transborda em seus gestos e atitudes”.
E é com sua mais recente obra, Cronologia Poética (Editora Tremembé) que será lançada ainda neste mês (*), que Ciarlini vem eternizar estes feitos e conquistas, mas sem se esquecer das derrotas e dificuldades inerentes à caminhada literária, onde cada ano é representado no livro por um poema da época e antes dele um breve histórico, no que acaba servindo não apenas para conhecermos melhor sobre os seus passos como escritor, mas pode muito bem vir a ser uma fonte de inspiração para aqueles que ainda estão nos primeiros passos e que sonham em lançar os primeiros livros e serem reconhecidos em suas respectivas terras. No que Ciarlini comenta que essa obra, além de trazer um pouco do seu histórico de vida e escrita, ainda possui algo mais especial: “a arte das minhas filhas, Carol e Ingrid na capa! No que depender de mim, a partir de agora, elas sempre estarão ilustrando os meus livros, não porque são minhas meninas, mas porque elas são feras no desenho, dentre outras coisas”.
Claucio Ciarlini finaliza a entrevista agradecendo à Editora Tremembé, através de seus editores Alexandre César e Amanda Silva, como a todos que de uma forma ou outra o ajudaram, não só durante os 25 anos de carreira literária, mas nos 40 anos de vida, que completará também nesse mês de março: principalmente minha família e amigos. Dito isto, só nos resta parabenizar e desejar que venham mais 25 anos literatura e luta cultural!
(*) O lançamento da obra ocorrerá através de uma live no dia 23, às 19h, pelo Instagram da Editora Tremembé. E antes desta data, no dia 17, Claucio estará participando da Live Piaguiense, no que contará um pouco de sua trajetória de vida e literária.
Abaixo, segue uma pouco da linha do tempo de Claucio Ciarlini:
1996
Com 14 anos, inicia na escrita literária com o poema Pequena Garota. No ano seguinte, cria (junto com amigos) um jornalzinho cultural na escola: Boca do Povo.
1999
Com 17 anos, lança entre amigos, familiares e colegas de escola o encadernado: Tão perto, Tão longe. O primeiro de muitos que antecederam o seu primeiro livro.
2003
Na sua estada em Sobral, cursando história, organiza um concurso de poesias entre os estudantes da universidade. Sua escrita cada vez mais se volta para temas como história e sociedade.
2004
Aos 22 anos, lança a sua primeira obra: Linhas Impensadas! Evento ocorrido no auditório do Centro de Ciências Humanas (UVA). E no ano seguinte, já em Parnaíba, a sua segunda: Pedido de autorização para pensar.
2007
Funda e passa a editar o impresso cultural, histórico e literário O Piaguí. E, dentre os quadros de sua autoria, ganha destaque a série de entrevistas Parnaíba, por quem também faz por Parnaíba.
2009
Com 28 anos, lança o terceiro livro: Inevitável. O lançamento se deu em ocasião do I Salão do Livro de Parnaíba. No mesmo ano inicia com um blog no Portal Costa Norte: Cultura Pop.
2012
Cria um blog pessoal com o nome: Memórias de um poeta semi – invisível. Um espaço onde passa a hospedar todos os meus poemas, artigos, crônicas, contos, séries, etc. Também escreve a série: O progresso que desumaniza. E no ano seguinte outra série: 20 dias de Bon Jovi.
2014
Organiza uma coletânea poética com escritos de alunos do ensino médio da escola em que trabalha, o Cândido Oliveira, chamada: Poesia Adolescente. O projeto Cinema e História (criado por ele três anos antes) atinge o auge, com a produção de três filmes neste ano.
2017
Com 36 anos, organiza a coletânea poética Versania, revelando 22 poetas da nova geração, dos que foram estreando no Jornal O Piaguí durante o decorrer dos anos. E com direito a uma segunda edição no ano seguinte.
2019
Lança o quarto livro de sua autoria: Parnaíba, por quem também faz por Parnaíba. Organiza a coletânea Contos entre Gerações, recebe, dentre outros reconhecimentos, a Medalha e o Diploma de Mérito Municipal. No fim do ano, é eleito para a Academia Parnaibana de Letras.
2020
Toma posse No inicio do ano na APAL, cadeira de número 23. Organiza a coletânea Poemas entre Gerações e o Almanaque da Parnaíba. Já com 39 anos, escreve dois livros a serem publicados no ano seguinte: Cronologia Poética e HaiCaos: Poema em quarentena.
Matéria: O Piaguí.
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