segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Comida do peixe-boi em Cajueiro da Praia está contaminada com óleo

Banco de alimentação de peixes-boi no Cajueiro da Praia até Coqueiro pode estar comprometido com mancha de óleo.
A bióloga Liliana Oliveira de Souza, coordenadora do projeto Pesca Solidária, que monitora a maior população de peixes-boi marinhos, no Piauí, teme que o óleo que contaminou as prais do Nordeste cause mortes. Ela encontrou óleo misturado no capim-agulha, principal fonte de alimento dos bichos.
"Todo banco de alimentação de Cajueiro da Praia até Coqueiro pode estar comprometido. É muito capim-agulha com óleo, podemos ter um problema gravíssimo, que resulte em mortes de peixe-boi, se não for feito nada." disse a bióloga.
Bióloga Liliana Oliveira de Souza, coordenadora do projeto Pesca Solidária, que monitora a maior população de peixes-boi marinhos, no Piauí
O material é altamente tóxico. "Além de ingerir, o óleo pode grudar nas narinas dos peixes-boi quando eles sobem para respirar, causando morte por afogamento. O peixe-boi tem uma importância ecológica e econômica no Brasil", diz a bióloga.
Um vídeo divulgado em redes sociais, feito pelo estudante Júlio Derazani, mostra que a poluição causada pelo derramamento de óleo na praia de Itatinga, em Alcântara (MA), afetou animais marinhos. Ele encontrou uma tartaruga agonizando, com dificuldade de respirar, em meio às manchas de óleo no dia 22. O animal foi lavado com água do mar, sabão em pó e areia e, depois, devolvido ao mar. Ainda estava vivo.

Essa, entretanto, não é a orientação do Ibama. O instituto orienta que, em caso de localização de animal atingido com óleo, os órgãos ambientais devem ser acionados imediatamente. O animal não deve ser lavado nem devolvido ao mar antes da avaliação de médico veterinário.

O biólogo Flávio Lima explica que os animais oleados encontrados vivos devem ser reabilitados antes de serem devolvidos ao mar, como ocorreu em dois achados por banhistas no Maranhão e no Rio Grande do Norte. "Não é correto tentar limpar e devolver ao mar, pois o animal não foi descontaminado e provavelmente voltará a encalhar", explica.

Ediçao: José Wilson | Jornal da Parnaíba

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