quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Médicos cubanos ganham direito a residência no Brasil

Médico cubano Raymel Kessel constituiu família no Piauí e decidiu ficar: “Me sinto filho de Ilha Grande” — Foto: Arquivo Pessoal
O caso do médico cubano Raymel Kessel que trabalhava no município de Ilha Grande (PI) e que após o fim do programa Mais Médicos procurou emprego até de gari e que hoje trabalha em uma funerária de Parnaíba (PI) como auxiliar administrativo foi destaque durante o Jornal Nacional da TV Globo desta segunda-feira (29) durante reportagem sobre o programa Mais Médicos que agora podem pedir autorização pra morar no Brasil. Clique AQUI e assista reportagem na íntegra.

Raynme Kesel constituiu família no Piauí e decidiu ficar: “Me sinto filho de Ilha Grande”. Ele acrescentou ainda que pretende estudar para fazer o Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras) para poder trabalhar normalmente em sua profissão.
Raymel Kessel está trabalhando como auxiliar administrativo em uma funerária de Parnaíba (PI) - Foto: Arquivo pessoal
Vale ressaltar que existe outro médico cubano em Parnaíba trabalhando como balconista de uma farmácia na Rua Caramuru. Ele aguarda estudando para fazer o Revalida e voltar a trabalhar nos postos de saúde no programa Mais Médicos.

Nesta segunda-feira (29) o governo divulgou as regras para que os cubanos que fizeram parte do programa possam pedir autorização para morar no país. E cubanos que trabalharam no Mais Médicos podem pedir autorização para morar no Brasil.

O Ministério da Saúde estima que cerca de 2 mil médicos cubanos ficaram no Brasil após o fim do convênio com a Opas, a Organização Pan-Americana de Saúde, em novembro de 2018. Eles escolheram ficar, mesmo sem saber o que seria do futuro.

Osmani Fuentes, que foi para a cidade de Salgueiro, no sertão de Pernambuco, não conseguiu arrumar outro emprego porque não tinha carteira de trabalho: “Eu cheguei a falar com um monte de pessoas, de loja, de mercadinho, de gari. Você não tem ideia. E eles me falaram: ‘Olha, não tem carteira de trabalho, não pode contratar’".

Para resolver situações como a do Osmani, o governo definiu as regras para que os cubanos que fizeram parte do Mais Médicos possam pedir autorização para morar no Brasil. O objetivo é “atender ao interesse da política migratória do país”.

Para legalizar a situação, o médico cubano deve apresentar um pedido à Polícia Federal e uma série de documentos, entre eles, os comprovantes de que atuou no programa. A autorização vale por um período de dois anos.

O Ministério da Saúde está elaborando um novo programa e discutindo algumas possibilidades, como o retorno dos cubanos para o Sistema Único de Saúde. O governo também quer que eles atuem no Saúde da Família, por pelo menos dois anos, e que, nesse prazo, façam o Revalida, o exame que permite que um diploma obtido no exterior seja reconhecido no Brasil.

Edição: José Wilson / Jornal da Parnaíba com informações adicionas do G1

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