Um caso revoltante foi registrado na cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí. Quatro irmãos com idades de 12, 11 e 4 e 2 anos foram flagrados vendendo drogas em casa. A comercialização de entorpecentes teria sido repassado às crianças pela própria mãe e pelo padrastro que, no momento no flagrante, estavam na praia. Durante a abordagem policial, um dos meninos correu e deixou cair uma mochila com mais de 700 embalagens com crack e cocaína.
O caso ocorreu no último domingo (29). A Polícia Militar chegou na residência após denúncias anônimas.
O militar conta que a menina de 11 anos e os irmãos de 4 e 2 anos ficaram muito asssustados. Uma das criança disse, inclusive, que não era a primeira vez que ficava responsável pela boca de fumo e que o padrastro os chantageava.
“Os irmãos choravam muito. A menina contou que o padrasto dizia que tinham que vender a droga, senão não iam ter o que comer e vestir. A todo tempo, ela também me perguntava se ia ser presa […] tinha a noção de que estava fazendo algo errado. A gente conversava, tentando acalmá-la, pois se tratava apenas de uma criança. Há cerca de dois meses, fizemos uma abordagem na casa e não encontramos nada. Descobrimos que o garotinho foi ensinado a pular o muro com a mochila quando via alguma movimentação de polícia”, complementa o sargento.
A linguagem usada pela criança também surpreendeu o militar que, com 14 anos na corporação, nunca havia se deparado com uma situação semelhante.
“Ela se referia a crack como brita e maconha como chá, ou seja, uma linguagem usada por alguns traficantes e por quem faz uso de drogas. Tenho 14 anos de PM, prendi muito traficante, mas nunca vi uma situação desse nível, dos pais confiarem nas crianças a venda de entorpecentes. A gente fica muito triste”, desabafa Farlon Machado.
A mãe das crianças de iniciais M. R. Ce o padrasto de iniciais P. R. L.A [ os nomes não foram publicados para não identificar as crianças] foram presos e devem responder por tráfico de drogas, corrupção de menores, abandono de incapaz e porte ilegal de arma de uso restrito.
“A mulher não demonstrou nenhum remorso, nos disse que não estava nem aí, pois tinha quem criar os filhos”, acrescenta o sargento.
Crianças estão sob os cuidados dos avós
Regivaldo Queiroz, conselheiro tutelar, conta que com a prisão da mãe e do padrastro, as crianças ficaram sob cuidados dos avós paternos.
“Como medida protetiva, os irmãos foram entregues aos avós paternos e serão acompanhados pelo CRAS e pelo Creas, além de psicólogos. O Conselho Tutelar vai continuar acompanhando o caso”, disse Regivaldo Queiroz.
*Com informações Cidade Verde
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