Faltando apenas dois dias para a votação, na Câmara Federal, da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), por crime de corrupção passiva, a maioria dos parlamentares piauienses já têm sua posição bem definida - exceto os deputados Marcelo Castro (PMDB) e Paes Landim (PTB), que até agora evitaram falar explicitamente como pretendem votar.
Para celebrar seu aniversário, Heráclito recebeu amigos e familiares durante missa na Capela da Vila da Paz, zona sul de Teresina (Foto: Assis Fernande)
Átila Lira (PSB), Heráclito Fortes (PSB), Iracema Portella (PP), Júlio Cesar (PSD) e Mainha (PP) já confirmaram que irão votar pela não admissibilidade da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. Votarão, portanto, a favor de Michel Temer.
Outros três parlamentares do Piauí já disseram que pretendem votar a favor da denúncia: Rodrigo Martins (PSB), Silas (Podemos) e Assis Carvalho (PT).
Apesar das fortes evidências reunidas pela Polícia Federal contra o presidente, Heráclito Fortes acredita que não há nada que criminalize o chefe do Executivo.
"Nós vamos discutir esse pedido de afastamento do Temer baseados em fatos concretos, que não existem até o momento. Querem condenar o Michel por terceirização de ato. Você não vê em nenhum momento o Michel ser beneficiado diretamente. Assessores são assessores. Então, essa é uma questão que precisa ser analisada menos politicamente, menos ideologicamente e mais em torno dos interesses do Brasil", afirmou Heráclito Fortes (PSB) na manhã desta segunda-feira.
O deputado Átila Lira também defendeu o presidente e disse que "de forma nenhuma" defenderia a admissibilidade da denúncia apresentada pela PGR contra Temer. "Vou votar pela manutenção do governo do presidente da República. Qualquer alteração hoje relativa a saída de presidente vai desorganizar a economia brasileira", opinou Átila.
O deputado Átila Lira (Foto: Assis Fernandes / O DIA)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a denúncia contra Michel Temer ao Supremo Tribunal Federal no dia 26 de junho. Mas para que a Corte possa julgar o presidente é preciso que pelo menos dois terços dos 513 deputados aprovem a admissibilidade da denúncia.
Temer e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) são acusados da prática de corrupção passiva. Para formular a denúncia, o procurador-geral Rodrigo Janot fundamentou-se nas delações feitas por um dos donos da JBS, Joesley Batista, que revelou ter pagado propina ao presidente da República para que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovasse a concessão de um desconto no preço do gás fornecido pela Petrobras a uma termelétrica do seu grupo empresarial.
Para fazer a acusação no STF, a Procuradoria-Geral da República baseou-se numa série de provas consistentes, como a gravação de áudio feita por Joesley durante uma reunião reservada com Michel Temer, na qual o presidente afirma que Rocha Loures era um homem de sua "mais estrita confiança", e também na filmagem feita pela Polícia Federal que mostra o então deputado saindo de um restaurante em São Paulo com uma mala contendo R$ 500 mil, cujos números de série foram previamente registrados pelos agentes federais, para reforçar o flagrante.
O dinheiro, segundo a denúncia de Janot, destinava-se a Temer, que foi o primeiro presidente a ser denunciado ao STF em pleno exercício do mandato.
Além da acusação de corrupção passiva, Temer ainda é investigado por obstrução de Justiça e participação em organização criminosa, apenas no inquérito relacionado ao suposto pagamento de propina pela JBS em troca de favorecimentos junto ao Cade.
Por: Cícero Portela e Ithyara Borges
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