O Projeto Pesca Solidária, por meio do patrocínio da Petrobras, pelo Programa Petrobras Socioambiental, desenvolveu pesquisas sobre a biologia reprodutiva de espécies de peixes, a partir da solicitação dos pescadores do estuário dos rios Timonha e Ubatuba (PI/CE). Esse requerimento foi organizado em uma carta proposta enviada às instituições de pesquisa dos estados do Piauí e Ceará.
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) aceitou responder parte das dúvidas dos pescadores e dentre as pesquisas realizadas pelo Projeto se deu o estudo sobre a reprodução da tainha e como conclusão dos estudos realizados, no dia 04 de março de 2016, duas estudantes do curso de Ciências Biológicas defenderam os trabalhos de conclusão de curso denominados “Caracterização macroscópica das fases de maturidade sexual das gônadas da “tainha” Mugil curema” e “Variação sazonal do índice gonadossomático e índice hepatossomático da tainha Mugil curema, no estuário dos rios Timonha e Ubatuba”.
Nos dois trabalhos foi possível verificar que as tainhas da região têm o hábito de reprodução no oceano e retornam ao estuário para alimentação e crescimento. E uma vez alcançada a maturidade sexual completam seu ciclo de vida.
O comprimento dos peixes coletados chegou a variar no maior tamanho de 43 centímetros para fêmeas e 39 centímetros para machos. Para ambos os sexo a maturidade sexual é alcançada em torno dos 23cm de comprimento. O período reprodutivo da espécie ocorre em associação com o regime de chuvas, devido a condição para alimentação das larvas, através de microalgas que se intensificam no mesmo período na região.
O professor, pesquisador e orientador, Cezar Fernandes, comenta que “Esses dados são importantes dentro do grupo taxonômico, sendo possível identificar a espécie de tainha existente na região, pois as tainhas de uma maneira geral, apresentam características muito parecidas ao longo da costa do Brasil. E ainda os resultados dessa pesquisa contribuirão com o estudo nacional que é realizado sobre essa espécie, pois apesar de todo esforço de pesquisadores brasileiros, muitas dúvidas e incertezas ainda persistem, e precisam ser elucidadas”.
O pesquisador ainda completa: “Agradecemos as contribuições do projeto Pesca Solidária em possibilitar que as estudantes passem a aprender na prática o que estudaram na teoria, incluindo a contribuição na iniciação científica dessas discentes e aperfeiçoamento profissional”.
E para comunidade de pescadores, os dados obtidos ao longo do trabalho, serão ferramentas importantes para execução de um plano de manejo, garantindo a longevidade das pescarias, de alimento e renda para estas famílias.
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