domingo, 15 de março de 2015

Ex- vereador questiona prefeito sobre implantação de parque eólico na Pedra do Sal

                                              FERNANDO GOMES
A respeito do argumento do prefeito Florentino Neto de que é contra a implantação de mais um parque eólico na praia da Pedra do Sal, a fim de proteger a população de lá, o ex-vereador Fernando Gomes, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), questionou, em artigo publicado esta semana, o fato do gestor parnaibano haver afirmado em entrevista que irá solicitar um estudo técnico ambiental para analisar a viabilidade de construção de resorts na região que, segundo ele, avançam rapidamente e assustam moradores que temem mais prejuízos. “Pelo visto nem eólica nem hotéis poderão se instalar no pequeno trecho litorâneo”, comentou o ex-vereador.
Fernando Gomes foi além, em seu comentário: “Estranho, há 10 (dez) anos no governo e o prefeito ainda não sabe o que é mesmo que pode ser feito lá? Como vive a comunidade? Lá. os proprietários dos bares e restaurantes ficam à mercê da própria sorte e se aventuram a esperar um ou outro turista eventual; possuem uma estrutura carcomida; os pescadores não têm qualquer tipo de apoio, beneficiam o pescado na areia e da forma mais rudimentar possível; os moradores ainda sofrem a falta da regularização fundiária. Tudo isso é do seu conhecimento, mas...”
Para o ex-vereador há uma disputa ora velada, ora franca, entre os investidores das eólicas e dos resorts. A despeito do primeiro grupo poder-se-ia estabelecer uma distância mínima da praia a ponto de não inviabilizar quaisquer outros investimentos para a estruturação turística na região, tendo em vista que, sem sombra de dúvida, o segundo grupo de investimentos gera mais emprego e renda à população local.
“Aqui, poderia o prefeito comprar a briga da elaboração do Zoneamento Costeiro que já tem a sinalização de parte significativa dos recursos aprovados pelo Ministério da Pesca, mas que só atende à carcinicultura. É preciso ampliar a discussão pelo menos para os complexos eólicos e resorts. Isso se chama planejamento. Tecnicamente poderíamos saber o que pode e o que não pode e onde investir”, disse Fernando.
O ex- vereador conclui dizendo: “Ao menos poderia a Prefeitura de Parnaíba cumprir o seu papel constitucional, garantindo saúde e educação de qualidade aos moradores de lá, mesmo que não fizesse, como não vem fazendo, com as outras áreas do município. Se atendesse bem à Pedra do Sal já estaria fazendo muito, ao invés só da fala de defesa dos agredidos pelos “aproveitadores” capitalistas que vêm aqui somente para explorar as nossas riquezas, sem sequer gerar qualquer benefício ao povo. Isso é o que restou caracterizado na “defesa”.
Por que não consultar o restante da população? Afinal a praia é bem de uso comum do povo e não apenas dos seus moradores mais próximos. Por que não consultar os empreendedores para conciliar o desenvolvimento econômico com base na equidade social e no respeito ao meio ambiente? Por que não travar uma leal discussão com os órgãos ambientais assegurando a legitimidade das leis?"- pergunta.
O ex- vereador disse que também lamenta a  "deslavada falta de informação ou propositada apropriação de ações governamentais das esferas estadual e federal quando diz que vai “promover a regularização fundiária da Pedra do Sal”. "Ora, a ação de regularização que tenta incluir como ação de seu governo é na verdade resultado da compensação ambiental do licenciamento da Usina Eólica da Ômega no valor de R$ 500 mil que foi consensuada entre a SEMAR-PI e o ICMBio, tendo ainda a importante participação da SPU", informa.
Fonte:Jornal "Tribuna da Imprensa"
Nas bancas!

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