domingo, 15 de fevereiro de 2015

Moradores rejeitam a construção de um hotel de luxo no litoral; entenda

O Piauí vive um verdadeiro impasse no que se refere ao desenvolvimento do litoral do Piauí e a sustentabilidade. De um lado temos uma empresa canadense querendo construir um resort de luxo nas nossas praias e do outro lado temos comunidades pesqueirinhas que repudiam esse tipo de construção e defendem a manutenção da preservação do local como está.
A situação é tão complexa que é difícil tomar partido, até administradores públicos e ambientalistas preferem não comentar o caso. Todo mundo quer que o estado se desenvolva, que grandes empresas invistam no litoral, que bons hotéis atrairiam turistas, gerariam impostos, atrairiam mais empresas, geraria mais empregos. Mas por outro lado, o desenvolvimento trás consigo grandes impactos, o primeiros são ambientais, e mesmo sem estrutura, lagoas como a o Porto e Sobradinho desapareceram. Além disso, comunidades que há séculos sobrevivem da pesca à beira do mar, desapareceriam, e ficariam dependentes de empregos de subsistência em grandes empresas.
O que se sabe é que o menor litoral do Brasil deve ser um dos menos explorados do mundo. Quando se fala se explorado, não é só no mau sentido. Não existem políticas públicas de preservação, de conservação, de limpeza, de planejamento. Não existe organização do turismo, não há estrutura.
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O litoral piauiense carrega belezas que não perde para nenhum outro lugar do país. O Delta do Parnaíba por si só é um grande presente para o estado, mas que é mal aproveitado de todas as formas.
OS DOIS LADOS DA MOEDA
Essa reportagem do 180 tem por objetivo tratar dos benefícios e malefícios das duas partes em questão: os pescadores e o canadenses. Ambos defendem as suas partes, mas nem tudo é coisa boa. Se o Piauí hoje é uma das lanternas em todos os rankings que se faça, alguma coisa há de errado com toda forma de administração publica que houve até hoje.
HOTEL 5 ESTRELAS EM PARNAÍBAO
Pure Resorts Parnaíba pretende ser um hotel 5 estrelas ecológico e contará com uma zona residencial. Localizado perto da Pedra do Sal, com 161 hectares, este complexo à beira-mar será composto de cerca de 150 unidades, incluindo bangalôs e apartamentos, bem como um heliporto.
As instalações previstas para a zona residencial, que será composta por mais de 320 unidades, incluem: um shopping center, clube social e piscina, escola de kitesurf, quadras de tênis, campo de futebol, 10 moradias de luxo perto do hotel resort, lagoas, centro de qualificação profissional para a comunidade e centro de informações turísticas.
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INVESTIMENTOS INTERNACIONAIS
Inicialmente já foram investidos cerca de R$ 8,5 milhões. O grupo empresarial já conseguiu adquirir o terreno de forma legal, o que muito incomodou os moradores, que afirmam há anos estarem lutando pela regularização da posse, e nunca conseguem.
Pure Resorts Hotels & Residences é parte de um grupo global de Empreendimentos canadenses, fundado pelos irmãos Bradley e Donald Marr.
PROMESSAS PARA A COMUNIDADE
Durante a fase de implementação do resort, a empresa afirma que vai criar escolas de formação para capacitar os moradores da Pedra do Sal, diz até que já contratou uma equipe profissional de assistentes sociais. Um dos pontos que eles deixam claro é que a cultura da comunidade, o incentivo à produção artesanal e pesca nativa serão valorizados com o empreendimento. Será?
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POUCOS DANOS
Segundo a empresa, o projeto tem uma baixa ocupação do solo e será construído faseadamente, sendo a primeira fase de 115 lotes no condomínio residencial e 75 acomodações no resort, entre apartamentos e bangalôs. Segundo eles, o projeto respeita a área litorânea da marinha e preserva de maneira permanente as áreas suscetíveis de alagamento e as dunas. Foi ressaltado que não existe extrativismo de vegetação no terreno da Pure Resorts.
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EMPREGOS QUE SERIAM GERADOS
Para a Fase 1 do projeto, a empresa estimou uns 110 empregos de obra e 61 empregos na operação do resort, aos que se adicionariam os empregos gerados pelas 115 famílias do condomínio fechado, e pela área comercial de lojas de conveniência. A geração de empregos indiretos poderá ser ainda muito maior.
AUDIÊNCIA PÚBLICA: COMEÇO DO PESADELO PARA O RESORT
Em duas audiências realizas com a comunidade, a última delas no dia 10 de fevereiro, tiveram total desaprovação da população. Até o futuro secretário estadual do Meio Ambiente, Ziza Carvalho, apareceu por lá. A empresa apresentou o projeto, afirmou que ia gerar empregos e preservar o meio ambiente. Mas não adiantou. Apesar de já possuir todas as licenças e prefeitura, de estado e outros órgãos, o projeto esbarrou no povo.
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NOTA DE REPÚDIO FOI DIVULGADA
O movimento dos Pescadores e Pescadoras é composto por milhares de pescadores e pescadoras artesanais, representado por sindicatos, associações e colônias, que luta pelos direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais das comunidades.
Eles afiram que são comunidade secular, que ainda desenvolve não só a pesca, que é seu meio de sustento, também pelo turismo tradicional e cultural com seus costumes e principalmente a preservação ambiental. Esta região não restringe apenas para a cidade de Parnaíba, mas também para as regiões vizinhas, e assim, impulsionando a economia do Estado.
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SEM POLÍTICAS PÚBLICAS
“Até hoje a comunidade sobreviveu do seu território, mesmo com a ausência de políticas publicas concretas para essa comunidade, que é dever e sim obrigação do estado e do município implantar políticas publicas para jovens trabalhadores, que desejam estudar e trabalhar, mas mantendo a sua cultura, e não transferir a responsabilidade para terceiros, vindo a ferir as leis ambientais, licenciando empreendimentos ‘atropelando’ a comunidade”, dizia a nota.
PODE TRAZER ‘VIOLÊNCIA, TRÁFICO E PROSTITUIÇÃO’
“Esses empresários, donos dos empreendimentos, dizem que eles que tem o poder de oferecer a comunidade o que o poder público não faz, mas na experiência de inúmeras comunidades Brasil afora estas promessas não se realizam e o que fica para as comunidades são os passivos ambientais e as consequências sociais como aumento da violência, trafico de drogas, prostituição infantil e de mulheres, aumento da degradação ambiental”, afirmaram.
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DESASTRE AMBIENTAL
Na nota, relatam que a comunidade da Pedra do Sal ainda é uma praia virgem, natural e em relação as praias poluídas de outros estados, como Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e entre outros. Citam o exemplo da falta de água em vários estados brasileiros e que o norte do Piauí ainda possui águas limpas e saudáveis, que faz a sustentabilidade de nosso estado com a produção das comunidades pesqueiras.
“E válido ressaltar que na presença dos órgãos ambientais ainda estão derramando veneno nas nossas águas do nosso estado para a criação de peixe e camarão e puxando as águas das lagoas, como aconteceu recentemente na Lagoa do Portinho e Sobradinho, as dunas vêm, a natureza se revela e vem o desastre ambiental não queremos que isso aconteça com a comunidade da Pedra do Sal”, afirmaram.
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ENERGIA EÓLICA OS DEIXOU IRRITADOS
Na nota afirmam que a empresa de energia eólica ali instalada já tomou uma parte da comunidade. “Não sabemos quem licenciou, só sabemos que esta causando um desastre ambiental, com promessa de emprego para a comunidade e energia para o nosso estado, mas sabemos que é para importar, só não tem o conhecimento do destino real desta energia, e a todo o momento vem se mostrando mais cara. Por outro lado, as empresas de energia dependem do volume de água que nosso estado tem que são territórios das comunidades pesqueiras seja ela qual for”, dizem.
UM GRANDE PROBLEMA
E agora, o que vale mais a pena? O desenvolvimento do estado com modernidade, subempregos, grande estrutura, muito investimentos ou a preservação da natureza, da cultura, da vida simples de milhares de moradores das comunidades?

Um comentário:

  1. Entretanto desde q não afete as comunidades pesqueiras e as comunidades locais não vajo nenhum problema para q as obras sejam iniciadas,portanto se não é para o progresso local pra quem mais seria,vamos parar com essa ipocresia de q a obra deste resorte vai afetar tais citadas,como q um empreendimento deste porteira trazer danos ambientais e prejudicar o desenvolvimento local,sou pedreiro ladrilheiro e motorista eestou ansioso com os inicio desta obra para nosso municipio, eu vejo um futuro q estrr por virnao so pra mim e sim para meus filhos e netos e pra muitas pessoas q querem auilo q se chama de progresso o empreendimento tem meu total apoio e espero ser um de seus e muitos colaboradores nesta conclusão deste resorte meu nome é Elis Fernando e apoio este empreendimento futurístico.

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