segunda-feira, 9 de junho de 2014

WELLINGTON DIAS: A força do povo


A democracia é o mais apropriado sistema político-representativo que se propõe a governar um povo. Não há nada similar. E dificilmente os sábios, cientistas políticos, pensadores e filósofos encontrarão outro sistema melhor para substituir o democrático. É a forma de governo em que qualquer um do povo pode se tornar o líder e benfeitor do mesmo povo. Ela tem como premissa básica a maioria que funciona como indução para se chegar ao melhor caminho para todos. A democracia indubitavelmente é um modelo de governança que cada dia que passa mais povos o adotam e se reafirma como exitoso, inovador e organizacionalmente insuperável.
E um dos seus pressupostos imanentes é emanar estrutura institucional baseada no Estado Democrático de Direito, que significa que o Estado se determina em garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, respeito pelos direitos humanos e pelas garantias fundamentais, por meio do estabelecimento de uma proteção jurídica, que é o conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano, que tem por finalidade básica o respeito à sua dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder estatal e estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana, que são definidos como direitos humanos fundamentais.
A democracia propugna pelos direitos sociais, que são direitos fundamentais do homem, que se materializam como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tudo como finalidade da melhoria das condições de vida dos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social, e que são consagrados como fundamento do Estado democrático brasileiro pelo princípio constitucional esculpido na Constituição Cidadã de 1988.
Ressalte-se que a Constituição da República é corolário da redemocratização do País advinda da Nova República surgida com a queda da Ditadura Militar em 1985. Ano em que, com a nova ordem político-institucional instalada no Brasil, o jovem bancário José Wellington Barroso de Araújo Dias filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Convém relembrar que entre 1986-1989 comandou a Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal (APCEF) e no período 1989-1992 presidiu o Sindicado dos Bancários do Piauí. Da política sindical foi para a política partidária. Em 1992 se elegeu vereador de Teresina; em 1994 foi deputado estadual; em 1998 foi deputado federal; em 2002 e 2006 foi eleito e reeleito governador do Piauí; e em 2010 sufragou-se o senador mais votado e no mesmo pleito eleitoral elegeu o sucessor para o governo estadual.
Qual o segredo de tão brilhante carreira política? Foi se formar nos movimentos sociais e populares, com aprendizado e dedicada aplicação dos postulados democráticos, isto é, com o povo sempre em primeiro lugar, numa relação biunívoca com os diversos segmentos segregados, desprezados, que legitima verdadeira identidade representativa como articula diálogo direto com a sociedade, sem rebuscamentos academicistas nem linguagem empolada ou vazia de certos políticos convencionais. É político midiático, que os instrumentos da comunicação moderna são o seu canal eficiente de sintonia com a população, em vez de apresentar a chatice, mesmice, descontexto, arrogância e muitas vezes o despreparo de alguns dos seus opositores.
Mas não é só isso. A sua origem tem a ver com os valores, costumes, tradições e crenças da piauiensidade. De criação humilde no pacato município de Paes Landim, carrega os sentimentos e emoções dos piauienses que espalhados no vasto território do Estado padecem de vida sofrida das ações governamentais para suprir suas necessidades mais prementes e que é fonte permanente de inspiração, ideário e preocupação quando à frente das responsabilidades eletivas, como a representação política e a administração pública, que vão das senhoras interioranas criadoras das galinhas poedeiras aos homens rurícolas desprovidos de mudas de plantas para colheita de frutas. Para alguns são dados simples, mas importantes para quem vive da singela labuta dos campos rurais.
E tem mais. Na preparação para a vida, talvez sem saber que chegaria tão longe na política, ocorreram fatos que só somaram para ser a liderança popular que galgou. Pois estudou Letras/Português na UFPI, que contribuiu para a sua linguagem argumentativa, coloquial, técnica e precisa sobre as coisas do Piauí e da política. Pois sobre o Piauí, tem autêntica percepção das expressões artísticas e dos movimentos culturais por enveredar pela cultura regionalista – até cabocla - ao produzir obras como escritor, poeta, contista e teatral, como “Macambira”, “Reisado de Minha Vida”, “Maria, Valei-me”, “Estamos Todos Inocentes” e “As Tiradas de Tio Sinhô”. Isso lhe deu o suporte que precisava para conhecer, entender e discorrer sobre as idiossincraias dos piauienses.
Além disso, possui qualidades que lhe são peculiares, carisma aliado à humildade. É político que em momento algum o poder sobe à cabeça. Exerce-o com simplicidade e refinado humor. E isso lhe fornece substrato para as situações cruciais na sua notável trajetória, como manter a solidariedade e a confiança dos piauienses mais humildes, modestos e longínquos num governante considerado como igual e na receptividade para agregar lideranças partidárias para aglutinar alianças substanciosas quando se posiciona como protagonista da disputa. No Piauí, hoje, é incomparável, por possuir feedback natural para arregimentar a maioria do eleitorado.
Por isso, desfruta de forte magnetismo popular como pré-candidato ao governo em 2014. E, como 2002, os oligarcas piauienses estão novamente reunidos para derrotá-lo, mas ninguém apresenta as condições eleitorais viáveis para suplantá-lo, o que deixam os adversários sem saída. Mas já era sabido que, ao ser preterido pelo governador em 2013, levaria consigo a maioria dos votos que ungiu os asseclas que lhe rodeavam ao Karnak para, nesta eleição, ser consagrado mais uma vez como o genuíno timoneiro do Piauí.
Deusval Lacerda de Moraes

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