O pecado da omissão

As últimas pesquisas que avaliam o secretariado do governo estadual refletem a miopia da sociedade diante dos problemas reais vividos pelos municípios piauienses. 

A segurança pública no Piauí está um caos, mas Robert Rios é avaliado como tendo o melhor desempenho dentre todos os secretários. 

Tivemos um recorde em assaltos a agências bancárias. No último, os bandidos, literalmente, implodiram o prédio. Inúmeros assaltos a agências dos Correios foram noticiados na imprensa durante o ano inteiro. Nos dez primeiros dias de 2014, já foram mais de 26 homicídios em Teresina. Em 2013, fomos notícia no Fantástico pela incapacidade operacional do Corpo de Bombeiros e o quadro insuficiente da corporação no interior.

Com um encarte de um instituto de pesquisa na mão, o governador Wilson Martins percorreu municípios do Interior anunciando a qualidade de seus secretários. Uma humilhação para os mais esclarecidos e o reflexo de que a imprensa não está cumprindo corretamente o seu papel.

Sem oposição política na Assembleia, o governo fez e deixou de fazer o que bem entendeu. Terras dos Cerrados foram comercializadas ao bel-prazer de uns poucos. A Assembleia Legislativa foi objetivo de investigação pelo Ministério Público Federal. Denúncias recaíram sobre secretarias de governo. Nenhuma palavra foi ouvida nos corredores da Assembleia Legislativa do Piauí.

A balança da democracia pendeu somente para um lado, e a geração de políticos que atuou nos últimos anos vai entrar para história como tendo cometido um dos maiores pecados que um homem público pode praticar: a omissão.

Capital Teresina/# Editorial