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Em entrevista, o líder do PT no Senado e do Bloco de Apoio ao Governo, senador Wellington Dias, comemora o resultado da inflação relativa ao mês de julho, que ficou em 0,03%, confirmando a perspectiva de recuo dos preços. Para o líder, depois de inúmeras matérias na imprensa, seja nos jornais ou nos telejornais, aqueles que profetizavam que a inflação estava em alta, que prejudicaria o governo da presidenta Dilma, agora são obrigados a rever o discurso porque novamente foram derrotados.
Wellington também destaca o controle do Governo com a política fiscal, que está em queda se comparada à época que o País era mal gerenciado pelos tucanos. Ao defender os investimentos do Estado, o senador do PT afirmou que Dilma vai ser lembrada como uma presidenta que teve coragem de tomar decisões que pouca gente teria.
PT noSenado - O IBGE divulgou hoje a inflação de 0,03% em julho, para desespero dos oposicionistas que torcem pela volta da alta dos preços. Em doze meses, ficou em 6,27%, portanto dentro da meta. Qual a avaliação que o senhor faz deste momento?
Wellington Dias – A gente vê a torcida do caos, a torcida para que tudo dê errado. Lamentavelmente é essa a visão que eu e o povo percebemos muitos setores torcendo pela inflação subir apenas por fazer oposição como se fizessem mal para quem é governo. Ora, o crescimento da inflação é ruim para todo mundo. É ruim para o cidadão, que tem o salário corroído, é ruim para as empresas que passam a ter dificuldades em sua própria gestão, comércio e indústria. Ela termina empurrando o crescimento dos juros e é por essa razão que, olhando para o cenário do mundo e do Brasil, eu sempre tive convicção que em 2013 vamos fechar a inflação dentro da meta estabelecida. Em 2014 nós vamos ter, inclusive, redução.
Basta examinar que o Brasil tem uma memória recente que a inflação fica entre 4,5% e 6,5%, como se cada ano ficasse no automático. Os preços de telecomunicações, energia, combustíveis e alimentos sobem no começo do ano e arrefecem a partir do segundo semestre. E foi isso que a presidenta Dilma buscou estancar neste ano e que terá reflexo adiante, ou seja, o não reajuste de determinados serviços que dependem de formas de ação do governo, como a desoneração de impostos, que permitiu não ter o reajuste de vários preços. Ao mesmo tempo, quando se garantiu a redução de impostos na área de energia também tivemos uma condição de amainar os reajustes, e isso impacta na inflação.
PTnoSenado - E em relação aos preços das tarifas do transporte?
Wellington Dias – Esse setor foi objeto de todas as manifestações nas ruas a partir de junho. A desoneração feita em combustíveis, na área ligada ao óleo diesel, principalmente, permitiu que os municípios não promovessem os reajustes. Alguns deram desconto e isso tudo contribui daqui pra frente nos efeitos relacionados à inflação.
PTnoSenado - O senhor está confiante?
Wellington Dias – Claro. O Brasil, do ponto de vista macroeconômico, nós vamos ter, até pelo cenário internacional, uma redução inflacionária. Poderá subir uma coisa ou outra. Veja o espetáculo que fizeram em relação ao preço do tomate, que chegou a custar R$ 7,50 o quilo e de repente cai para algo em torno de R$ 2,00. Por que sobe e desce? Porque alimento sempre depende do período de produção, dos fatores climáticos e isso acontece com vários outros produtos. Agora, no geral, nós temos, sim, uma inflação sob controle e isso é importante para a economia brasileira, é importante para o nosso desenvolvimento e geração de emprego.
PTnoSenado - A oposição diz que o governo é leniente no controle da inflação e também na política fiscal com os gastos públicos. Qual é avaliação do senhor a esse respeito?
Wellington Dias – Nós temos um controle, eu diria muito firme, em toda área fiscal. Um exemplo que dá origem às críticas é: ‘Ah, o Estado tem que cortar ministérios, tem que demitir. Mas a pergunta que se faz é a seguinte, vamos demitir professores, médicos ? Na hora que vamos à vida real, precisamos contratar mais médicos. Em nosso governo, ao contrário do que os opositores apregoam, vamos colocar mais médicos para atender o povo em municípios onde não tem. Nós estamos ampliando o número de universidades, vamos construir institutos federais de educação. As obras que realizamos, em parceria com o setor privado, de ferrovias, rodovias, aeroportos e portos, formam um conjunto de investimentos públicos que dão resultado positivo para a sociedade.
Portanto, ao observarmos a folha de pagamento durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, ela correspondia a 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Agora, no governo da presidenta Dilma, é 4,2% do PIB. Quando a gente tira alguns encargos, essa relação cai para 3,5%. Então, que história é essa que estamos inchando a máquina pública? Quem é que não reconhece a importância de ter a secretaria nacional das mulheres, da pesca, dos portos, dos aeroportos? Quem nunca ninguém cuidou nesse País. É por isso que nós temos hoje, depois de um grande enfrentamento no Congresso Nacional, uma política que amplia a infraestrutura logística. Quero chamar atenção para o fato de que, mais uma vez, os profetas do pessimismo são derrotados. Nós vamos vencer. O povo brasileiro é forte, faz o País crescer e com responsabilidade, controlando a inflação.
Nos próximos dias deve acontecer a licitação para as obras nas rodovias e o Governo sinalizou com a melhoria no retorno aos investidores, uma oportunidade para gerar novos empregos. Esse é um exemplo, mas cenário dos investimentos estão no caminho certo?
Wellington Dias – Ao contrário daqueles que dizem que o País está parando, nas viagens que faço ao Piauí e pelo Brasil, e vendo a agenda da presidenta Dilma, o que temos na vida real é a inauguração de obras de habitação, energia elétrica, estradas e isso feito diretamente pelo Governo Federal ou em parceria com recursos privados. Nós temos um conjunto de rodovias em que o setor privado é parceiro, assim como em portos, aeroportos e hidrelétricas. São R$ 500 bilhões em investimentos. O que isso significa: um incentivo ao crescimento do País. Em 2012, nós fechamos com um crescimento de 0,9%, onde a crise mundial fez reduzir a compra de produtos brasileiros. Isso fez a economia decrescer, mas neste ano vamos crescer duas ou três vezes mais. Dilma vai ser lembrada como uma presidenta que teve coragem de tomar decisões que pouca gente teria.
Em relação aos pactos lançados pela presidenta Dilma, o que trata da questão da mobilidade chama atenção por ter sido objeto de grande reclamação das ruas. O senhor tem acompanhado o andamento dos projetos?
Wellington Dias – Há investimentos anunciados em 27 estados da federação, nas capitais, nas grandes cidades onde o trânsito é caótico. O que a presidenta Dilma quer: um projeto consistente que possa em cada lugar resolver ou pelo menos dar velocidade ao transporte urbano. Precisa aumentar a largura da rua, precisa fazer um túnel, uma ponte, um viaduto, temos dinheiro para isso e esse dinheiro é repassado através dos municípios ou estados. Em Teresina, há ampliação do metrô e ampliação de toda a rede de integração dos transportes. Desejamos oferecer um transporte com maior qualidade, rápido, confortável. Em Teresina, temos um bairro com mais de 250 mil habitantes e hoje um trem de superfície, muito velho, faz o trajeto até o centro da cidade em 40 minutos. Com essa modernização o tempo da viagem será de 15 minutos.
Qual é o valor do investimento?
Wellington Dias – É um investimento de aproximadamente R$ 400 milhões. Há projetos para outras regiões da cidade também entre a região norte e sul que deve receber R$ 1 bilhão. A prefeitura de Teresina apresentou um projeto para fazer essa integração. A ideia é ter várias rodoviárias integradoras onde ônibus rurais e urbanos se dirigem para aquele ponto e dali vão numa linha reta em alta velocidade até o centro da cidade. São 44 novas rotas que estão sendo trabalhadas. A exemplo de Teresina e Parnaíba, outras capitais e cidades do Brasil estão sendo contempladas. São mais de R$ 50 bilhões que a presidenta Dilma está incentivando e junto com essa área destaco, ainda, a preocupação ambiental. Os veículos usados são movidos a energia elétrica, biocombustível e eu acredito que temos condições de melhorar. Eu defendo que precisa em cada cidade ter o plano diretor descentralizando o serviço.
Como o Governo consegue mostrar essas obras para a população que foi para as ruas manifestar descontentamento com o qualidade dos transportes?
Wellington Dias – Em primeiro lugar, a presidenta Dilma está indo a cada cidade fazer as pactuações. Segundo, a presidenta também visita as obras e ela inaugura. Nos próximos dias, irá a meu estado entregar um conjunto de equipamentos e máquinas motoniveladoras, retroescavadeiras, em Teresina. Ela irá a Piripiri, no norte do estado, onde vai entregar aproximadamente três mil habitações e de lá ela deve ir à Parnaíba onde vai inaugurar uma subestação de energia que resolverá um problema de carga elétrica na região. Outra forma são as divulgações nos próprios estados. O povo percebe. Você anda pelas cidades do Brasil e encontra várias obras. Em Brasília, vejo a quantidade de obras do governador Agnelo Queiroz, são obras de metrô, asfaltamento, na área de saúde e tudo isso gera emprego, renda, faz a economia e melhora a qualidade de vida da população.
Fonte: Meio norte
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