No entanto, as mesmas lideranças políticas usam os mesmos argumentos repetidos logo no começo do primeiro mandato do presidente Lula, em 2003, no começo do segundo mandato, em 2007, e agora no começo do mandato de Dilma Rousseff, a primeira mulher da história do País a comandar uma nação formada por quase 200 milhões de habitantes.
A ladainha é repetida exaustivamente como forma de criar uma situação de estresse, defendendo o que a elite deseja: alta dos juros, para atender os rentistas, a volta da inflação, o aumento da desigualdade social, o corte dos direitos sociais e - por que não- o arrocho salarial.
Mas a verdade é dura e crua, na opinião de Wellington Dias, porque na vida real a população sabe que sua vida melhorou nos últimos dez anos do Governo do PT. O Brasil muda para melhor a cada momento. O filho da empregada doméstica daquela família rica chegou à universidade; o marido está empregado com carteira assinada; aquela família rica continua rica, há emprego, qualificação, as empresas investem em tecnologia e o poder de compra cresce num ritmo sem igual ao de outros países afetados pela severa crise financeira mundial.
A verdade, diz o líder, é que o Brasil real é uma ilha de oportunidades, onde o governo Dilma constrói a cada dia uma sociedade mais justa, democrática e igualitária, seguindo o modelo que começou com Lula ao privilegiar o crescimento da economia, a geração de emprego e a distribuição da renda. Confira a entrevista exclusiva com o líder Wellington Dias:
PT no Senado – Nesta semana a oposição fez muitas críticas à condução da política econômica pela presidenta Dilma, principalmente depois que ela comparou a oposição ao um personagem de Camões, o Velho do Restelo, que torcia contra a iniciativa dos portugueses de desbravar novas fronteiras. Qual é sua avaliação?
Wellington Dias – Eu compreendo esse comportamento, mas qual é minha preocupação? É que, às vezes, parlamentares, dirigentes de partidos da oposição, especialmente o PSDB, parecem torcer contra o Brasil. Parecem querer não enxergar a realidade do povo brasileiro. Aí você vê determinadas matérias nos meios de comunicação e vê uma diferença gritante no mundo real, que acontece no Brasil. Veja, primeiro dizem que a inflação está descontrolada.
Mentira. A inflação seguirá como todos os anos: de um lado, tem um crescimento logo no primeiro semestre, mas no segundo há um decréscimo. Qual é a preocupação que nós ainda não debelamos no Brasil? É a memória inflacionária, porque tem um patamar de 4%, 5% e 6% que vem todo o ano puxado por preços da energia, que a presidenta Dilma deu solução ao reduzir os valores, da área de comunicação, do transporte urbano, de combustível e de alguns setores de alimentos. Então, nós deveremos trabalhar e fazer um esforço para que reduzir essa chamada memória inflacionária a um patamar menor, quem sabe 3% a 4% de inflação.
PT no Senado - E sobre as críticas da oposição para a alta do dólar em relação ao real, qual é sua opinião?
Wellington Dias – Nesse instante verificamos uma valorização do dólar por causa da melhora da economia dos Estados Unidos, que é um grande consumidor dos produtos brasileiros. Temos de ter, na minha opinião, embora não seja economista, mas ouço de especialistas, como fazem outros países, que o ideal é fazer um esforço para o câmbio ficar na casa de R$ 2,20 a R$ 2,30 para cada dólar. Nós temos nesse momento crescimento econômico. A fala de que o Brasil está vivendo o pior dos mundos não procede. Eu olho a realidade vivida pelo mundo - e veja só como está a situação da Europa -todos os seus líderes reunidos nesta semana concluíram que vão levar dez anos, isso mesmo, dez anos para a economia voltar à normalidade. Países como a Grécia levarão mais tempo, talvez 15 anos. No Brasil, no primeiro trimestre, tivemos um crescimento próximo do que foi o crescimento do ano inteiro de 2012, de 0,6%, e só no mês de abril deste ano a economia cresceu 0,84%.
“O Brasil real é uma ilha de oportunidades” |
PT no Senado – O que isso aponta?
Wellington Dias – Indica que nós vamos ter um crescimento neste ano no mínimo três vezes maior do que foi em 2012, ou seja, a curva do crescimento econômico retoma e significa que o efeito da crise chegou tarde e acabará cedo. Nós somos um País que não parou de crescer nos últimos dez anos. Mais importante disso é que o povo percebe o crescimento do emprego a cada mês. Só no governo Dilma foram criados 4 milhões de novos postos de trabalho. E com o patamar da taxa de desemprego, de 5%, a mais baixa da história, nós temos dois problemas a administrar.
PT no Senado – Quais são esses problemas?
Wellington Dias – O primeiro é a dificuldade para garantir a qualificação da mão de obra, a profissionalização de um segmento que possa ter dificuldade de entrar no mercado de trabalho. O segundo, posso dizer por ter sido sindicalista, é ter uma força maior das entidades que representam um ganho nos acordos coletivos, ou seja, a renda crescendo inclusive mais do que o capital. Na prática isso é distribuição de renda. Ora, se eu tenho salário mínimo crescendo, programas sociais como o Bolsa Família, Brasil Carinhoso e crescimento do capital, nós temos um sinal nítido de um período de próspero crescimento.
PT no Senado – Esse é o modelo que difere daquele defendido pela oposição?
Wellington Dias – A presidenta Dilma, o nosso governo, adotou medidas duras em 2011, 2012 e 2013, com corte no orçamento, ajuste fiscale, ao contrário do que dizem, fizemos o dever de casa. Note a política para os aeroportos, onde temos obras em diversas capitais e agora vamos fazer com os aeroportos regionais, chegando aos rincões dos estados. No meu Piauí serão mais sete novos aeroportos regionais, além de Parnaíba e Teresina, teremos em São Raimundo Nonato, Picos, Floriano, Bom Jesus, Corrente, Uruçuí, Piripiri e Oeiras. São cidades que serão contempladas com novos aeroportos. Isso vai acontecer nas 26 unidades da federação, exceto no Distrito Federal que já tem um aeroporto internacional. As mudanças na política dos portos vão resultar em normatização, editais, contratos e daqui a pouco teremos uma infinidade de obras em todo o litoral brasileiro, mais as obras dos acessos de ferrovia, de estradas e de energia elétrica. As medidas relacionadas à energia, como a eólica, as linhas de transmissão que estão sendo construídas e a complementação do programa Luz Para Todos, são iniciativas indutoras do crescimento. Na área de comunicações, por exemplo, nós vamos caminhar para ter em todo o Brasil a tecnologia 4G, começando pelas regiões da Copa, representando investimentos privados elevados.
PT no Senado – É por essa razão que o Brasil é considerado como uma ilha de oportunidades?
Wellington Dias – Exatamente. Há investimentos elevados em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos e tudo isso traz crescimento, geração de emprego e desenvolvimento com as próprias obras, onde contamos com a participação do setor privado. Em muitos lugares os portos não suportam mais a carga e a descarga de mercadorias e só não há um crescimento maior porque o custo do transporte rodoviário, ferroviário ou hidroviário é muito elevado. Muitos produtos são deslocados por grandes distâncias porque não têm um aeroporto de carga internacional ou nacional. Portanto, estamos vivendo uma mudança profunda que irá resultar num longo ciclo de crescimento no Brasil. É por isso que eu acho que a oposição vai ter que engolir muitos de seus discursos porque a cada momento a conjuntura muda para melhor.
PT no Senado – Hoje o Banco Central divulgou o índice de atividade relativo a abril, que cresceu 0,84%, acima da previsão dos analistas de mercado que não apostavam em crescimento acima de 0,6%. Na quinta-feira, a CNI apontou que a atividade industrial cresceu num ritmo forte. A que o senhor atribui o pessimismo da oposição e uma situação positiva na vida real das pessoas?
Wellington Dias – Quando lançamos o programa Brasil Maior, um conjunto de medidas voltado para fortalecer a indústria, com desonerações de impostos, regras para aumentar a competitividade nos mercados interno e externo, o que foi dito aqui no Senado pela oposição: que era uma falácia e que as medidas não dariam certo. Veja que a indústria, em 2012, teve crescimento negativo, por isso nós tivemos um desempenho ruim. Mas se apenas em um mês o crescimento da indústria supera dois pontos percentuais, o sinal é uma curva ascendente.
As medidas estavam certas e é esta a resposta correta. Da mesma forma, no mês de abril tivemos um crescimento igual ao de doze meses, praticamente. Isso quer dizer que nós vamos ter, sim, crescimento econômico. É uma vitória de uma política acertada. A receita que nossos adversários queriam era de explodir o juro, de explodir a inflação, a receita era de corte, de demissões, enfim, de arrocho salarial, de corte de investimentos. Não vamos fazer isso.
O modelo que nós temos é diferente. O povo elegeu um modelo e nós vamos cumprir esse modelo, que aposta no crescimento descentralizado e acreditamos que é aumentando o poder de compra do povo, melhorando a infraestrutura de produção, incentivando a produção como a presidenta Dilma acaba de fazer com a abertura de R$ 120 bilhões em crédito para a agricultura familiar.
PT no Senado – Esse valor para agricultura familiar é muitas vezes maior do que se oferecia em 2002. Então podemos dizer que as ações ocorrem em todas as áreas?
Wellington Dias – Exatamente. A presidenta Dilma, no lançamento dos recursos para a safra deste ano, quando estava liberando R$ 120 bilhões, avisou: se precisar temos mais recursos. Isso encoraja o produtor e com o dólar um pouco mais alto incentiva a produção agrícola que resulta em ganhos. Agora, a presidenta Dilma adotou novas medidas para reduzir os preços dos insumos. Acredito que nós teremos uma vitória e mais importante. Não será o crescimento desse ou daquele setor, isoladamente, é na indústria, na agricultura, em serviços, em todas as regiões do Brasil. Os investimentos federais em parceria com os municípios, com os estados, fazem a diferença.
PT no Senado – Politicamente, a oposição criticou o programa Minha Casa Melhor, dizendo que é uma ação eleitoreira. Dizem que o PT antecipou a campanha eleitoral de 2014 e afirmam que o governo é leniente com a economia. A oposição errou mais uma vez? Isso contribui para o debate político de alto nível?
Wellington Dias – É o mesmo discurso que ouvi em 2003, 2004, quando Lula tomou as primeiras medidas. Ouvimos quando ele foi eleito em 2006 e o mesmo que ouvimos com a eleição da presidenta Dilma em 2010. Qual é a ideia da oposição? É simples a resposta, a ideia é parar o Brasil e esperar pela eleição seguinte de braços cruzados. Não foi esse o compromisso que assumimos com o povo brasileiro.
O que a presidenta Dilma está fazendo é adotar medidas que beneficiam os que mais precisam. Infelizmente, a cabeça de muitos líderes é a cabeça da elite mais atrasada desse País, que é a elite que chora quando o juro cai, quando cai o preço da conta de luz, quando melhora as condições de pessoas que nunca tiveram uma renda e passou a ter o Bolsa Família, quando seu filho pode entrar na faculdade.
Nesses dias ouvi um depoimento de um jovem dizendo: agora filho de lavadeira pode estar numa universidade estudando ao lado dos mais ricos porque tem o Prouni, porque tem o crédito educativo, porque pode ir para o exterior, pode andar de avião, pode comprar não mais um cavalo ou um jumento, hoje pode comprar uma bicicleta, uma moto, um carro, pode comprar uma casa. É disso que se trata. O que fez a presidenta fez agora no programa Minha Casa Melhor, que na minha opinião é fundamental. É um programa direcionado para um público que precisa.
PT no Senado – Não basta apenas dar a moradia. É isso?
Wellington Dias - A presidenta Dilma coloca R$ 18,7 bilhões para que essas pessoas possam ir ao agente financeiro e tomem um empréstimo de até cinco mil para comprar a cama que faltava na casa, a mesa, a geladeira, o computador, a máquina de lavar roupa. Nesses dias, numa entrevista que dei, um desses críticos fez a seguinte observação: vai endividar essas pessoas. Ele disse que uma mulher que já se acostumou a lavar roupa poderia perfeitamente pegar seu dinheiro e ir juntando, para dali a três, quatro anos, ter o dinheiro para não precisar se endividar.
Eu respondi a esse político para ele ir conversar com a mulher. Disse, pergunte a ela o que prefere, sair da pia de lavar roupa, da pedra na beira do rio ou ter uma máquina automática de lavar roupa. Na mesma hora, três mulheres que ouviam a entrevista disseram: é isso mesmo que nós queremos. Nós queremos sair dessa escravidão da pedra de lavar roupa. Portanto, só quem não conhece isso pensa do jeito desse político. Então, é essa a mudança que a presidenta está fazendo, olhando para aqueles que mais precisam. O comércio é descentralizado em cada cidade. Por menor que seja estará vendendo os móveis, as geladeiras, movimentando a economia local e contribuindo para fazer crescer nosso Produto Interno Bruto. Penso como a presidenta, quem for vender tem que dar desconto. Se uma geladeira custa mil reais, terá de vender por 950 ou menos do que isso, levando a uma queda de preços que ajuda a fazer a inflação cair.
Parabenizei a presidenta pela medida, porque tenho orgulho como membro do Partido dos Trabalhadores, que encabeça esse Governo, e como líder de um bloco de partidos que dá sustentação a ele, por ser brasileiro e por viver essa história, esse momento da vida do povo brasileiro. O mundo real verdadeiro, do Brasil que dá certo, com pessoas com nome, endereço, carne, sangue, osso, pensamento e sentimentos. É isso que estamos vivendo, não o mundo que tentam pintar muitas vezes sabe Deus com quais interesses.
Por: Marcello Antunes
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