O primeiro a desbravar a região foi o navegante português Nicolau de Resende, em 1571, que perdeu toneladas de ouro em um naufrágio no litoral do nordeste do Brasil. O acidente foi próximo à foz do rio Parnaíba, que divide os estados do Piauí e Maranhão. Por 16 anos tentou, em vão, resgatar sua preciosa carga. Mas descobriu um tesouro ainda maior: “um grande rio que forma um arquipélago verdejante ao desembocar no atlântico”. Nicolau havia descoberto o único delta em mar aberto das Américas, o delta do rio Parnaíba. A foz do rio tem a forma de delta (a letra grega, representada por um triângulo), se dividindo em 5 braços. Outros deltas em mar aberto ou oceânicos ocorrem na foz dos rios Nilo (África) e Mekong (Ásia). Mas o cenário do Delta do Parnaíba não existe igual.
O mapa do delta do rio Parnaíba, parece o desenho da palma da mão: o rio se divide em 5 bocas, cujas águas desembocam no oceano que, no sentido oeste-leste, são chamadas : Tutóia, Melancieira ou Carrapato, Caju, Canárias – todas maranhenses – e Barra do Rio Igaraçu, que desemboca no município piauiense de Luís Correia .
A área total é estimada em 2.700 km2, distribuída de forma retangular. A orla tem 90 km de por 30 km de largura, onde estão os igarapés, os mangues, as dunas, as ilhas e ilhotas . As 80 ilhas e ilhotas, entre elas a Ilha Grande, do Paulino, Caju, Canárias e Ilha Grande Santa Isabel ocupam cerca de 80 mil hectares.
Edilson Morais Brito é o responsável pelo desbravamento turístico em todo o Delta do Rio Parnaíba. É o que se poderia chamar de versão atual do primeiro desbravador, Nicolau de Rezende, navegante que descobriu o Delta do Rio Parnaíba por volta do século XV e que teria sido primeiro homem civilizado a percorrer os caminhos do delta. Mas com uma visão empreendedora e voltada para o turismo ecológico esta primazia coube a Edilson Morais Brito, no ano de 1991 apos a reforma do Porto das Barcas em Parnaíba Piauí fundar a agência Moraes Brito Viagens e Turismo. Sua ânsia por descobertas e aventuras o fez criar vários roteiros nas centenas de igarapés que recortam a paisagem selvagem e virgem. Por entre ilhas e ilhotas Morais Brito singrou as águas do Delta do Rio Parnaíba em roteiros desconhecidos, apresentando para turistas nacionais e estrangeiros e a maravilha vigorosa que são a fauna e a flora, únicas e encantadoras.
Hoje, quase todas as empresas de turismo da região exploram os caminhos do delta traçados por Morais Brito. Os roteiros mais conhecidos que Morais Brito criou são: (Igaraçu, Canárias, Igarapé dos Periquitos, Igarapé dos Poldros, Baia do Feijão Bravo, Caiçara, Caju, Melancieira e Tutóia). Foi assim que começou a descoberta turística do Delta do Parnaíba. Morais Brito é conhecido como o desbravador e o pioneiro dos passeios ecológico ao Delta do Parnaíba.
O Delta tem suas atividades econômicas ligadas e influenciadas por quatro municípios: Parnaíba, Luís Correia, Araióses e Tutóia. As principais são a agricultura extensiva, a extração de sal marinho. A pesca também faz parte dessa lista e contribui com mais de 80% da arrecadação dos municípios, sustentando uma mão-de-obra informal de mais de quatro mil famílias. Destaca-se a coleta do caranguejo-uça que nos últimos 10 anos, contribuiu com 40% do total de pescado produzido na região. O turismo e principalmente o ecoturismo, com o incentivo dos estados, poderá vir a ocupar o primeiro lugar em arrecadação na região.
O Delta é Área de Proteção Ambiental e Federal (APA), mas isso não tem adiantado muito. Só tem efeito burocrático, porque na prática a fiscalização ainda é ineficiente.
O Delta é Área de Proteção Ambiental e Federal (APA), mas isso não tem adiantado muito. Só tem efeito burocrático, porque na prática a fiscalização ainda é ineficiente.
Um grande berçário
Além de dunas, praias, rios e igarapés, o Delta do Rio Parnaíba é formando por extensas florestas de manguezais. O mangue é um dos ecossistemas mais ricos e vitais para o equilíbrio ambiental da zona costeira, onde a vida marinha se alimenta e se reproduz.
Os manguezais são considerados uma espécie de “maternidade do mar”. É neste ambiente povoado por plantas exóticas e animais curiosos onde camarões, caranguejos, mariscos e muitas espécies de aves e peixes encontram alimento em abundância e abrigo seguro para se reproduzir. Os manguezais também são muito úteis para o homem. É uma importante fonte de recursos alimentares e econômicos. São utilizados como fonte de extrativismo vegetal através do aproveitamento madeireiro das espécies e a extração do tanino, substância usada na curtição de couros, peles e na pintura das velas das embarcações. A explicação para a alta produtividade dos manguezais é simples: a grande quantidade de matéria orgânica que chega à baías e enseadas através das desembocaduras de rios pelas marés.
A vegetação constitui-se de basicamente três tipos de mangues:
Mangue Vermelho – possui uma profusão de raízes, que apresentam pequenos orifícios chamados lenticelas por onde as plantas respiram;
Mangue Negro – também conhecido como Siriba ou Siriúba, cresce onde a lama é mais firme e bem menos oxigenada, daí as raízes cresceram para fora em busca de ar;
Mangue Branco – ocorre em terrenos mais arenosos, próximo à terra firme.
MORAIS BRITO VIAGENS E TURISMO
Fones: (86) 3321-1969 / 9412-0102
Site: WWW.MORAISBRITO.COM.BR
Reservas: WWW.MORAISBRITO.COM.BR/RESERVA
Edição: Jornal da Parnaíba
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