segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Pesquisa com peixe-boi no estuário do Timonha e Ubatuba – PI/CE

O peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) é classificado como “Criticamente em perigo” no Brasil e no mundo. Sua estimativa populacional é de menos de 500 indivíduos, sendo extinto nos estados do Espírito Santo, Bahia e Sergipe. O estuário dos rios Timonha e Ubatuba, na divisa dos estados do Piauí e Ceará, abriga uma população de peixes-boi marinhos ainda pouco estudada.

O estudo do peixe-boi se dará pelo projeto “Ecologia e conservação do peixe-boi marinho Trichechus manatus, no estuário dos rios Timonha e Ubatuba – PI/CE, Brasil”, patrocinado pela Fundação O boticário de Proteção à Natureza.
A sua execução é pela Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos – AQUASIS, em parceria com a Comissão Ilha Ativa – CIA, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos – CMA / Piauí – ICMBio; Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba / ICMBio; Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – IDSM; Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ; CARE Brasil; Serviço Social do Comércio –SESC/CE; Universidade Federal do Ceará – UFC; Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP /Campus São Vicente – SP.
A área de estudo encontra-se inserida entre a região de Cajueiro da Praia (PI) até o município de Chaval (CE). Esta área possui um grande complexo estuarino: estuário dos rios Timonha e Ubatuba. Este complexo localiza-se na divisa dos estados do Ceará e Piauí, apresenta a maior e mais bem conservada área de manguezal remanescente do Ceará, e uma das maiores ilhas estuarinas do Nordeste.
   
O início da execução do projeto se deu em outubro de 2012 e terá a duração de 24 meses. E o projeto terá três cenários: (1) parte de campo, onde serão realizadas saídas embarcadas; (2) palestras para a comunidade e; (3) parte de análise de dados e relatórios, em escritório e laboratórios.
As saídas de campo serão realizadas a cada dois meses e terão duração de sete dias, sendo dois dias de deslocamento (ida e retorno) e cinco dias em trabalho de campo. Nestas saídas será verificada a presença de peixe-boi através do sonar. A presença dos animais proverá dados sobre o número estimado de peixes-boi que habitam o estuário e sua localização precisa não só determinará as áreas mais frequentadas como também possibilitará calcular a densidade de animais para a área de estudo.
Durante os embarques serão coletadas fezes encontradas à deriva para identificação dos fragmentos vegetais que subsidiarão outros estudos de monitoramento (sazonalidade dos recursos alimentares, abundância) e ações para proteção da vegetação aquática pertencente à dieta do peixe-boi. E também serão coletadas amostras de água e sedimento de pontos aleatórios dentro do estuário que serão submetidas a testes de toxicidade e de presença de metais pesados.
Os resultados obtidos neste trabalho subsidiarão a elaboração do plano de manejo da APA Delta do Parnaíba, além de ajudarem na identificação de áreas de Proteção Integral dentro da APA.
Fonte/comissailhaativa.org.br

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