domingo, 15 de maio de 2011

Lagoas dos Lençóis Maranhenses dão ares de miragem

Lençóis Maranhenses

Deserto é zona árida, de chuva escassa, sem vegetação, despovoado. Está nos dicionários. Um deserto molhado configura uma esquisitice da natureza. Centenas de quilômetros de dunas de areia preenchidas por piscinas naturais gigantescas é um sinal de que, como diz a canção, alguma coisa está fora da ordem. Assim são os Lençóis Maranhenses: únicos no mundo, por conta da qualidade das chuvas na região, capazes de enriquecer o deserto com milhares de oásis azuis e verdes por alguns meses do ano. Uma paisagem que desafia a lógica e convida à aventura. Junto com Jericoacoara, no Ceará, e Delta do Parnaíba, entre os estados Piauí e Maranhão, os Lençóis Maranhenses compõem a Rota das Emoções do Nordeste brasileiro.

No alto da duna, já avistando as morrarias sem fim de curvas delicadas e cursos d’água reluzindo ao sol, a primeira das emoções é o pasmo. Os turistas logo correm para um mergulho e quando olham para o alto da duna percebem que alguns estrangeiros ainda estão lá, boquiabertos, sem ação. ‘C?est bizarre, non?’ Bizarro é pouco. Em determinados ângulos, o lugar parece a Lua, de solo arenoso, cheio de crateras. A paisagem lunar, aliás, é uma das histórias do filme “Casa de Areia”, do diretor Andrucha Waddington, gravado na região.

Lençóis Maranhenses
Geografia - O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses tem área de 155.000 hectares, com perímetro de 270 km, nos quais cabem cerca de 70 km de praias desertas. Nos Lençóis, o índice pluviométrico chega a 1.600 mm por ano, ou cinco vezes mais do que a chuva média em regiões desérticas. A partir da orla marítima, ao norte, a força dos ventos monta e desmonta as dunas por 50 km rumo ao interior. E a força das chuvas faz cair tanta água no primeiro semestre de cada ano que ainda sobram bilhões de litros, nem evaporados nem absorvidos pela areias, para formar as piscinas naturais que são a grande atração do local.

É importante planejar o período da viagem, a fim de aproveitar as lagoas em todo o seu esplendor, quando várias delas oferecem águas profundas para banho. Em geral, a melhor época para visitação vai de maio a setembro. Em 2009, por exemplo, choveu muito durante o inverno no Maranhão, e a precipitação acima da média deve preservar várias lagoas até outubro. Segundo os guias locais, alguns oásis permanentes, como a lagoa do Peixe, vão sobreviver até o final do ano.

A pequena cidade de Barreirinhas, a 260 km de São Luís, reúne boa infra-estrutura de apoio aos turistas. São várias opções de hospedagem, inclusive resorts de luxo, e uma rotina diária de passeios nas dunas, com guias e veículos apropriados, e também nos manguezais do rio Preguiças, cartão-postal da região. Os principais circuitos de lagoas ficam a 10 km ou 15 km do centro de Barreirinhas. É preciso cruzar o rio de balsa e percorrer um trajeto difícil de chão batido, em que até jipes com tração nas quatro rodas podem atolar.

Santo Amaro do Maranhão é outra porta de entrada para o parque nacional. O número de pousadas é menor, mas as lagoas e as dunas estão mais próximas do centro da cidade. Santo Amaro foi cenário e quartel-general do filme “Casa de Areia”, que tem Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Seu Jorge e Luiz Melodia como os casais protagonistas.
Redação: Jornal da Parnaíba
Com informações do Sebrae

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