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Apesar da miséria evidente no Piauí, todos os parlamentares piauienses (José Maia Filho; Júlio Cesar; Osmar Júnior; Marcelo Castro, Ciro Nogueira; Átila Lira e Paes Landim) votaram favorável ao aumento salarial que concederam a si próprios. Foram 279 votos favoráveis,
35 contra e 3 abstenções.
O arcebispo primaz do Brasil, cardeal Dom Geraldo Majella, um dos líderes da Igreja Católica critica o recente aumento do salário dos congressistas, que subiu para R$ 26 mil. "Mas e o salário do povo? Será que só há dinheiro para eles? Aos políticos não faltam seus aumentos. É ajuda disso, ajuda daquilo", disse. Ele aproveitou o momento do Natal para recomendar mais atenção à educação e à saúde da população.
O ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas avaliou que o aumento do salário de parlamentares, ministros, do presidente e vice para R$ 26,7 mil aprovado na Câmara e no Senado deve provocar cortes em outras áreas. Ele destaca que para diminuir os gastos públicos, "o governo precisa ter como meta manter gastos de custeio CRESCENDO MENOS do que o PIB". E pontua: "Nos últimos anos tem aumentado MAIS do que o PIB". Sem entrar no mérito da necessidade ou não de um reajuste salarial para os parlamentares e ministros, o especialista ressalta que se houve esse aumento, deve haver algum CORTE DE DESPESAS.
Em um único ano, o aumento salarial concedido custará aos cofres públicos aproximadamente R$ 86,7 milhões a mais. No total, o salário desses membros do Legislativo e Executivo somará um montante de R$ 219,5 milhões, sendo que antes do reajuste o gasto chegava a cerca de R$ 132 milhões. Para os deputados e senadores, a mudança significa um acréscimo de 61,8%. Para o presidente e os ministros, a conta chega a mais de 130%. Com o aumento de salário de um único deputado, seria possível pagar CINCO AGENTES DE SAÚDE e QUATRO PROFESSORES, de acordo com os dados oficiais da tabela de remuneração dos servidores federais. De salário, um deputado federal embolsa R$ 16.512. A Cota por Exercício de Atividade Parlamentar varia de R$ 23.033 a 34.258,50, para despesas com o trabalho, como combustível e passagens aéreas.
Já um senador, que recebe salário igual ao de um deputado, tem ainda até R$ 23 mil em passagens aéreas, despesas de até R$ 15 mil por mês coberto pela verba indenizatória, além de verba disponível para moradia, telefone, correio e gráfica.
Os salários dos parlamentares não eram reajustados desde 2007. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que não votou com sua bancada - favorável ao aumento -, se pronunciou contrário aos novos valores estabelecidos. Ele explica sua equação: - Há muitos anos não se corrige os salários. O reajuste seria justo se viesse combinado com outras providências: eliminação de benefícios da verba indenizatória e auxilio moradia. Aí sim esse reajuste seria uma grande economia ao Congresso. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia afirmado que seria necessário cortar gastos públicos no começo do governo Dilma. Thadeu de Freitas salienta que "O EQUILÍBRIO FISCAL É DE FATO UMA PREOCUPAÇÃO."
Autor e foto: Josef Daubmaier
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