Para viver de brisa no Piauí
Nesta época do ano em que o sol quente é amenizado pelos ventos constantes, o pequenino litoral do Estado reserva vilarejos, muita natureza e condições perfeitas para o kitesurfe
De Bitupitá, um incrível vilarejo de mais de mil pescadores e dunas, no extremo oeste do Estado do Ceará, você pode avistar Cajueiro da Praia, onde começa o litoral do Piauí. Entre eles, apenas o Rio Ubatuba. Não há ponte nem balsa. De carro, são três horas sacolejando pelo interior do Maranhão. Mas vale.
A pacata Cajueiro da Praia, junto a rio e mar, marca o início do menor litoral brasileiro. São apenas 66 quilômetros à beira-mar no Piauí. É pouco, mas, no ritmo sossegado de seus pescadores, esse vilarejo, de chão batido, vai ganhando espaço no imaginário de quem sonha com praias paradisíacas de areias desertas sob sol e calor o ano inteiro.
A grande estrela local é Barra Grande. Os ventos constantes que sopram a costa de águas calmas e quentinhas chamaram à atenção de praticantes de kitesurfe do mundo todo.
Na cola dos homens-pipas, pousadinhas bacanas fincaram raízes sob a sombra das carnaúbas, coqueiros e cajueiros da praia. Também vieram os bons restaurantes com luz de velas entre cabaças, cabaninhas beira-mar. Graças a esse pacote todo, surgiu uma noite gostosa, regada a forró.
O roteiro de Barra Grande ficou assim: de dia, festa no mar, com velas coloridas pontilhando o oceano por quilômetros de areias selvagens; de noite, boa mesa, boa cama, preços camaradas e forrozinho para balançar sob as estrelas.
Piscinas naturais. Mais a oeste, está a Praia de Macapá. Na maré alta, o mar teima em passar por cima da areia amarelinha e fofa, formando piscinas naturais, quando se recolhe na maré seca. O sol trata de esquentar a água para os visitantes.
E o turista, uma vez lá dentro, passa o dia a olhar o céu, a boiar sem hora para terminar, enquanto ensaia uma ida aos quiosques para pedir caranguejo, camarão, peixe fresco grelhado ou caldeiradas fumegantes com pimentas, pimentões e frutos-do-mar em panelas de ferro.
Sempre a oeste, há ainda mais: Luís Correia, antiga Amarração. Na verdade, um conjunto de balneários, como as Praias de Atalaia e de Coqueiros, com longas faixas de areia dura e mar com ondas e ventos, bares e prédios de veranistas que chegam da capital, Teresina, e da vizinha Parnaíba. Coqueiros é um convite em todo pôr do sol. A etapa brasileira do mundial de kitesurfe é disputada nessa praia piauense.
Luís Correia possui ainda um interessante artesanato de trançado de taboa, a planta que cresce nos alagados. Lá também há lagoas como a do Sobradinho, para se boiar em água doce entre as carnaúbas - a árvore da vida, aquela que tudo dá a seu povo: cera para velas, fibra para o lindo artesanato local, palha para os telhados e madeira para as casas e as embarcações.
SIGA EM BUSCA DO CALOR
Surfe em Pipa: Descoberta por mochileiros e surfistas, a antiga vila de pescadores transformou-se num local tão badalado que recebeu o apelido de Garopaba do Nordeste, em alusão à praia catarinense famosa por reunir muitas pranchas. A 85 km de Natal, a Praia da Pipa tem ondas curtas e rápidas, que quebram com o vento na Praia do Amor (antiga praia dos Afogados) e na Praia do Golfinhos.
Windsurfe em Jeri: Com ventos perfeitos para a prática de esportes no mar, a cearense Jericoacoara recebe muitos windsurfistas. Com suas velas coloridas, eles se dirigem à Praia da Malhada, no canto direito da vila. Já a Praia do Preá, no trecho que vai da Duna do Pôr do Sol até o Clube dos Ventos, é point dos kitesurfistas.
Caminhada nos Lençóis: É preciso ter preparo e espírito aventureiro. Caminhar por esse cenário maranhense é muito cansativo, mas é bem bonito. Especialmente nesta época, com as lagoas cheias pelas chuvas. A trilha entre Santo Amaro do Maranhão e Atins leva três dias e só deve ser feita com guia experiente - procure uma agência especializada, pois é muito fácil se perder pelas dunas.
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