A quem interessa o silêncio da comunicação em Parnaíba?

Fonte/ Tiago Mendes

Há mais de um mês, Parnaíba perdeu duas de suas principais emissoras de rádio no seguimento jornalístico, Rádio Atlântica fm que funcionava na estação 92,7 Mhz e a Rádio Jovem fm 91,5, ambas no mesmo dia.

Quem acompanhava a programação das duas emissoras, sabe que o objetivo delas era a informação sem maquiagem, com o intuito de levar ao ouvinte a notícia em primeira mão em eventos, solenidades, manifestações populares realização de obras. Em tudo se faziam presentes, mostrando a sua prestação de serviços. No dia 8 de março de 2010, na mesma tarde, as duas emissoras tiveram seus transmissores lacrados pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações). As duas rádios funcionavam com uma outorga (liminar Judiciária), que concedia a elas o funcionamento. Este colunista, recebeu semanas antes do fechamento das emissoras uma informação de um ex-radialista que tem amigos na ANATEL, informando que faltava pouco para que a liminar das duas rádios fossem derrubadas, o fato nos faz pensar o seguinte: a quem interressava o silêncio das duas emissoras de rádio? E porquê uma operação da ANATEL teve seu trabalho de sigilo vazado antes do cumprimento do mandado?.

Vale lembrar, que aqui em Parnaíba, as duas rádios trouxeram recentes denúncias, envolvendo grupos políticos; denuncias sobre fraudes em licitações, superfaturamento em obras e diversas outras denúncias que fizeram alguns politicos irem se defender na Televisão. Isso não quer dizer que ambas as rádios somente faziam denúncias, não, as emissoras também enalteciam projetos dos mesmos políticos, mas pelo fato das denúncias terem bastante repercussão popular, isso causou constragimento a alguns. Hoje em Parnaíba, só existe um programa em FM que dá voz a cidade para que a mesma expresse seus pensamentos e cobrem seus direitos, que é o Programa Flagrante comandado pelo radialista e blogueiro Carlson Pessoa na Rádio Sintonia 97,5 e nos programas da Rádio Globo Parnaíba em horários locais.

Com o silêncio das duas rádios, a imprensa com sua tal "liberdade" tão proclamada no Brasil, se limita aqui em Parnaíba apenas aos portais e blog`s na internet, mas todos nós sabemos, que principalmente aqui em nossa cidade, a maioría não possui internet em casa, e dessa forma o que é pra ser de alcance popular, fica restrito apenas a quem possui computador, e é bom que muitos saibam, que a comunicação no Piauí começou em Parnaíba. Será que essa cidade que foi pioneira em várias coisas merece o descaso que a comunicação parnaibana passa hoje? É importante analisar tudo isso e fazer acontecer o que disse o jornalísta José Luiz de Carvalho em uma entrevista ao blog do Pessoa quando disse: "piauienses deveriam já dessa eleição de 2010, trabalharem em todo de um único candidato a deputado estadual, para que este passe a representar essa grande classe, que é muita vezes é considerada o “quarto poder”, mas que na verdade não tem sido reconhecida, em termos profissionais e financeiros". José Luiz destacou o importante papel que as emissoras tinham com a sociedade; ao final de sua entrevista ele destacou que é contra o monopólio da comunicação em Parnaíba.

Com os fatos expressos aqui nessa coluna, devemos acrescentar que tanto Atlântica fm como Jovém fm estavam consolidando um respeito a nível nacional, a Atlântica com o programa Atlântica News fez em Parnaíba em julho do ano passado a primeira cobertura de uma CPI, a CPI da Petrobras foi coberta com exclusividade por esse programa, que por sua vez teve exclarecimento por parte do Senador Arthur Virgílio do PSDB-AM, possibilitando um detalhamento maior sobre um assunto de interesse nacional.

Em 2010, muitos políticos passarão em sua porta pedindo apoio (voto), muitos nem parnaibanos. Para você que quer continuar, com um sistema de informação não confiável apoie mais uma vez os mesmos que não tiveram compromisso com os comunicadores dessa cidade, mas se você quer de fato mudança apoie quem melhor tiver interesse na qualidade da informação em Parnaíba, isso porque quem não deve não teme.